04 julho 2014

Monólogo do Pênis

Olás...

Os Monólogos da Vagina, espetáculo teatral da norte-americana Eve Ensler, também teve a sua versão no Brasil, cuja peça  foi um estrondoso sucesso.

Mas fiquei pensando: E a minha versão, como seria, se nunca assisti ao espetáculo para poder adaptar? Como seria o meu "O Monólogo do Pênis?".  

Aí a cabeça  começou a variar (a minha cabeça, claro!).  As ideias se aglomeravam enquanto eu (não) tentava  dormir. Porque índia que se alimenta de produtos afrodisíacos naturais tem mais facilidade de ter a mente fértil para pensar em bobagens. Foi assim que comecei a imaginar como seria isso de um pênis falar com ele mesmo. Uma versão (nada)  adaptada de "Os Monólogos da Vagina".

O monólogo, um deles, seria assim:

- Hoje vou trabalhar. Se puder -  e me apetecer  - , vou visitar muitas " grutas" e "cavernas".
-Êpa! Mas preciso também ter cuidado. Se entrar em qualquer caverna ou gruta que não conheço posso sair machucado.
- Mas melhor sair machucado e ter experimentado o perigo, do que me arrepender de não ter entrado nesses lugares atraentes para o perigo,  misturado com o prazer.
- Ali tem uma caverna. Vou  puxar conversa:
- Oi, estás toda úmida. Mesmo assim vou entrar aí. E nem tenta proibir que já estou dentro.

Horas depois....

- Foi um sufoco, mas bem satisfeito com o que vi. Gruta apertada, quase me enforquei, mas foi demais!
- Acho que visitarei essa gruta  mais vezes!
- Ali uma outra. Estranho, parece estar  aqui há séculos! Vou entrar.

Segundos depois... 

- Muito larga essa gruta. Caberiam muitos de mim dentro dela. Respirei com tanta facilidade, que sequer senti o gosto de ser sufocado.
- Uau! Que delícia deve ser a  gruta que agora vejo! Uau!
- Nem dou chance para pensar se vou lá ou não. Eu vou...!

Minutos depois (minutos do tipo 60  minutos) ...

- Saí hoje para visitar todas as  grutas e cavernas. Então, as surpresas também fazem parte! Tudo bem que não era bem uma caverna, tampouco gruta, mas o  buraco estava no meio do caminho e fui entrando. 
- Pelo menos experimentei. E, na falta de uma caverna/gruta para  visitar, contentar-me-ei com um  buraco para  explorar. Aventura é isso.
- Aquela  ali  vale a pena! 
- Posso entrar nessa caverna?

1 hora  depois...

- Tudo bem que estava chovendo, mas por que colocar essa camisinha de plástico na  minha cabeça? Eu não estava com frio. Nem deu para sentir direito a sensação de estar em uma caverna. Gosto de liberdade!

Muitos e muitos  anos  depois...

- Porra de impotência! Droga de incontinência urinária! 
- Alguém pode me trazer uma pomada para assaduras? 
- Tanto faz se quem vai trazer a droga dessa pomada é homem, mulher jovem ou velha... Podem mexer à vontade comigo,  porque aqui só um guincho me levanta.
- Mas estou satisfeito! Passei bom tempo da vida trabalhando...
- Só não entendo o  porquê desses homens que trabalham em cavernas reclamarem tanto...!

Mamãe Coruja