07 agosto 2019

«Noutros tempos» - Rui Felício


Corria o ano de 1199.
Ainda de madrugada, o Rei D. Sancho I, saiu de Coimbra com o seu numeroso séquito a caminho de Belmonte onde iria conceder foral àquela vila serrana.
A meio caminho, mandou parar numa propriedade de um nobre nas margens do rio Alva.
Eram 10 horas da manhã e foi recebido com grandes mesuras e vénias pelo proprietário que, de imediato, mandou matar dois vitelos que iria mandar assar para repasto do Rei e da sua comitiva.
Este procedimento não era uma simples cortesia. Era normal e obrigação dos ricos-homens darem estalagem e alimentação ao Rei e ao seu séquito pelo tempo que demorasse a sua visita.
D. Sancho disse-lhe que estava fatigado da viagem e ordenou - lhe que lhe indicasse aposentos para descansar.
A um sinal do rico-homem, a mulher deste levou o Rei para a casa senhorial e indicou - lhe o melhor quarto onde Sua Majestade poderia recuperar energias.
O Rei pegou no braço da jovem mulher e arrastou - a para a alcova onde desfrutou do seu belo corpo durante algumas horas.
Por volta das 3 da tarde o rico-homem foi ao quarto, entreabriu a pesada porta, enfiou a cabeça e, respeitosamente, comunicou ao Rei que o banquete estava servido.
Claro que não deixou de ver a sua mulher a dormitar no peito cabeludo de Sua Alteza Real, mas nada disse.
Logo que D. Sancho se encaminhou para a mesa montada em frente à casa dando início ao repasto juntamente com os seus acompanhantes, o proprietário da quinta senhorial chamou uma dúzia de trabalhadores e ordenou-lhes que se servissem da sua mulher a seu bel prazer.
Em seguida mandou que lhe tosassem o cabelo, e que lhe colassem na pele do seu corpo nu, penas de galinha e de pato com o esterco do galinheiro.
Mandou que a montassem no dorso de um burro virada para as traseiras do animal, que espantou com uma chibatada.
O burro, com a mulher nua em cima aos gritos, desatou a zurrar, desaparecendo em louca correria no pinhal próximo.
O Rei soube do que se tinha passado e disse ao homem:
- Não era preciso exagerar tanto! Tens de aprender a administrar a justiça de forma mais civilizada.
O homem retorquiu:
- Assim farei, meu Senhor, quando voltar a acontecer.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Postalinho da Noruega

"São Rosas,
Estou a sentir-me feliz em Geirangerfjord."
Carlos Martins

Pudera! Muito bem está quem fiorde!


Há vagas


Oh garota: Squirt é uma coisa. Mas Isso foi mais um tsunami vaginal.

Patife
@FF_Patife no Twitter

06 agosto 2019

«Let's stop excusing» (Deixemo-nos de desculpar)

Postalinho da fome que por aí anda

"Em Tarouca há cada bolo!...
Não vi ninguém a comê-lo. Gostava de saber se é para trincar ou chupar."
Vicentezão


Pratos franceses

"Mantém direito e fá-lo bem", "beleza masculina", "usura" e "natureza morta".
Lote de 4 pratos franceses com diferentes gravuras sobre as diferentes fases do homem: "Maintiens le droit et fait le bien", "beauté masculine", "usure" e "nature morte".
O humor malandro francês na minha colecção.













A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook.

04 agosto 2019

O fundo Baú - 29

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 21 de Abril de 2004 o OrCa começou a humedecer-me com odes:

Como é que eu não me hei-de babar toda?...

"Deixa-me dizer-te que a tua liberdade me inspira, São!
Que o teu blog me transpira, São!
Que dificilmente resisto, quando cá venho, a correr e agarrar na viola, São!
Que dou bastas vezes por mim a escorrer saliva, São!
Pudera eu ver-te no Parlamento, melhor que aquela cambada que o constitui, São!
És a minha chefe de sex, São!!!

OrCa"

Desculpem-me uns momentos mas preciso dos cortinados só para mim...

«Eis»

eis a noite ensimesmada
das bruxas

e as quimeras vivas:
talvez haja um poema,

ou a sede, por escrever.

talvez tu sejas a sombra
navegante das asas perdidas,
ou o esquálido
e angustiado nó
deixado vivo nas noites outrora
agitadas pela ode marítima
com que me beijavas
a madrugada.

eis as noites das quimeras,
gárgulas perdidas
onde os nós se desatam,
sedentos, talvez, de deixar
nas pedras as sombras
originais. eis os nós, e as pedras.

eis o ser que se transforma,
e a mulher-rocha das marés.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook


Ex-voto 31


03 agosto 2019

«Traseiras» - Fernando Gomes

Juvândio começou por plantar cenouras na pequena horta das traseiras. Quando se dedicou a pepinos e curgetes, os vizinhos começaram a desconfiar daquela horticultura exclusivamente fálica. A certeza chegaria com os melões: a recepcionista das urgências vivia no mesmo quarteirão.

Fernando Gomes