20 outubro 2018

«Escrevo-te» - Susana Duarte

escrevo-te, para que saibas onde estou

perdi-me para além das amoreiras bravas,
que me pintam os lábios, e a pele, e os sentidos,
com as cores profundas das noites azuis

escrevo-te, para que saibas onde estou

perdi-me para além dos oceanos, onde nereidas
consomem o sal sereno dos mares calmos,
e a história nos reescreve nos dias salgados da procura

escrevo-te, e quem sabe, descobrir-me-ás

onde as Náiades serenam as águas já doces
e as amoras me preenchem com o rubro das suas bagas,
e o sumo delas me escorre pelos lábio, que beijas,

na procura incessante dos horizontes para além dos quais me perdi

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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«Love by grace» - Mário Lima



"Não vim aqui para te deixar..."

Mário Lima

«Faz hoje anos» - Rui Felício

Estudantes de Coimbra... das Caldas
na colecção de
arte erótica «a funda São»
O Quim Reis desafiou-me e eu, sempre pronto, acedi.
Ele namoriscava uma moça da terra da avó dele e queria ir até lá para estar com ela.
Tarei era a terra próxima de Vila da Feira onde teríamos que nos dirigir.
A dormida não seria problema, garantiu-me o Quim Reis. Ficaríamos uns dias em casa da avó, uma vivenda grande e antiga de rés-do-chão e primeiro andar. Quanto à viagem teríamos que a fazer à boleia pelo que, para a facilitar, convinha que fossemos de capa e batina.
E assim fizemos. Saímos do bairro e postámo-nos ao pé da Estação Velha.
Depois de três boleias diferentes, lá chegámos a Tarei.
As vindimas tinham ocorrido uns dias antes pelo que na manhã do dia seguinte, fomos convidados para irmos provar o vinho “monstro”, corruptela popular para designar o mosto.
Era um liquido dulcíssimo, obtido após a fermentação inicial, em que a quantidade de açúcar ainda elevada e não completamente convertida em álcool lhe dava um travo agradável ao paladar, encorpado, quase mastigável.
Já não me lembro de quantas adegas visitámos. Pareceria mal não retribuirmos a simpatia dos convites, razão pela qual em todas bebíamos um ou dois copinhos do néctar.
À tarde, regressados a casa, as tripas começaram a revolver-se, pois que o vinho “monstro” provoca desarranjos intestinais, segundo nos explicou serenamente a avó do Quim.
Depois de sucessivas correrias para a casa de banho até ao anoitecer, a juvenil idade ajudou a restabelecer a normalidade. E ainda bem, porque nessa noite estava programado, no terreno fronteiro à casa, um bailarico para assinalar o fim das vindimas.
Ao som de uma concertina, um bombo e um violão, os convidados dançaram freneticamente as modas que os músicos iam tocando.
O Quim com a sua namorada.
Eu, com a criada de servir da casa.
Mau grado o calor, e porque outra roupa não tínhamos levado connosco, dançámos vestidos de capa e batina.
A minha parceira de dança e eu, que os calores do tempo e da juventude incentivavam, enrolávamos os corpos colados num misto de alegria e desejo.
A certa altura, a rapariga, certamente convencida, pelo traje que usávamos, que nós éramos seminaristas, segredou-me:
- Você, para padreco, é muito atiradiço...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

19 outubro 2018

Um sábado qualquer... - «Posso explicar!»



Um sábado qualquer...

Postalinho de Praga - 16

"Publicidade no urinol de um bar de Praga.
Se a modelo soubesse a utilização que deram à foto dela, duvido que achasse erótico!"
São Rosas



#legumismo - Ruim





"Hoje vou finalmente almoçar a um restaurante vegetariano. Estou com o pipi tão mas tão molhado que já pedi uma esfregona para limpar o chão não vá alguém cair.

Vou ver de uma bandolete para ir bonita."

Ruim
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18 outubro 2018

«Campo de Papoilas» - Áurea Justo

Nos jardins do paraíso têm fontes vivas
Riachos frescos saltitantes...transbordantes
A claridade celestial espreita pela janela da vida
Num campo de papoilas perfumadas esvoaçantes

A Natureza sussurra aos meus ouvidos de vidro
Canções de uma nova esperança num acorde de Fá
Anjos interpretam este quadro místico num livro
A harmonia fala-me de amor imaculado do lado de cá

A minha alma estremece junto da minha pele
Sons de campainha povoam o sonho de atrito
Toda a inocência se entrelaça no aroma dele
Aquele que possui o meu coração e alma e espírito!

In Diário Da Minha Vida

Áurea Justo
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«Chupa!» - Adão Iturrusgarai


Homossexualidade e homoerotismo em Fernando Pessoa

Este livro reúne os muitos textos em poesia e em prosa, nos quais Fernando Pessoa exprime sentimentos homoeróticos, ou nos quais aborda o tema da homossexualidade, de forma explícita ou implícita, que se encontram dispersos ao longo da vasta obra de Fernando Pessoa, e que foram publicados até hoje. Encontram-se reunidos neste livro por vários tipos de texto, e por diferentes temas. Este livro inclui também o tema da dualidade da identidade de género, que é exprimida em alguns dos textos de Fernando Pessoa, que este associa também por vezes à homossexualidade, e inclui ainda os textos onde Fernando Pessoa exprime o seu desdém pelas mulheres, sob o ponto de vista afectivo. Grande parte destes textos são pouco conhecidos, e muitos têm determinados pormenores que passam geralmente despercebidos, para os quais chamam a atenção em notas de rodapé. Este livro contém também alguns textos inéditos.
Um ensaio a juntar-se a muitos outros na minha colecção.


A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

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