06 janeiro 2005

a andreia entrou numa linda brincadeira com a malta... rapariga simpática

V de Vigilância - por ABC Dário


"Malandrice" feita por encomenda para este blog.
Recomendo que visitem
as outras letras (mesmo sem malandrice)
do Webcedário

Noite na cidade

foto: Christian Coigny


Virou-se mais uma vez na cama, estava quente e húmida.
O calor gotejava-lhe do corpo em suor. Pela janela aberta não entrava nem uma brisa.
Ouvia nitidamente o ranger da cama dos vizinhos do 5ºandar.
Metódico, rotineiro.

Sentia um vago sentimento de inveja e tentou recordar-se da última vez que lhe tinham tocado.
Acho que foi o Paulo, pensou.
Afastou rapidamente o pensamento, não tinha sido propriamente "satisfatório".

Olhou para o tecto e tentou imaginar os vizinhos a fazerem amor, conseguia imaginar aquelas duas pessoas com quem se cruzava ocasionalmente, nuas e a contorcerem-se uma na outra.
Mas a imagem do acto ficou, a imagem de dois corpos nus, suados, tornou-a consciente do seu próprio sexo.

Desceu a mão pelo corpo e tocou o sexo, sentia-o latejar, abriu as pernas quase inconscientemente uma mão abrindo os lábios vaginais para melhor se acariciar.
Tocou-se devagar ao ritmo do colchão que rangia, levantou e baixou as ancas como se também nela entrasse aquele sexo, duro, hirto, que penetrava a vizinha.
Soltou um gemido de prazer, mordeu o lábio, contraiu as coxas quando o ritmo que vinha do tecto se tornou mais rápido e premente.
O corpo seguia agora os corpos que adivinhava.

Num espasmo, num gemido, num rangido final atingiram o orgasmo.

A primeira vez

Oh Manela, mas que ideia recordar agora a primeira vez! A minha foi muito normalzinha, no quarto dele na casinha dos pais. Ele tinha mais 5 anos do que eu e aproveitámos a tarde, enquanto os pais estavam nos empregos e tentámos fechar à chave a porta do quarto, não fosse o diabo tecê-las mas a maldita porta estava empenada e só se deixou encostar, deixando uma frincha para que quem chegasse pudesse sempre dar uma espreitadela.

Despimo-nos, mais com pressa de quebrar a ansiedade do que de observarmos os nossos corpos. Beijo aqui, beijo acolá, muito abracinho, ora agora chupas tu, ora agora chupo eu e lá passámos à penetração propriamente dita.

O que me lembro realmente Manela, é que ele era muito, mas muito pesado, seguramente em resultado dos habituais 20 croquetes ao almoço e do prato de flocos mais uma sandes de queijo feita num pão saloio inteiro, logo pela manhã. Nem sei se foi uma hora ou dez minutos mas evaporou-se logo a neblina quando ouvimos a porta da rua a abrir quando não era suposto e num pulo, saltámos da cama para nos vestirmos.

Manela, a minha mala tinha ficado no bengaleiro da entrada da casa e era lá que estavam os meus lenços de papel de modo que só pensei que se lixasse e enfiei a roupa no mínimo tempo possível. Por sorte, os cortinados tinham o tom creme adequado para ele limpar as últimas pinguitas antes de se vestir e não deixarem transparecer que não eram papel higiénico.

Depois, puxámos rapidamente as orelhas à cama e sentámo-nos à secretária do quarto a ver não importa que livro à espera que a mamã entrasse para cumprimentar. Até nos safámos com um ar cândido já que não havia nenhum vestígio ensanguentado porque Manela, descobri-o uns anos e umas quecas mais tarde, o meu hímen era elástico.

Verdades 1

1. Como se chama um homem inteligente, sensível e bonito?
- Boato.

2. Qual é a parte menos sensível do pénis?
- O seu "dono".

3. Pesquisadoras descobriram porque é que Moisés andou 40 anos no deserto com o povo de Israel:
- Um homem nunca pergunta o caminho.

4. Qual é a semelhança entre as nuvens e os homens?
- Quando se vão embora, o dia fica lindo.

5. Porque é que os homens não têm crises na idade madura?
- Porque nunca saem da puberdade.

Corpo ou não, eis a questão

Oh Manela, sobre os homens chega saber que existiram na história da minha vida e que tinham instrumento, ou melhor, que pelo menos tocavam. É que, como diz um amigo meu, não há mulheres frígidas, há é más línguas.
Olha Manela, uma coisa é olhá-los num café, num restaurante, num qualquer sítio público que sempre dá para lavar as vistas. Mas de resto, os homens servem para dar uma voltinha e depois, são perfeitamente descartáveis.
Que corpo hão-de ter uns seres que concentram todas as suas energias na sua minhoca, até conseguir içá-la e metê-la no buraco mais próximo, não me dizes !?...
Falta-lhes braços para nos envolverem; mais vale a toalha do banho. Falta-lhes língua para nos saborearem completamente; mais vale o chuveiro. Falta-lhes pernas para nos abraçarem; mais vale um cão para dormir connosco na cama. E muitas vezes, como bem sabes Manela, até os substitutos a pilhas são mais cumpridores e eficientes.
Oh Manela, falta-lhes imaginação, o que é a prova provada que não existem do pescoço para cima.

Li São de Etiqueta e Boas Maneiras*

Os verdadeiros cavalheiros cumprimentam-se sempre



*Sim, que ser ordinário não significa ser anti-social (basta ver o que por aí anda...)

O falo com dentes

Eu queria
Ter dentes no falo
Tu sabes!
Falo de dentes
Assim
Morder-te mesmo
Por dentro
Como tu
A mim


"Ferralho"

Nos findos idos de 2004.

05 janeiro 2005

Ano Novo, Roupa Nova


Aproveitem os SALDOS... é o conselho da Gotinha

Blogger do Amor, por AdamastoR

O blog que me trouxe à blogosfera vai ser livro. E 'a blogger' responsável pelas estórias de uma 'acompanhante' londrina deu uma entrevista ao The Guardian.

Para manter o anonimato, Belle de Jour fala pelo MSN Messenger das estórias que conta no livro e da controvérsia gerada à volta da identidade secreta - que muitos vêem como o bluff de um jornalista ou escritor menos conhecido.

As semelhanças com O Meu Pipi não são coincidência. O mais popular dos blogs portugueses foi lesto e perspicaz a agarrar uma excelente ideia e a adaptá-la, criando aquele desbocado e indiscreto marialva lusitano pseudo-moderno. E deu origem a livro, antes do blog que serviu de inspiração.

Tal como Belle, também o Pipi seria bem-vindo de volta à blogosfera. A São já não ficava tão sozinha nisto do 'sexo escrito'.

Refúgio

foto:Valery Bareta

Afasto todos os outros pensamentos
Excepto o da tua mão
Percorrendo o meu corpo
Apaziguando-o
Pacificando-me
Adormeço assim fechada no gesto
Entre as tuas mãos

Encandescente

O OrCa ode-a como já há algum tempo não a odia (mas uma vez por mês sempre é melhor que uma vez por ano).

Com as minhas homenagens à Encandescente:

Deixa-me ser
Por momentos
A mão em pensamento que o teu sonho evoca
Deixa-me percorrer-te o corpo nessa urgência
Em que eu imagino o que essa mão toca
Deixa-me ser teu
Intensa
Ardentemente
Com essa intensidade
De gritar quase louca
Por ser a minha mão em ânsias reticente
Que muito docemente o teu sonho invoca.

OrCa

O chouriço do talho

Sempre que ia ao talho, Manela, digo-te eu, que pedisse eu o que pedisse, bifes, costeletas de borrego, lombo para assar, recebia sempre um brinde . Ele era um chouriço, uma farinheira e até uma espetada.

Esse facto, associado ao sorriso fixo e de orelha a orelha do homem do talho, levou-me a concluir que o negócio dele era mesmo carne. Não a do talho, mas a minha.

E lá acabámos na cama. Quando ele se despiu, ai Manela, se eu tivesse tomates tinham-me caído ali mesmo. O pénis dele era enorme, tão grande que só pensei que queria ter ali uma máquina fotográfica para depois te mostrar e não supores que eu estava a mentir. Mas nessa falta, lá fui engolindo o meu espanto por aquele coiso que até de diâmetro só me fazia lembrar um vulcão.

A perspectiva de fazer este cozido nas furnas afigurava-se um grande problema e tão maior quanto ele se erguia como a tromba do elefante do Jardim Zoológico, para recolher as moedinhas. Mas as coisas lá encaixaram e fomos repetindo, como na canção das Doce, às várias horas da manhã.

Até que o vulcão explodiu e me abalou as estruturas todas. Lembrei-me das Doce e especialmente da Laura, quando me vi nas urgências do Santa Maria rodeada de senhoras que aguardavam que os seus lulus perdessem o efeito de vácuo e uma parafernália de rostos esperava cuidados básicos que permitissem a saída de garrafas, chapéus de chuva desdobráveis, busca-pólos e até, imagina tu Manela, facas de cabo de madeira redondo.

04 janeiro 2005

Odes no brejo - Lábios de mar

Cada poro do teu corpo
Semáforo dos meus desejos
Cobri-lo-ia de beijos
Inefável criatura
Em teus lábios tocaria
Ao de leve a comissura
Desse mosto de teu ser
A saber de ti o gosto
Como eu gosto!...
E que desgosto
Os outros lábios não ter
Por te não ter minha a gosto
Nem ter de ti o sabor
De te saber maresia

Ah
Se eu pudesse eu iria
Pela rua do teu corpo
Pelas ondas do teu mar

Deixa-me ser o veleiro
Fazer do teu corpo o porto
Onde aporte o meu penar.