deita-te a meu lado,
e fala-me da transcendência. diz-me
onde residem
os poemas, e revela-me a luz de outrora.
deita-te nos meus braços,
e fala-me da saudade. diz-me onde
reside a sede, e a fome, e a vontade de ser abraço, poema
inscrito num braço, que me prende e segura. conta-me dos dias sonoros,
e da velocidade dos movimentos dos dedos, quando, maravilhados,
inscreveram em si próprios o poema. deita-te a meu lado,
e reencontra, no corpo que se arqueia,
as palavras que procuras.
e fica. fica a meu lado,
e revela-me as ondas da paixão,
e os olhares que desnudam, e a alegria
de se ser onde o poema se inscreve na carne.
deita-te a meu lado,
e fala-me da transcendência.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto