26 junho 2014

25 junho 2014

Jogos de praia


Jeux de plage... from Patrice De Bruyne on Vimeo.

«respostas a perguntas inexistentes (271)» - bagaço amarelo

Um dos problemas dos dias chuvosos não é a chuva em si, é o facto de quase toda a gente começar a falar do estado do tempo. Eu incluído, que chego de manhã à janela e começo por dizer a mim mesmo: "mas que dia de merda!".
Tenho passado a maior parte dos meus dias comigo mesmo. De vez em quando vou dar um pequeno passeio e, principalmente à noite, recebo uma visita de vez em quando. Mesmo assim nunca tive a casa tão suja e desarrumada como agora. Creio que é por estar a ter algum gozo em estar em casa e a desfrutar dela. É aí que penso que o dia não é tão de merda assim.
Olhando agora para a minha sala, encontro uma pilha de cds espalhados pelo sofá e pelo chão, dois livros que ando a ler de forma intercalada, dois copos de vinho com o fundo pintado de tinto, alguns papéis de coisas que tenho para resolver e metade de um chocolate Garoto (uma das boas coisas que nos chegam do Brasil). A minha casa está desarrumada porque aproveito o tempo que passo nela.
Ontem, no meio desta confusão, recebi uma visita inesperada da Tereza (outra das boas coisas que o Brasil nos trouxe) e foi ela que me disse isso mesmo quando lhe pedi desculpa pela desarrumação.

- Quer dizer que está vivendo! - disse ao entrar.

A Tereza tem razão. É mais ou menos o mesmo que acontece com o Amor. Quando desfrutamos dele há alturas em que ele parece mais ou menos desarrumado, como se não soubéssemos por onde começar para pôr tudo no sítio outra vez. Não faz mal, é assim mesmo.
Beba-se vinho.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A Nu


«Quantas vezes, quanto tempo?» - João

"Quantas vezes podemos escrever sobre foda? Durante quanto tempo vamos poder escrever sobre foda até que pareça repetitivo, até que as pessoas se cansem? Não é a foda sempre a mesma? São quatro pernas, uma cona e um caralho, duas mamas – sim, estou a deixar as masculinas de fora – e quatro braços, dois pescoços e duas cabeças que se querem iguais. Num universo que se diz infinito, a finitude existe, e são apenas dois corpos, há um conjunto limitado de coisas que dois corpos podem fazer. Há um conjunto limitado de maneiras de descrever ou imaginar uma foda. Podemos variar os locais, podemos pintar as paredes de cores diferentes, modificar as camas, sofás, chuveiros, podem trazer-se croissants, chocolates, botas, renda, gravatas e vendas para os contos de fodas, mas em tudo isto, qual é o limite? Quando é que a foda se esgota?

Talvez nunca.

A foda talvez seja um contínuo, nestas cabeças talvez a foda nunca cesse, e tudo o que acontece quando a foda não é física, é a água que cobre o iceberg, é a pausa que serve para o descanso, porque se a foda que arde na alma é imensa e constante, a foda no corpo faz estragos que é preciso curar para depois voltar à arena e arranhar a pele, deixar marcas, sentir no corpo o que na alma é certeza. Talvez a foda nunca seja repetida, porque nunca termina. Talvez possa escrever anos e anos sobre foda sem o medo de me repetir, sem parecer soar a disco riscado, porque numa cona e num caralho que unem esforços não há discos riscados, há corpos molhados, há coisas que transcendem a foda, e a foda, afinal, é apenas o princípio e o fim, os parêntesis rectos que seguram o conjunto, o universo finito e curvo onde nos movemos. A foda é relicário, é fiel depositária de muito mais que a foda. E se isso nunca se esgota, se a alma nunca esgota, eis o nosso infinito e a certeza de nunca, nunca cansar."

João
Geografia das Curvas

24 junho 2014

Sexo & deficiência

Eva portuguesa - «Perco-me»

Perco- me em ti. Por ti. Para ti.
Perco-me a mim para te encontrar a ti.
Porque quando me olho ao espelho é o teu reflexo que vejo. Porque quando procuro as minhas feições, apenas encontro as tuas. E aí sei sem sombra de dúvida que me perdi... Perdi-me em ti... Perdi-me por ti... Perdi-me para ti...
Deixei de ser eu, um ser único ,independente e inconstante. Passei a ser o teu reflexo. Ou tu o meu... um ser mutante, inatingível e tão frágil... A força que nos une é a mesma que nos torna tão frágeis... a mim, pelo menos.
O que nos une é também o medo do nosso afastamento.O que nos afasta é também o motivo que nos atrai um para o outro. Uma e outra vez. Sempre.
E foi assim que me perdi... para sempre... e é assim que me perco todos os dias. Uma e outra vez. Sempre. Para sempre.
Porque - sabes? - desde que te conheci que me perdi. Em ti. Por ti. Para ti.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«se quisesses» - Susana Duarte

escrevo-te sobre os poros___________e sob a pele,
enquanto me habitas as sombras____e os recantos
luminosos____________________de noites antigas

são antigas as ruas onde passámos_________vidas
inteiras, abertas, marinheiras_____do infinito luzente
______________que nos habita o centro do corpo e
o centro_______da vida, e o centro dos olhos_____

serias a águia e o grito______a água e o parto____
se, querendo, me quisesses._____se, querendo, me
_______amasses as terras longínquas de onde sou.

serias, se quisesses, as asas todas do meu corpo.

Susana Duarte
poema e foto
Blog Terra de Encanto

Recordação das Caldas da Rainha

Grande vaso com ancas de mulher e pénis no interior.
Uma das muitas peças da minha colecção originárias das Caldas da Rainha.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)



23 junho 2014

Lovea - «Too much love»


Too much Love...For LOVEA from SMALL CREATIVE UNIT on Vimeo.

«Canção de amor» - Jorge de Sousa Braga

Ensinei o meu pénis a dizer
o teu nome. Só ele é capaz

de soletrá-lo de trás para a
frente e da frente para trás

indiferentemente

Só ele fala como falo

Jorge de Sousa Braga
página de fãs no Facebook

«conversa 2084» - bagaço amarelo

Ela - A ditadura da beleza é lixada para as mulheres.
Eu - Só para as mulheres?
Ela - Sim. Um homem pode ser feio, uma mulher não.
Eu - Não percebi.
Ela - Uma mulher feia tem uma vida difícil só por ser feia. Um homem pode ser feio à vontade...
Eu - Continuo a não perceber.
Ela - Estou a tentar explicar-te que as mulheres se sentem quase obrigadas a serem bonitas, enquanto os homens não. Por causa das revistas, da televisão...
Eu - A sério que não percebo mesmo.
Ela - Queres que eu te explique melhor?
Eu - Se conseguires...
Ela - Tu és feio e sempre andaste com mulheres bonitas.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»