10 maio 2020

O fundo Baú - 68

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 11 de Julho de 2004, O OrCa fez serviço púbico e odeu-nos, em duas publicações:

O Minete - ainda um esclarecimento do OrCa

A arte do minete, percursora da igualdade dos sexos - veja-se a expressão "passar o corredor a pano", enquanto ocupação doméstica levada a cabo por ele - que nivela bocas, as do corpo e as outras, na mais plena democracia doméstica...
Arte que se desenvolve com a idade, tal como se apuram gostos e paladares - bem me lembro eu do horrível gosto dos grelos quando criança e, agora, que se pela um homem por eles, como lhes chegar sem que um mar de atribulações nos estrague o prazer e a ponta?...
Desde o leve titilar até ao ruidoso chafurdo de que nos fala JC, o leve travo a maresia, a sedosa humidade da mais macia carne, a boca cheia de pêlos e, se em pleno 69, a narigueta ancorada no botão de rosa que, se os deuses da boa fortuna e da sacrossanta higiene ajudarem, até é uma componente agradável, mas se não - ou se a Mãe Natureza obrigar a alguma descontracção inopinada - provocará uma emoção dificilmente olvidável...
Ah, deixemos correr a imaginaSão, enquanto discretamente nos tentamos libertar daquele pelito, encaracolado e vagamente louro, que teima em nos irritar a garganta e que não há meio de despegar (pthuu, pthuuu...) e o bigode nos traz à memória já as saudades da última cena, passada há três horas, que nos parecem três anos...
Melhor é experimentá-lo, irmãos, pois nada do que é humano nos é estranho...

São, não seria elegante deixar a Encandescente sem resposta...
(... porque ela há rimas e rimas, muitas e desvairadas formas de rimar...)

Soberbo o teu corpo
Doce
O mel das altas montanhas
E sal
Das ondas sem fim
Do mar alto
Mar profundo
Eu te sorvo e saboreio
Absorvo poro a poro
O teu perfume
Esse enleio
Que me dás na tua entrega
Nessa urgência
Nesta espera
Assim
Que me acolhes
Tolhes
Aberta toda
Desperta
À descoberta de mim
Entro em ti
Sinto o veludo
Desse teu corpo escondido
Do teu nada
Do meu tudo
Do nosso ardente gemido
Revela-se então assim
O princípio e o fim da vida
E na tua entrega imensa
De tão intensa
Total
Ao possuir o teu corpo
Por fim liberto em meus braços
Sinto-te dona de mim.

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