08 fevereiro 2004
O lupanar
Ah! Por que monstruosíssimo motivo
Prenderam para sempre, nesta rede,
Dentro do ângulo diedro da parede,
A alma do homem polígamo e lascivo?!
Este lugar, moços do mundo, vêde:
É o grande bebedouro colectivo,
Onde os bandalhos, como um gado vivo,
Todas as noites, vêm matar a sede!
É o afrodísiaco leito do hetairismo,
A antecâmara lúbrica do abismo,
Em que é mister que o género humano entre,
Quando a promiscuidade aterradora
Matar a última força geradora
E comer o último óvulo do ventre!
Augusto dos Anjos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia