13 agosto 2011

Êxtase

Um olhar, ternura,
um beijo, línguas,
adrenalina.
Madrugada, gritos,
silêncios, poema,
êxtase.
Entoamos a canção
do sempre querer,
soletramos o que não sabemos:
entendemos o princípio
deixado para o fim.

Poesia de Paula Raposo

Quem não gosta de gelados ponha o dedo (ou algo similar) no ar


Joya Nestle from Gravity on Vimeo.

Revista Miriam - número sobre o namoro (1962 - 2ª edição)

Miriam - publicação mensal de orientação religiosa e órgão do culto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Número sobre o tema do namoro.

Só um excertozinho, das 112 páginas:
"O sentido sagrado do amor no namoro e no matrimónio não pode ser colocado em subir pelas escadas do templo, entre grupos de fotógrafos, com um vestido rico e de muita cauda - insulto muitas vezes ao amor e ao pobre."
Um dos artigos tem como título "Uma palavra estrangeira - «o Flirt»" em que se conclui que "não basta, portanto, suprimir a palavra, é preciso banir também o costume estrangeiro que a introduziu."

12 agosto 2011

Tragédia na Praia do Meco

A vítima, um nudista brincalhão que se tinha deitado na areia depois de um mergulho, resolveu brincar com a sua companheira meio mouca e muito distraída e quando lhe disse querida, toma lá que é um croquete ela terá percebido querida, come lá que é muito crocante.

O Tapete

Foi uma cena de filme: dois indivíduos param o automóvel, abrem a mala, tiram com algum esforço um grande tapete enrolado e atado com uma corda em volta, que parecia embrulhar qualquer coisa com a forma de um corpo, e lançam-no, com inesperado à vontade, às águas acastanhadas do Tejo. Fizeram-no com tal descontracção que quem viu a operação – atletas de fim de tarde, namorados de principio de noite e velhos babosos interessados em ver as atletas e as namoradas (e um que via os atletas e os namorados) – ficou espantado mas sem acreditar verdadeiramente no que via.
E, quando os dois homens se meteram no carro e se afastaram calmamente, os mais esclarecidos e os menos distraídos com as atletas que continuavam a correr e com as namoradas que continuavam a passear – o que apreciava os atletas e os namorados não pensou em nada, ou melhor, censurou os homens por deitarem fora um tapete com tão bom aspecto e uma corda nova – procuraram câmaras de filmar e tomaram atenção para ouvir um “corta” gritado. Só que nada aconteceu, ou melhor, aconteceu o que tinha de acontecer da forma mais prosaica que seria imaginável: o tapete afundou-se e desapareceu, os homens sorriram a quem os olhava e seguiram sem deixar rasto, matrícula ou algo que ajudasse à sua identificação e os atletas continuaram a correr, os namorados a namorar e os velhos (alguns não eram assim tão velhos) continuaram a tomar atenção aos corpos em que estavam interessados.
Para variar, a polícia chegou um pouco depois, o que causou um certo burburinho e expectativa entre os presentes, reconheça-se, mas o agente vinha buscar um dos velhos que, sem mostrar os genitais, se masturbava e gritava palavras de incentivo quando as corredoras passavam – as palavras eram de incentivo ao seu acto e não aos dotes atléticos das corredoras, o que, provavelmente, provocava os indignados telefonemas anónimos efectuados por vozes ofegantes para a policia – e, por isso, o burburinho e as expectativas esmoreceram e desapareceram logo que o agente em vez de se dirigir ao rio se dirigiu, como habitualmente, ao velho indecente.
– Ó Artur, pá, sabes bem que tenho uma grave micose na virilha – resmungou o idoso, justificando-se sem tirar a mão direita de dentro das calças quando o agente o abordou.
O agente riu-se e, agarrando-o cuidadosamente pelo braço esquerdo, disse-lhe:
– Vamos lá embora, senhor Anselmo.
O velho levantou-se e, após um longo suspiro, murmurou:
– Estava quase, pá. Quase! Hoje é que era…
– Mas porque é que você grita, homem?
– É mais forte do que eu – reconheceu o velho onanista encolhendo os ombros. O agente sorriu, condescendente. Picado pelo sorriso, o velho ergueu o braço e num gesto largo que abarcava todos os mirones resmungou injustiçado: – E eles?!
– Eles não gritam – informou lacónico o agente, abrindo a porta do pendura do veículo com o dístico de “Escola Segura” para o velhote entrar.
O velho aceitou a resposta, que sabia ser verdadeira, pediu ao agente que o deixasse em casa e contou-lhe a estranha história de dois tipos que levavam um tapete na mala do carro e que, sem mais, o tiraram do carro com esforço, porque o tapete estava pesado e parecia enrolar qualquer coisa, e depois o deitaram ao rio mas o agente – tal como vocês – não acreditou.

C'um Carvalho... ou dois!


A malta da Tuna Meliches é danada para a brincadeira!

Lighthouse Brewing: A celebrar raparigas a tocarem-se sensualmente umas às outras desde 1998

11 agosto 2011

Pornografia

Decidi escrever sobre este tema, não só por se tratar de um assunto deveras interessante para os fãs do cinema para adultos, mas também porque sempre me ensinaram a falar apenas sobre aquilo de que percebo. Há diversas observações a fazer acerca deste tão complexo tema, das quais escolho, para começar então, os títulos dos filmes para adultos. Acho que todos já se aperceberam que enquanto os filmes dramáticos ou cómicos têm sempre títulos desinteressantes e secos (ironia), os títulos dos filmes para adultos são sempre de colar qualquer um à capa, já para não falar da forte curiosidade que despertam em nós de os assistir. Em contraposição ao “Pianista”, temos, por exemplo, o “Canalizador”, onde o canalizador vai a casa da rapariga para lhe tratar dos canos, mas se por um lado desentope um deles, acaba por entupir mais qualquer coisa antes de se vir embora. De forma semelhante, da mesma maneira que temos o “A Vida É Bela”, temos também o “A Vida Da Bela”, onde esta leva, vamos lá, uma bela vida. Há também os célebres casos dos filmes que ficaram para a história como o “A Casa Ficou Blanca”, o “Menino de Pau Duro”, “O Rei Porcalhão” e “O Padrasto”.

Outra coisa a salientar nos filmes para adultos (para além das que já se salientam nos mesmos), são os nomes das actrizes. Faz parte da alínea c) do artigo 13º do protocolo dos Actores Crescidos, o facto de todas as actrizes terem que ter um nome começado pela letra K. Seja ele “Kassandra”, “Karina”, “Katia Vanessa” ou “Karmen”, tem, obrigatoriamente, que começar pela letra K.

Partindo para outro aspecto da indústria (uma vez que “partir” e “rebentar” são palavras-chave dentro da mesma), parto então agora para a história de um filme destes, propriamente dita. Há três tipos de filmes pornográficos: há aquele em que há uma turma de sete ou oito alunos, em que uma das alunas é rebelde, usa saias ao xadrez, curtinhas e justas às coxas, camisa branca, semi-transparente, sem deixar espaço para os mamilos respirarem, sem soutien e cuequinha de fio-dental, onde o professor a faz ficar na sala, depois da aula, a dar-lhe uma lição porque ela se portou mal; há aquele em que a cheerleader vem mais cedo do treino para o balneário, toda transpirada, e o professor de Educação Física, por acaso, estava lá à procura de qualquer coisa que deixou cair; e há aquele que começa com uma música de Jazz Fusão, enquanto uma latina toma banho na cabina de duche, de salto alto e porta aberta, enquanto esfrega, com água, a mesma parte do corpo repetidamente até escamar. Há, também, que questionar o facto de os actores comunicarem entre eles as deixas para entrarem em cena. Como é que será que o actor sabe o momento em que tem que entrar em cena? Será que eles combinam um código entre eles? Do género, ela passar o polegar três vezes seguidas no mamilo esquerdo e ele pensar “Ok, é agora”? E depois o pormenor do salto alto no duche! Eu preciso de usar o tapete de banho antes que escorregue e mande um tralho, mas esta menina, só para mostrar quem manda ali, não só toma banho sem tapete como também o faz com tacões de quinze centímetros em cada pé.
E da mesma maneira que eles têm que decorar os sinais para entrarem em cena, têm que decorar o texto do guião, que é complicadíssimo, também.

Para finalizar, queria só fazer a distinção entre um homem e uma mulher enquanto vêem pornografia. Enquanto o homem está mais atento a olhar para as maminhas da actriz, a namorada dele está mais preocupada na decoração do cenário, e a questionar-se se o sofá onde os actores se encontram foi adquirido no Ikea, e se ficará bem na sala dela.

vintage lesbians

fonte: tumblr

Devia...

Devia ter-te agarrado bem,
bem no meio das minhas coxas,
fincado os pés nas tuas costas.
Devia ter parado esse teu vai-vem,
esse erotismo triste,
triste,
sulcado de um eminente ir,
ficavas num eterno vem,
num constante vir.
Devia...

Teste rapidíssimo de Língua Portuguesa

Achas que dominas a Língua Portuguesa?
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Para quem não tem PowerPoint, deixo aqui a versão em PDF (Acrobat Reader)

10 agosto 2011

E que tal cada galho no seu macaco?

Como já devem ter percebido por alguns dos meus desabafos sou uma pila sensível e delicada, para além de hirta e firme quando toca a reunir.
Ora aqui há dias ouvi o coiso agarrado a mim a rir e tentei perceber do que falava, pois para além dos predicados acima também sou, como as melhores pilas, dotada de um refinado sentido de humor.
De resto, ainda ontem no urinol de um restaurante uma pila me contava que abraçou a carreira de palhaça porque sempre que as coisas agarradas às passarinhas a olhavam desatavam a rir e foi assim que a tal pila, nada curta de vistas, percebeu a sua verdadeira vocação e agora conta anedotas a todas as pilas que encontra. E eu, olhando para a minorca, percebi a piada toda da situação.
Por isso tentei perceber de que tratava a galhofa entre os coisos e com franqueza não lhes achei piada nenhuma, pois estavam alegremente a debater onde é que teria sido melhor nascer-lhes uma piroca, como se houvesse sítio melhor do que o real e, pior ainda, como se fossemos nós a nascer neles e não o contrário.
No meio da risota, a maioria defendia que na testa é que era bom, mas outros até se atreviam a sugerir as mãos ou os pés! As mãos ou os pés? Então e a pila andava aí a pisar tudo quanto é porcaria e (aí até dava jeito a algumas, coitadas) a ganhar calo? Ou a mexer em coisas sujas como o dinheiro e outras porcarias em que os coisos agarrados a nós chafurdam?
Às tantas chegou a vez do meu apêndice dar a sua opinião. E não é que o cabrão afirmou a pés juntos que bom era mesmo ter a piroca no queixo? Como se fosse uma barbicha badalo?
Como é possível que um coiso a quem tenho dado tantas alegrias onde estou possa achar que eu estaria melhor à vista de todos, ao pendurão como um chispe?

Pois eu acho é que o coiso agarrado a mim de cuja boca só saem disparates, essa verrugona, ficava melhor atarrachado aos tomates. Ou enfiado pela carola numa...

(Agora, com a fúria, varreu-se-me.)

No supermercado São?