22 outubro 2016

«Boa como o milho!» - por Rui Felício

Há dias, a minha amiga Vera Duarte, Professora de História publicou esta fotografia, interrogando-se sobre a origem da expressão "Boa como o milho".
Prometi-lhe que a descobriria.
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INVESTIGAÇÃO
Confesso que me sinto exausto mas ao mesmo tempo satisfeito, por, finalmente, ter levado a bom porto o meu trabalho, após aturadas pesquisas histórico-cientificas, em que até o Carbono 14 foi utilizado.
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AS ORIGENS DA EXPRESSÃO “BOA COMO O MILHO”
Esta expressão remonta aos longínquos tempos da Antiguidade. Nefertiti, jovem Deusa egípcia, de uma beleza inigualável, raiando a perfeição suprema, a certa altura quis casar, o que, sendo normal nos seres humanos vulgares, não abona muito à propalada inteligência divina. Mas enfim, isso é outra história...
Mas seu pai (sim, porque os Deuses antigamente tinham família...) queria casá-la com um Deus rabugento, grosseiro e mal encarado ( antigamente os Deuses não eram todos belos...), muito mais velho que ela.
Nefertiti sofria, como é bom de ver, e propôs ao seu pai que lhe desse uma oportunidade de tentar casar com outro que não aquele que lhe estava destinado. O pai aceitou mas, matreiro (nos Deuses antigos também se encontrava esse humano defeito da matreirice...), disse à filha que ia realizar uma prova de selecção, com a condição de que se nessa prova ninguém a conseguisse realizar a contento, a bela Nefertiti acederia definitivamente a casar com o tal Deus rabugento e mal encarado.
E determinou:
Que fossem espalhados editais a convocar os candidatos à bela deusa, para participarem na prova de selecção do futuro noivo. Mas a beleza de Nefertiti era tal que no dia marcado apareceram dezenas de candidatos. Só então ficaram então a saber qual era a prova que teriam de realizar:
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A PROVA
A prova consistia em comer, num só dia, todo o milho que jazia espalhado em grande quantidade, numa enorme eira fronteira à casa do tal Deus. Raio de prova, pensou a maioria.
Impossivel! Desisto!, diziam alguns. Ainda por cima quase ninguém gosta de milho cru, diziam outros. E um por um todos foram desistindo abandonando descoroçoados o local...
O último dos candidatos ficou expectante e o pai de Nefertiti, perguntou-lhe:
- Então, és capaz de comer este milho todo?
O belo jovem, sorridente, que desde que nascera era doido por milho (certamente como macaco o é por banana...), perguntou:
- Se eu comer o milho todo, caso com a Nefertiti?
O pai da bela deusa, com um irónico sorriso, acenou afirmativamente com a cabeça.
O jovem candidato, já certo que iria juntar o útil ao agradável, lançou-se à sua tarefa de comer aquele milho todo, o que para ele era o melhor dos petiscos, exclamando eufórico:
- BOA!
e de seguida:
- COMO O MILHO!
E comeu-o... todo!