A primeira vez que a vi andava ela com um primo meu, mas tal não impediu que ficasse imediatamente louco por ela. Sei que estas coisas não se devem fazer, principalmente aos familiares e amigos, mas na altura era muito jovem e a atracção era demasiado forte.
Durante quase três anos limitei-me a vê-la andar com o meu primo e quase nunca tive a oportunidade de estar perto dela, que era a minha maior ambição.
Até que - e nestas histórias, felizmente, há sempre um "até que" - o meu primo, que entretanto tinha sido "obrigado" a fazer o serviço militar, foi mobilizado para a Guiné.
Foi num dia marcado por dois violentos estados de alma que o meu primo me telefonou e disse que precisava de um grande favor. Conversa feita e fiquei com o coração partido, entre a aflição da ida do meu primo para a guerra e a suprema alegria de levar a bom termo a incumbência que tinha acabado de aceitar.
O que o meu primo me pedira - e eu aceitara, de imediato e com o coração aos pulos - fora para eu tomar conta da namorada daí em diante, uma vez que ela não podia ficar só e abandonada.
Bem, a minha vida mudou completamente. Ela aceitou de boa vontade a mudança "de mãos" e a partir dai ficámos verdadeiramente inseparáveis.
Passei a ser "vítima" de alguns olhares de inveja e não raras vezes tive que ouvir bocas foleiras, sugerindo que eu não tinha "andamento para tal máquina". Na altura vivia no Porto, parava ali pelo São Lázaro e havia outro amigo das B. A. que andava com uma irmã, pelo que muitas vezes trocámos impressões e segredos.
Bem, depois de uma série de anos, as circunstâncias da vida separaram-nos e durante muitos, muitos anos perdemo-nos o rasto. Aqui há uns meses, no meio do Verão, um amigo veio dizer-me que sabia onde ela morava, mas que devia estar bastante doente, pois há tempos que não saía de casa.
Abreviando, consegui com algum custo convencê-la a voltar para junto de mim... e ontem finalmente entrou cá em casa. Agora vou começar a descascá-la e tratar dela para que não se envergonhe de sairmos os dois para a rua.
Vejam as fotos, como ela era e como a reencontrei!
Nos bons velhos tempos
O estado em que a reencontrei
Mas com algum trabalho e muita vontade, vai voltar ao que era.
Não acham que é uma bela história de amor, para o dia de hoje?
Tiko Woods
Agora, ouçamos um passarinho a cantar uma melodia de amor.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia