13 maio 2011

Da amizade compilada (take 2)


Numa das postas de ressuscitação do Cabra de Serviço, onde continuo a fazer uma perninha (neste caso de cabrito), a Peixa (que tem por nick Mente Quase Perigosa, lapidar) abordou uma questão sensível para a maioria: o sexo entre a malta amiga.
Sim, o assunto é quase perigoso. Nem que seja pela hipótese de uma pessoa por-se a pensar: é pá, realmente nunca tinha equacionado essa possibilidade nem sob o prisma do potencial em matéria de rentabilização dos recursos e isto com o país mergulhado numa crise, enfim…
A delicadeza da matéria é tanta que se soma dois mais dois logo a partir da associação de ideias criadas pela sabedoria popular: a ocasião faz o ladrão e os amigos são para as ocasiões. E isto à partida inspira o receio de estarmos perante uma ilegalidade, deve ser proibido misturar a amizade com a (ou mesmo na) cama.
Mas não, o legislador nunca sentiu necessário registar fosse o que fosse por escrito e por isso o sexo entre amigos, na esmagadora maioria dos casos, não pode levar as pessoas à prisão.
Contudo, esse não é o raciocínio da Peixa cuja mente quase rigorosa resvala perigosamente para a generalização. De acordo com a sua impressão a respeito de um acrescento colorido a uma amizade transparente esta não é apenas corante nos rostos ofegantes da malta amiga que truncha!, deixa corados os amigos com pila pelo simples temor de por ser com uma amiga terem depois de casar com ela.
E isso sim, constitui motivo para uma apreciável aflição.
Uma das regras mais ou menos implícitas nas amizades entre pessoas do sexo oposto parece ser precisamente a ausência de sexo. Ao que sei, diz que tem a ver com o facto de depois de acontecer as amizades ficarem inquinadas por alguma razão.
E a Peixa, com a sua mente quase generosa, oferece-nos uma explicação e essa em nada beneficia os meus homólogos na questão. Diz ela, e passo a citar, que no momento em que qualquer homem enfia a pila numa gaja ele faz tábua rasa de tudo o que aconteceu antes e ela passa a ser a “mulherzinha” (…) que está à espera que ele diga que a ama.
Escusado será dizer que com o seu amigo tubarão teria que esperar sentada, ou mesmo deitada caso ficasse sem forças para se levantar.
Existe de facto uma diferença clara entre amar e a intenção de repetir a dose se a coisa até correu bem. Um gajo, na excitação do momento, até lhe pode sair um não pares agora meu amor ou um ai que te amo tanto ó Rita(que até pode nem ser o nome da amiga em apreço). Mas não vale a pena alimentarem fantasias, pois os príncipes só são encantados enquanto não lhes murcha o entusiasmo e depois aterram na borda da cama plebeus e só os preocupa a check list do vestuário para se certificarem que não deixam para trás uma peúga ou assim.
E é aqui que se torna óbvio o facto de para um gajo normal não fazer sentido qualquer tipo de prurido quanto ao bonito gesto de amizade que constitui a disponibilização da própria pila como suporte para uma amiga momentaneamente desamparada, ou vice-versa (se forem as calças do amigo a já quase não resistirem a tanta pressão interior). Ou apenas porque a coisa, às vezes acontece, até se proporcionou no meio de umas larachas, de umas imperiais e de um pires de caracóis que os casais amigos igualmente partilham.
Por isso até posso aceitar as conclusões da Peixa, com a sua mente quase poderosa, mas apenas quando aplicadas no âmbito de uma experiência em concreto e jamais com o estigma da generalização que soa imenso a injustiça.
Nem a minha amizade por ela, fresca e desinibida e coiso que deixa tanta margem de manobra, me permite aceitar tal carapuça.

Pedra de toque

Suponho a pedra desconhecida. Sonho, imagino as sete mil formas possíveis de uma pedra; como será, qual o seu cheiro, o seu toque, o seu frio? Questiono e logo parto em busca da pedra resposta. Encontro a pedra real, toco-lhe, cheiro-a, sinto-a; agora sei exactamente como é. Em troca de 6999 ou mesmo 7000 fantasias, recebo a verdade. E o que é a verdade? Na verdade, o que recebi ou ganhei ao tocar a pedra? Sei de antemão que todas as fantasias podem, a maior parte das vezes, suplantar - quantitativa e qualitativamente - qualquer verdade. Sei que qualquer verdade pode ser uma ilusão, um engano à espreita, sorrateiro, para ferir mortalmente as perguntas. Sim, tenho medo da verdade, ela pode não me chegar, não me encher; eu ando sempre cheia de suposições, elas acamam confortavelmente e enchem-me de movimento. Poderia viver eternamente do lado de fora de uma janela, afagada pela imaginação, rodando sobre as minhas infinitas suposições, nunca imaginaria pouco ou pequeno, nunca apenas um quarto do dia-a-dia sempre igual, nunca toalhas rasgadas ou desbotadas. Nunca poderia espreitar, nunca poderia entrar, nunca poderia tocar. E eu quero tocar. Seja menor ou maior, eu quero tocar. Tocar é melhor que não tocar. E essa também é uma verdade. Toquei-te. Tive medo, sim, tive muito medo. Mas agora só tenho medo que chegue um dia em que não possa tocar.

«O aborto nos Estados Unidos da América»

Quem são as mulheres que fazem abortos nos E.U.A.? Por que decidem elas interromper uma gravidez? Quais são as suas circunstâncias sociais e económicas? Este vídeo foi feito pelo Guttmacher Institute, uma organização de pesquisa e orientação sobre saúde sexual e reprodutiva.

O que o rapaz continua a sofrer por causa da Felícia...

Crica para veres toda a história
Felícia! Onde raio é que estás, Felícia?


5 páginas (cricar em "next page")

oglaf.com

12 maio 2011

Fui Mesmo Ingénua ...


Mexem leve levemente
como quem se monta em mim
é o FMI certamente
mais nenhum me excita assim
será mesmo a ventania?
mas há pouco, há poucochinho,
o meu spread não bulia
na quieta melancolia
do meu Nib de cetim
tocas-me assim lentamente
com tão delicada leveza
mal se ouve mal se sente
lambes a minha pobreza
fui ver, a troika saía
do arroxeado prepúcio
há anos que a não via
e que saudades eu tinha!
olho-a na tua mão
pôs tudo da cor do linho
e a minha conta bancária
fica toda pegajosa
no ónus do teu cuzinho...
rijinhas, intumescidas,
as gémeas que te dão tudo
oscilam bem definidas
dizes tu: “sinto-as doridas,
está pra te vir o priudo”?
E uma infinita tristeza
daquela masturbação
entra em mim, fica em mim presa
da tortura sem tesão

WTF ???


O verdadeiro "What a fuck ?"

Os "Piiiiii..." do Catroga



HenriCartoon

Para quem não assistiu ou quiser rever, está aqui:

orçando



Mastro Pai que te aprofundas inspirando em mim para dentro sempre o sangue corrente agarrado a: trespassas a camuflagem; pétala ardente que circula louca por mim sussurrando; a noite tem vibrações na escarpada passagem oblíqua; em torno a; vulva negra fechada na tua mão salgada que absorves nas minhas artérias pulsantes; enxames de ânus e tesão escoam-se em ti com um caudal que transborda a ventre forte que respira no buraco e come os enxameados lagos em ti; os sangues turbilhonam misturando-se entre o meu e o teu cais transparente na nua mão que se movimenta por interior em mim maciçamente; aprofundar do teu cume na forma lavrada raiando a membrana no espelho vivo e leonino que é Astro Mãe na boca pura onde o tesão começa; a pele treme; a mesma coisa onde impensadamente brilha a tua voz rouca dentro dos anais da minha carne nocturna perna a perna boca a boca língua a língua apontas a ponta do poro em poro no animal que é inocente metáfora e eu Astro Mãe tu Mastro Pai que nos aprofundamos ambos no sangue corrente em nós exalado a; percorrendo plumagens em viagens dementes e circulares misturadas na noite alargada do sexo penetrante que crepita sussurros em anestesias de descobertas no hálito divagante onde Deuz regressa à limpidez dos furos naturais completamente ardidos em torno dos raios e dos tesões por nós expelidos no único vulcão que se lavra a pulso nos genitais que se movimenta por inteiro em nós dentro de poro em poro boca na tua na minha boca um mamilo que se esvai na tua garganta; Mastro Pai onde a minha noite se torna Humana nas cavernas transbordantes onde bate o sexo no branco que lambe o mundo em retorno da vida em fluidos que rosnam; bem estar abrasa-mo oculto na veia louca da minha escrita; no escuro rebentaram atmosferas orgulhosas gulosas em jubilação das multiplicações que prodigiosamente se fundiram no Mastro Astro Deuz!

Mamada


11 maio 2011

os passarinhos tão engraçados...

tais beijos arrebatados
tal fulgor que mal se espera
mil desejos adiados
'bora lá que é Primavera!


e as belas avezinhas
fartas de frio e de seca
deram asas às asinhas
dando uma valente queca...


«a dares à asa, tesouro
'inda vai tudo isto ao ar...
tem muito tento meu touro
cobre-me bem sem voar!»

- fotografias e quadrinhas de Jorge Castro, ali pelos jardins da Gulbenkian, com as pombas indiferentes à crise, ainda que aqui e ali aderentes a troikas... 

(U)ganda Vergonha


Dentro de algumas horas um imbecil país africano prepara-se para abrir um precedente vergonhoso e sem atenuantes na sua estupidez, instaurando a pena de morte pelo crime de… homossexualidade.
Custa a acreditar, mas é mesmo disso que se trata, da consagração legislativa de um comportamento vil (da maioria da população) levando-o ao extremo com a pena capital.
Eu não sou homossexual, mas da mesma forma que não preciso ser mulher para me indignar com algumas atrocidades por elas sofridas em países tão imbecis e cruéis como o Uganda, terra sem lei porque quem a escreve está fora dela, entendo o desconforto de quantos o sejam fora daquele país e o medo dos que lá ficarem. Matar uma pessoa por ser homossexual é exactamente igual a fazê-lo por ser judia, comunista ou preta, como a maioria da população daquela nação que pretende fazer história pela negativa.
Um assassinato não se lava com a respectiva institucionalização. E é de assassinato que se trata, sempre que uma pena de morte é aplicada. Mais ainda quando é justificada pela simples eliminação da diferença, de uma qualquer característica que distinga um cidadão de qualquer maioria. O pretexto não cola, mesmo numa terra sem lei onde um jornal se deu ao luxo de publicar com destaque os rostos e as identidades de pessoas alegadamente homossexuais, marcando-lhes a ferros a existência de uma forma mais eficaz do que a das tristemente célebres braçadeiras nazis que identificavam nas ruas os judeus.
É isso que pode vir a acontecer no parlamento do Uganda se não conseguirem adiar a votação dessa lei por 48 horas, no final das quais ficará para sempre inviabilizada.
E se isso vier a acontecer e esse país de imbecis não sofrer sérias consequências por parte dos países mais poderosos teremos reaberto o caminho de regresso ao que o mundo tem de pior para mostrar de si, sobretudo se a moda alastrar a outras terras sem lei e com falta de argumentos dos seus lideres para se manterem no poder.
Teremos mais um sinal claro de que está tudo doido e antes que a coisa descambe é urgente encontrar soluções para manter alguma ordem e bom senso neste manicómio global.

A posta na vitória possível


A velha senhora, mulher de princípios rigorosos e convicções firmes, jamais cedeu a qualquer tipo de tentação, a qualquer espécie de hesitação perante o seu sonho de encontrar um príncipe encantado capaz de lhe garantir a exclusividade absoluta de que jamais abdicaria.
E a vida foi avançando e a senhora foi envelhecendo sem desistir da sua pretensão, preferindo a solidão a qualquer espécie de remedeio que lhe violasse os rigorosos princípios e firmes convicções que a norteavam, desdenhando como inferiores todos e quaisquer amores que não respeitassem o seu conjunto de normas, a sua utopia que acarinhava com a mesma fé e as mesmas hipóteses estatísticas de um dia ver premiada a sua chave fixa do euromilhões.
Mas o tempo foi passando e a velha senhora foi esperando o surgimento no horizonte de um homem montes de diferente, montado no seu brioso corcel, que a levasse mais o seu animal de companhia para um palácio de fantasia onde o homem da sua vida dedicaria as vinte e quatro horas do dia ao culto exclusivo daquela mulher, incapaz sequer de fixar o olhar noutra que fosse a passar.
Passou sim, o tempo, e a senhora viu esgotarem-se as hipóteses de conceber um filho mas continuou à espera, olhos bem abertos para topar os chicos-espertos que tentassem enganá-la com falsos compromissos que certamente violariam, gentinha, conspurcando os ideais da senhora velhinha que um dia, sentada numa cadeira à espera do eleito, acabou por morrer sozinha com uma dor que lhe deu no peito mas orgulhosa do seu percurso tenaz que a provaria capaz da maior coerência, de enorme resistência que sabia ninguém lhe vergaria nem a tiro.
E era nisso que pensava enquanto exalava o seu último suspiro.

Voltei ao Facebook (até a Beatriz se incomodar)

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