19 junho 2018

«Demi-veuve» (meia viúva)

Romance sem data mas publicado em 1907 pelo editor Albert Méricant, Paris.
Edição original da autoria de Toulet, o qual, por achar demasiado livres as 28 ilustrações feitas por Florane, recusou assinar a obra, adoptando o nome de Curnonsky. Exemplar raro por ter todas as ilustrações originais, que passa a fazer parte da biblioqueca da colecção.








A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

18 junho 2018

A nova edição do diciOrdinário ilusTarado já está à venda

O diciOrdinário ilusTarado já está disponível  na editora e nas principais livrarias.

Podes já encontrá-lo e encomendá-lo na editora (Chiado Books), na Bertrand e na Wook.

Se quiseres uma dedicatória personalizada, também podes encomendar-me directamente o diciOrdinário ilusTarado. Basta preencheres e enviares-me este formulário preenchido:


DiciOrdinário - nova edição
encomenda

Sexo seguro para idosos

A Tarzana

Esta tinha a mania que era selvagem. Um andar despudorado, uns cabelos pretos e revoltos, peito para a frente - coisa que me chamou particularmente a atenção e me fez de logo levantar o salpicão - dizia chamar-se Ana e que era muito diferente das outras que eu tinha conhecido. Não demorou muito para que na minha cabeça ficasse conhecida como a Tarzana. Tenho de arranjar múltiplos estratagemas para me lembrar dos nomes das moças que avio à berlaitada. A minha memória é coisa que não dá para nada. Claro que assim que lhe dei o epíteto de Tarzana, o meu imaginário começa a divagar e, enquanto ela fala de si, toda cheia de confiança, eu apenas a vejo a agarrar-se à minha liana cheia de convicção. Acto contínuo imaginário, estamos já numa orgia e ela anda a gritar como uma verdadeira Tarzana enquanto salta de liana em liana, até se fixar na minha grandiosa zarabatana. Uma das coisas que mais aprecio na minha imaginação é a arbitrariedade. Tanto pode num momento estar armada em amazona da goela a abocanhar-me a fartura, como no momento seguinte estar num bacanal de proporção épica, a foder sem qualquer ética. São estas pequenas coisas que me fazem entregar ao carácter inesgotável do murmúrio da imaginação. Claro que com tanta fixação pelo imaginário, nem reparei que a gaja era estrábica. E foi aí que uma dúvida inadiável me assolou. Será que “Tarzana” é agora o nome mais adequado para me lembrar desta mafarrica? Ou será que a devo memorizar como Cabra Cega? Como ela entretanto tirou as cuecas, a dúvida foi adiada para depois da selvajaria sexual a que a submeti. Foi até lhe endireitar o olho.

Patife
@FF_Patife no Twitter

O lobo mau faz coisas boas ao capuchinho vermelho...


17 junho 2018

«respostas a perguntas inexistentes (379)» - bagaço amarelo


Eu e o Vento

A noite embrulhou-me em silêncio. Saí do trabalho e continuei a caminhar sem destino, como um barco à deriva num mar sem vida. Era assim que estava a cidade, quase morta. Mas tive sorte, encontrei um pequeno sinal de vida no vento que, tanto quanto percebi, também estava sozinho.
Ainda bem. É sempre bom ter alguém com quem falar e nada como ele, que nunca põe em dúvida o que dizemos, para dar dois dedos de conversa.
Sempre acreditei que somos incapazes de mentir aos outros, mas mentimos muito facilmente a nós mesmos. Só o vento é que tem essa noção e, talvez por isso, seja um dos meus melhores amigos.
Esta noite, por exemplo, falámos de Amor. E ele concorda comigo no essencial. A palavra é de desconfiar. Fala-se de Amor como se fosse uma coisa qualquer. E não é. Eu já vou em quase cinco décadas de vida e, tanto quanto me lembro, disse essa palavra a três mulheres. Bêbado, claro, que é o conta. Em estado sóbrio terei dito mais vezes, mas todos sabemos que a sinceridade é filha da bebedeira.
Quando se diz a palavra Amor a muitas pessoas, então nunca se Amou ninguém. Foi ele que mo explicou, o vento, que também me pareceu estar um tanto ou quanto embriagado. E eu acreditei.
Dividimos a dor e o prazer de não sermos nada nem coisa nenhuma. Isso e uma garrafa de vinho barato, claro. Afinal de contas andamos os dois sempre a contar os trocos como se fossem cada um dos momentos do tempo que passa.
Nada disto interessa muito, claro. Foi apenas mais um conversa entre dois amigos de longa data que partilham o facto de nunca terem pedido a nenhuma mulher que os continuasse a Amar para além do Amor. E é por isso que de vez em quando nos cruzamos os dois num ponto qualquer do planeta, nos sentamos no primeiro local aprazível e discutimos o mundo como se fosse possível entendê-lo.
Sou eu e o vento.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Postalinho do Gerês - 2

"Beldade de Castro Laboreiro"
Irene Nunes



Animadoras culturais

Crica para veres toda a história
Ramerrão


2 páginas

(cricar em «next page»)

16 junho 2018

«onde te escondes?» - Susana Duarte

onde te escondes, quando a noite cerca as sombras
e as desfaz, tornando-as nébulas no olhar, e densidade
negra por sobre as espáduas e o ventre?

onde te escondes, sempre que a noite vigia os incómodos
sussurros dos amantes, mitigados pelo raiar da lua que, sobre
os corpos, se declina em invulgares contornos, de corpos
redondos e interstícios onde as peles se não encontram?

onde quer que estejas, és o olhar que se estende sobre os dedos
que movo no ar, incógnitos bailados do pensamento,

onde tanto se diz, por entre aquilo que se procura.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook

«First day of my life» - Mário Lima



"Em ti, poderia ser o primeiro dia do resto da nossa vida!"

Mário Lima

Ai, se eu tivesse dinheiro...

Cartinha recebida de uma amiga que sabe bem o que procuro para a minha colecção.
Só não encontrei ainda o João Ratão para a minha Carochinha...

"Alô, São Rosas!

No domingo fui a um museu/bar de cocktails/sala de eventos que me fez lembrar a tua situação e colecção.
Tens aqui o site para dares uma espreitadela:

The Last Tuesday Society

Não sei como é o teu Inglês, mas essencialmente, um tipo um bocado excêntrico tem vindo a acumular objectos curiosos do mundo inteiro - desde gravuras a taxidermia e figurinos do McDonalds.
Como diz no livreto acerca do museu e das peças do museu, “O museu apresenta uma visão incoerente do mundo, exibida através de perplexidade, enfiada num espaço mínimo. Não existe tentativa à classificação nem compreensão (…), este museu simplesmente exibe tudo o que brilhou perante os olhos do seu fundador. (…) Colocando o raro e o belo no mesmo plano que o comum, banal e divertido, este museu procura não educar mas subverter (…).
Um bocado como tem acontecido com A Funda São, o museu recebe ofertas vindas de todo o mundo - desde um cocó da Amy Winehouse a chichi do Russell Crow, até ao pénis erecto e mumificado de um tipo qualquer que foi enforcado em 1600 e tal ou por aí…
A entrada para o bar é gratuita e já no bar vês uma boa parte da colecção, que ajuda a criar ambiente. O custo da visita ao museu, que fica na cave, é de £6.
Há depois eventos regulares (provas de absinto) e uma sala que pode ser alugada para festas/eventos privados - desde festas de aniversário, encontros de clube de poesia e aulas de desenho.
Não sei bem qual o modelo do negócio mas imagino que o dono dos artigos seja também dono do edifício (2 pisos abertos ao público) e que use o espaço para guardar as posses. Depois ou aluga o espaço para alguém explorar como bar, ou é ele próprio o dono do negócio.
Enfim…achei que algo do género criado em torno da tua colecção seria um sucesso imediato em Lisboa com locais e estrangeiros. Se tivesse dinheiro/disponibilidade e estivesse pronta para outra aventura, fazia-te uma proposta :)
Mas fica a ideia!
Beijinhos e boa sorte com o projecto!"
Joyce Craveiro



15 junho 2018

Postalinho do Gerês - 1

"Uma racha íntima muito à frente, no Xurés (Gerês do lado da Galiza)"
Irene Nunes


«Os moralistas» - Cláudia de Marchi

O moralista não é apenas um chato hipócrita. Aquele que precisa se adequar as regras, as "normas sociais tácitas" de convívio. O moralista é a visão viva do recalque, da inveja, do impulso de prazer reprimido!
O moralista é dono de uma pobre alma imersa em covardia, em vontades reprimidas. Vontade de falar alto, vontade de transar, vontade de ir ao boteco, vontade de ler um conto erótico e pular o sermão do padre! Vontade de ler este blog e correr até mim para ver uma verdadeira fêmea despudorada se deleitando com seu próprio prazer!
Vontade de fazer sexo sacana e mandar a rotina certinha do "duas vezes" na semana se lascar, vontade de não dizer o que os outros querem ouvir, vontade de calar e rir sozinho, vontade de gargalhar escondido, vontade de usar short curto, decote, vontade de colocar biquíni fio dental e sair andando livremente numa praia lotada.
Vontade de pular, de dançar, de pagar de louco, de ser louco e realizado, vontade de mandar os 7 pecados para o inferno e se deliciar nas suas "condutas" agradáveis, vontades que pululam sua mente, mas que ele castra. Esconde de si mesmo e se torna esse ser paladino da moral e dos bons costumes que é invejoso da alegria que poderia ter, mas teme.
Afinal, a bíblia disse isso, o autor tal disse aquilo, sua mãe disse aquele outro, seu pai complementou e a sociedade é o antro da hipocrisia formada por seres tão infelizes e desanimados que só se sentem vivos julgando a conduta dos outros. Dos felizes, independentes da opinião alheia e bem resolvidos que cagam e andam para rótulos sociais moralistas, ainda que, seguidamente, imorais. Imorais porque falaciosos, imorais porque não condizentes com suas vontades, imorais porque da boca para fora e não da alma para dentro.

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!