11 novembro 2011

E reservo-nos um dos seus luares também

Procuro com afinco a expressão de tudo o que sinto quando te penso e de imediato me esqueço de tudo o que me rodeia nesse momento especial.
Tão simples afinal o prazer que me dás, apenas uma amostra do que és capaz quando me olhas tentada e me tomas de assalto na tua imaginação.
E depois o corpo desembestado, como um povo libertado à solta pelas ruas de um mundo feliz. Celebração da vida num instante imortal, registado para sempre nas palavras que procuro com afinco para exprimir aquilo que se sente quando alguém se percebe amante numa outra dimensão.
Numa história de ficção, aos olhos de quem assista do lado de fora nas páginas de um livro onde incógnitos nos vestimos personagens nos corpos que despimos em segredo guardado a dois. Contamo-lo depois, palavras a meias no topo da muralha de um castelo qualquer onde observamos o ocaso de mais um dia em que assistimos juntos ao nascer do sol.
O brilho da tua pele transpirada pela emoção declamada em silêncio, beijada pelo vento ou pelo sopro discreto dos meus lábios que murmuram, bem perto, uma incomensurável paixão.
A viagem pelo tempo partilhado, um tempo imenso que sabe sempre a pouco quando a tua presença se faz sentir e altera o seu medir rigoroso pela bitola dos momentos excepcionais.
E de imediato me esqueço de tudo quanto existe para lá de ti, de quase tudo quanto vivi a sós numa existência mais pobre, sem nós, um tempo anormal, enquanto procurava afinal o prazer tão simples que me dás.
Apenas uma amostra do que és capaz quando me sonhas acordada e despertas de repente, selvagem, para o assalto seguinte a um instante apaixonado.
Para uma nova viagem ao nosso mundo longínquo, ao nosso espaço gigante e privado.

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Uma por dia tira a azia