Corria tudo muito bem numa liga de epidermes com cabelos grisalhos e ruivos e com muito daquilo que o Clinton, tecnicamente, não considerou sexo.
Sempre que havia oportunidade, fosse manhã, tarde, noite ou madrugada, enrolavamos os nossos corpos um no outro, amalgamando os músculos, no cheiro agridoce do suor filtrado pela paixão do momento.
Mas oh São, algo se começou a desfazer quando aquela alma começou a magicar sobre a sua incompetência, ou melhor, sobre a incompetência do seu zezinho me catapultar pela via vaginal para o orgasmo. Oh São, isto dito quando estou a voltar ao mundo dos vivos e mal distingo os seus olhos, a fixarem-me nas pupilas, por entre as minhas coxas, é «surrealizar por aí»!...
Acredita São que ainda equacionei mandá-lo ler o manual para ver nas letrinhas impressas que setenta por cento das mulheres não atinge o orgasmo por aí mas num sussurro delicode, apenas exprimi que havia outras mil maneiras. Ele contra-argumentou que essa era a forma primordial e a única que permitia o supra-sumo da mítica efusão simultânea, o que de imediato me fez declarar adepta da mastigação de todo o bolo apesar de apreciar a decoração da cereja.
Ai São porque é que os gajos não seguem o folheto de reclamações da Portugália e perguntam só se foi tão bom para nós como foi para eles?...
17 maio 2005
sessentaenove
Penetro na tua boca
E sinto um vulcão
Que me faz tremer.
A tua língua circunda-me
Sugas-me o prazer.
Ofereces-me então
O fogo do teu cálice
Onde bebo o néctar
Que explode de ti.
Naquele momento
Saciamos em suor
A sede dos dois
E num hino à volúpia
Escorremos lavas
Que nos consomem.
Foto: Norbert Guthier
Esta é do Nikonman que também gosta de oder.
E a Encandescente não podia de forma alguma perder esta oportunidade de 1º fazer uma ao nikonman e dizer willkommen!
E em 2º lugar, claro - e como o Orca não se apresentou ao serviço -, oder o poema:
Entregou-se na boca que se abria
Na boca que a pedia
Na boca que a queria
Os lábios, a língua, voracidade.
E colou-se
Deslizou no corpo nu
As mãos procurando entre as coxas
O desejo erecto que nele despertava.
E os lábios, língua, dentes deram
Entre as coxas que para ela se abriam
O que a boca dele lhe dava.
E apertados, enlaçados, enleados
Entre gritos do corpo e gemidos abafados
Na boca um do outro se deram
E na boca um do outro saciaram
Da boca o querer
A vontade.
Consultório matrimonial
Na selecção do seu Marido não descure os detalhes, leia sempre a etiqueta. A Funda São, no âmbito do seu serviço (cada vez mais) púbico, fornece a legenda:
CD - Come e Dorme
DVD - Deita, Vira e Dorme
DVD +R - Deita, Vira, Dorme e Ressona
VHS - Vira Homossexual e... Some (a Matahary acha óptimo: "também é uma boa opção! Assim, escusamos de devolver o artigo à procedência...")
Alargar o leque.
Para que não nos remetamos a um nicho de falsos pressupostos sobre práticas sexuais é preciso apercebermo-nos de gostos alternativos...
Um dos Fetiches mais normais que se pode encontrar por aí é a utilização de fatiotas de borracha.
Já eu não vou muito por aí. Não só por causa do aspecto, mas também porque tenho dificuldade, normalmente, em desapertar fechos, no calor da excitação. Um simples soutien para mim é pior que o mais complicado truque de Houdini...
Eu utilizei os termos "Fetiches" e "normais" na mesma frase?!? Até ficou fixe... prontos vou deixar ficar.
Um dos Fetiches mais normais que se pode encontrar por aí é a utilização de fatiotas de borracha.
Já eu não vou muito por aí. Não só por causa do aspecto, mas também porque tenho dificuldade, normalmente, em desapertar fechos, no calor da excitação. Um simples soutien para mim é pior que o mais complicado truque de Houdini...
Eu utilizei os termos "Fetiches" e "normais" na mesma frase?!? Até ficou fixe... prontos vou deixar ficar.
O OrCa ode a Sophie Marceau, que se descuidou em Cannes
Impelido pela constante luxúria sugestiva da Encandescente e julgando interpretar alguns anseios da comunidade, ocorre-me o seguinte:
cede a alça à minha sede
e o seio alvo receio
se o beijo ao mamilo invejo
quem sabe se há-de tornar-se
o que em Sade se há-de dar
cede a alça na penumbra
e o teu corpo que assombra
acende o Sol no olhar
e tocar-te o peito é arte
de alabastro que desbasto
neste impulso de te amar
deixa então assim ficar-te
e eu que nem posso ter-te
pelo seio que mostraste
só por ele eu hei-de amar-te...
OrCa
O Dupont, do Vilacondense, diz que a fodografia dele é melhor. O que acham?
E para quem quiser está aqui o video
(com o patrocínio do Juca, nosso amigo do Brasil)
Maio é o Mês Nacional da Masturbação
Os organizadores deste evento têm um programa curioso, que inclui o fim de semana Masturbate-A-Thon. Eu traduzo: Masturbatona. O lema é «come for a cause» (venha-se por uma causa). É uma espécie de maratona mas no conforto da casa de cada um (ou cada uma, ou cada dois...). Podes saber aqui como se faz. E podes saber os recordes de 2003 e 2004. Por exemplo:
Maior montante recolhido - $650.00 (por um estudante de um seminário!)
Maior período de tempo - 6 horas e meia!
Número de países - 17
Maior número de orgasmos - 36
Como eles dizem, «a maior parte das pessoas masturba-se mas não o assume. Mas a masturbação é um direito de cada um e uma fonte poderosa de gratificação sexual».
A mim, vem-se-me sempre à ideia que «masturbação é a felicidade ao alcance da mão».
16 maio 2005
Fogo. Fome
Prendeu-o nas pernas. Apertou-lhe as nádegas.
Arqueou o corpo. Contraiu o sexo.
Prendeu-o em si.
O corpo animal
Desejo
Fogo
Fome.
Levantou o corpo. Cavalgou o corpo.
Dominou-lhe o sexo. Preso entre as pernas.
O sexo dele, dela.
O corpo animal
Desejo
Fogo
Fome.
O sexo faminto. O sexo sedento.
Do orgasmo dele. Do orgasmo dela.
E num grito rouco
Cavalgando o corpo.
Explodiu no corpo. Exigiu-lhe: Vem.
E com o corpo lasso. Esgotado. Saciado.
Sorriu-lhe ternura
Falou-lhe amor.
Encandescente
O OnanistÉlico odeu no ritmo (o que não é para todos):
fome que amacio com cerejas que degusto com o gosto do chegar dentro de ti... fogo em forma dum prazer que arde, labaredas que beijo, vejo, sinto ser, cereja.
por entre as pernas, deitado sobre os pés... vagueio de encontro ao carnudo doce de ti... com meigas trinquinhas de desejo queimo-te com beijos o recatado carocinho. E assim o trago guardado, despido de ti.
Diário do Garfanho - 22
36/24/1241 - As mulheres portuguesas (contribuintas, incluídas) estão cada vez melhores!
Garfanho
Andei a passear o meu sobrinho de 2 anos, e em 78,9% (para não dizer 93,2%, tal era a fartura) das vezes em que comentaram que o miúdo era muito giro, só me apeteceu responder:
- Quer que lhe faça um?
- Quer que lhe faça um?
Garfanho
Virtual
pressiono ao de leve o dedo no rato
e teclo alfabetos e traços e marcas
e no monitor do teu corpo lasso
eu mordo
e arranho
estremeço e abraço
sei da tua boca da língua a textura
e em cada seio saboreio um poema
no ventre que beijo eu provo o melaço
doce aveludado dessa tessitura
e sinto o afago das coxas que enlaço
quando entro em teu corpo
espaço a espaço
ah como te sinto o ardor
a ardência
e o suor na tua pele
e a reticência
que exclamas por fim
à beira da urgência
que eu me abandone e que assim grite
que me venha em ti
antes do delete...
e teclo alfabetos e traços e marcas
e no monitor do teu corpo lasso
eu mordo
e arranho
estremeço e abraço
sei da tua boca da língua a textura
e em cada seio saboreio um poema
no ventre que beijo eu provo o melaço
doce aveludado dessa tessitura
e sinto o afago das coxas que enlaço
quando entro em teu corpo
espaço a espaço
ah como te sinto o ardor
a ardência
e o suor na tua pele
e a reticência
que exclamas por fim
à beira da urgência
que eu me abandone e que assim grite
que me venha em ti
antes do delete...
Gathering Party em Lisboa
A nossa repórter Mad informa que em 28 de Maio vai haver uma festa para amantes de BDSM, bondage e fetichismo em Lisboa.
Os detalhes estão aqui.
O par ideal para estas festas é um(a) sádico(a) e um(a) masoquista. Ambos têm prazer:
Masoquista - Bate-me! Bate-me!
Sádico - Não bato! Não bato!
Os detalhes estão aqui.
O par ideal para estas festas é um(a) sádico(a) e um(a) masoquista. Ambos têm prazer:
Masoquista - Bate-me! Bate-me!
Sádico - Não bato! Não bato!
15 maio 2005
Dick Hard no castelo de Barbarella
VERSÃO A (para pseudo-intelectuais)
Bem na tua pele.
Até fazer corar a tua dor.
«As lâminas da alma sabem cortar fatias melancólicas da desesperança»
Disse Barbarella.
Bem na tua pele.
Até fazer corar a tua dor, Dick.
O que Hard cura.
Vou enfiar-te um dedo de vinil pelo ânus acima, Dick. E quero ouvir-te a suar de desejo, quero saber-te à mercê dos meus medos. Disse Barbarella. Ou não?
Tudo isto não passa de um sonho cruzado de Cronenberg e Lynch? Temperado por uma pitada de filosofia estanque à emoção? Ou foi o indomável marquês Donatien Alphonse que se sentou aos comandos do meu cérebro e se pôs a vomitar maldades pelas teclas de um Direct Acess Keyboard?
Chove nos cabelos roxos de Barbarella. Dick Hard está solidamente agrilhoado às paredes húmidas de um castelo em demanda do Santo Graal do Erotismo. E ouve-se ao longe um lobo que uiva «maladie d’amour chantait le coeur d’Emanuelle».
E mil formigas com nervos de nylon deixam-se invadir pela sede do corpo e circulam livremente em Dick Hard. Entram pelo ouvido esquerdo, saem pela narina direita. Entram pela narina esquerda e saem pelo ouvido direito. E lambem de malícias um pénis hirto que se ergue à entrada de uma dama no salão escuro e viscoso, onde os candelabros sabem tremer de frio e as luzes se banqueteiam de mágoas com as sombras.
Boa-noite. O meu nome é Clarice Lispector. Tenho mesa reservada para duas.
Duas? Disse duas, Clarice?
Sim, a Dining Room do castelo de Barbarella tem mesas com anões robóticos em permanente erecção de eunucos de Marte.
E Clarice tem mesa reservada no castelo de Barbarella.
As palavras fazem sentido? Ou são apenas caudais, rios de lava orgânica em bacanal de sílabas?
"Sorry, Dave, I can’t do it", disse Hal para Barbarella. E as naves dançaram ao som de Strauss, porque não sabiam dançar ao som de AC/DC.
Até fazer corar a tua dor.
«As lâminas da alma sabem cortar fatias melancólicas da desesperança»
Disse Barbarella.
Bem na tua pele.
Até fazer corar a tua dor, Dick.
O que Hard cura.
Vou enfiar-te um dedo de vinil pelo ânus acima, Dick. E quero ouvir-te a suar de desejo, quero saber-te à mercê dos meus medos. Disse Barbarella. Ou não?
Tudo isto não passa de um sonho cruzado de Cronenberg e Lynch? Temperado por uma pitada de filosofia estanque à emoção? Ou foi o indomável marquês Donatien Alphonse que se sentou aos comandos do meu cérebro e se pôs a vomitar maldades pelas teclas de um Direct Acess Keyboard?
Chove nos cabelos roxos de Barbarella. Dick Hard está solidamente agrilhoado às paredes húmidas de um castelo em demanda do Santo Graal do Erotismo. E ouve-se ao longe um lobo que uiva «maladie d’amour chantait le coeur d’Emanuelle».
E mil formigas com nervos de nylon deixam-se invadir pela sede do corpo e circulam livremente em Dick Hard. Entram pelo ouvido esquerdo, saem pela narina direita. Entram pela narina esquerda e saem pelo ouvido direito. E lambem de malícias um pénis hirto que se ergue à entrada de uma dama no salão escuro e viscoso, onde os candelabros sabem tremer de frio e as luzes se banqueteiam de mágoas com as sombras.
Boa-noite. O meu nome é Clarice Lispector. Tenho mesa reservada para duas.
Duas? Disse duas, Clarice?
Sim, a Dining Room do castelo de Barbarella tem mesas com anões robóticos em permanente erecção de eunucos de Marte.
E Clarice tem mesa reservada no castelo de Barbarella.
As palavras fazem sentido? Ou são apenas caudais, rios de lava orgânica em bacanal de sílabas?
"Sorry, Dave, I can’t do it", disse Hal para Barbarella. E as naves dançaram ao som de Strauss, porque não sabiam dançar ao som de AC/DC.
(pipocas, WC, um cigarro, essas merdas)
VERSÃO B (para os habituais leitores destas ordinarices)
Salão Erótico de Lisboa
Já há mais informações sobre a ExpoFoda, como nós carinhosamente por aqui lhe chamamos, na página do evento.
Relembro que será na FIL (Parque das Nações), entre 30 de Junho e 3 de Julho.
Agora sabemos que terá, além dos expositores e artistas, uma hard zone de acesso restrito, um boulevard erótico, arte erótica (com destaque para o artista plástico português Ddaco, de quem já aqui falámos), cinema XXX, um Clube Bizarre, luta em óleo, zona de relax (só por milagre haverá por ali relax), uma zona gay, conferências, oficinas temáticas e mesas redondas (embora, se fosse eu a organizar, substituisse as mesas por camas redondas).
Cada entrada custa € 20.
Não sei porquê, mas é proibida a entrada a menores de 18 anos . Outra coisa que não entendi: proíbem a entrada com mochilas e sacos... mas um preservativo é um saco, Noé?
Não te esqueças que a Funda São irá organizar uma excurSão à ExpoFoda, com jantar algures em Lisboa, no dia 2 de Julho (sábado). Marca já na tua agenda que os detalhes combinamos depois.
E o nosso detective Dick Hard irá cobrir (muito ele gosta de cobrir) todos os dias da Expofoda, com crónica especial aqui, no blog porcalhoto do costume.
Relembro que será na FIL (Parque das Nações), entre 30 de Junho e 3 de Julho.
Agora sabemos que terá, além dos expositores e artistas, uma hard zone de acesso restrito, um boulevard erótico, arte erótica (com destaque para o artista plástico português Ddaco, de quem já aqui falámos), cinema XXX, um Clube Bizarre, luta em óleo, zona de relax (só por milagre haverá por ali relax), uma zona gay, conferências, oficinas temáticas e mesas redondas (embora, se fosse eu a organizar, substituisse as mesas por camas redondas).
Cada entrada custa € 20.
Não sei porquê, mas é proibida a entrada a menores de 18 anos . Outra coisa que não entendi: proíbem a entrada com mochilas e sacos... mas um preservativo é um saco, Noé?
Não te esqueças que a Funda São irá organizar uma excurSão à ExpoFoda, com jantar algures em Lisboa, no dia 2 de Julho (sábado). Marca já na tua agenda que os detalhes combinamos depois.
E o nosso detective Dick Hard irá cobrir (muito ele gosta de cobrir) todos os dias da Expofoda, com crónica especial aqui, no blog porcalhoto do costume.
14 maio 2005
Verso fodido
Escrevo o verso
Risco o verso
Rasgo o verso
Volta zangado
Fodido
Tramado
Querendo ser rima.
Fecho o caderno
Parto a caneta
Recuso ao verso a rima
Recuso ao verso ser.
Raio de verso
Convencido
Fodido
Tramado
Querendo ser escrito
Querendo ser fado
O meu
Que só quero o verso esquecer.
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