16 outubro 2016

Alcovas da fundação



Num tempo em que 45 anos eram a esperança média de vida que tudo a mais disso era bónus a Teresa foi despachada aos 13 pelo pai, para um gajo francês de meia idade, o Henrique, que tinha 24 e ainda recebeu de dote o Condado Portucalense, tudo por mor de uns serviços de espadeirada pela Galiza afora.

Quando aos 46 o gajo bateu a bota dedicou-se então Teresa  aos encantos de um sensual galego, vinte anos mais novo, o Fernão Peres de Trave que era casado com Sancha Gonçales, coisa a que não se ligava nenhuma na época que sexo era sexo e contratos eram contratos e não tinha o cu a ver com as calças. Aliás, a mãe de Teresa também não era a esposa de Afonso seu pai. Certo é que a Teresa e o Fernão devem ter funcionado bem na cama porque tiveram duas mimosas filhas, a Sancha e a Teresa. 

Afonso, o filho de Teresa e de Henrique é que a páginas tantas puxou o tapete à mãe, à espadeirada como era uso nessa época e, lá ficou ele a mandar no Condado.

A menina dos olhos de Afonso e que até lhe levantava mais qualquer coisa abaixo do umbigo era a Flâmula Gomes, que o fizera pai de Fernando Afonso e de Pedro Afonso, mas ser rei obrigava-o a casar com uma princesa e para esse efeito lá mandou vir do estrangeiro a Mafalda que cumpriu plenamente as funções que lhe foram confiadas e em 12 anos pariu 7 rebentos tendo mesmo morrido no parto do último.

Já com o dever cumprido, Afonso Henriques, do alto dos seus 48 anos para estoirar antes que se faça tarde, dedicou-se ao intercâmbio de carnes com Elvira Gualtar, a quem fez duas lindas meninas, a Teresa e a Urraca.