29 abril 2016

Pedofilia - como em tudo, não há verdades absolutas

A propósito do poema «Anda, vem…» de António Botto, lido por Luís Gaspar, a MADR escreveu:

António Botto
"Desde que soube que era pedófilo (gostava de rapazes, quanto mais jovens melhor) perdi um bocado a vontade de... o ler."

O Charlie comentou:

"Isso, Madr, levanta a questão nunca bem abordada sobre a zona cinzenta que para a lei é no entanto clara. A partir de que momento alguém é adulto? Há pessoas perfeitamente maduras com dezasseis anos, e outras que prolongam o seu estado adolescente até muito mais tarde. 
Se bem que não haja dúvidas sobre o nojento e perverso acto de abusar de uma criança de sete ou oito anos e muitas vezes até com menos idade, a partir de determinada altura, são os próprios menores que procuram determinadas experiências, quer pela definição da sua orientação sexual, quer por curiosidade. Cabe ao adulto o saber rejeitar liminarmente, mas por vezes podem acontecer os casos em que o corpo ultrapassa os limites que a lei impõe, é-se ainda menor no papel, mas adulto no resto. Adulto verde, é um facto, mas à medida que os anos passam vou sempre olhando para trás e vejo-me sempre verde até ao dia de ontem."