- Atão, minha? Tanta expectativa e era hoje, era hoje e não sei quê... e agora 'tás cheia de dores de cabeça? És sempre a mesma tanga!...
- Não, Tozé, é mesmo verdade. 'Tou com uma enxaqueca, que nem vejo... Mas deixa, que amanhã eu compenso, 'tá descansado.
- Amanhã, com penso?! 'Tás é parva. Quem é que te disse que eu gosto de jogar no campo do Benfica?!... Ganda nóia!...
Pois é... o amor é cego.
08 junho 2005
Prefácio - por Marca Dor
Aquela mulher aparentava uns 55 anos. Estava no quarto e em cima da cómoda uma moldura com uma fotografia que tinha tirado há cerca de 20 anos. Quanta mudança...
Pegou na moldura e sentou-se na beira da cama. Olhava fixamente para a sua imagem de outrora...
As mãos são a parte do corpo que menos muda, pensava. De repente levantou-se, colocou a moldura no sítio do costume e, num movimento instintivo, apalpa o ventre, a cintura e os peitos.
Há quanto tempo não se via nua! Em frente ao espelho despiu peça por peça, procurando alguma ousadia na "arte" de despir...
Com as mãos afagou o corpo, agora mais mole, mais largo, sem brilho. Há quanto tempo não era desejada!
O homem que partilha consigo a cama, há 20 anos, acaba sempre escondido entre os seus peitos ou adormecido sobre o seu ventre como se fosse almofada.
Por vezes só se abraçam a uma perna ou a um pé, incapazes já de se abraçarem, de se beijarem. Ela só sente o peso do seu corpo que, num vai e vem sem sentido, faz "adormecer" o seu sexo.
Segundos após o clímax, ela finge mais um orgasmo para agradar e fica quieta, aguardando que o seu homem se "enrosque" e adormeça, iniciando a vigília do sono, como uma mãe, ou como uma amante, ou como ambas as coisas ao mesmo tempo.
Depois, quando ele acorda, ela senta-se na cama e espera que o sangue flua normalmente e o formigueiro acabe e nem uma palavra, nem um gesto de amor ou carinho, nada...
Com as mãos massaja a zona da pele avermelhada pela pressão do corpo do homem que sustentou sobre si, naquele acto carnal, já que o amor há muito que se foi, continuando a manter aquela relação de há 20 anos com um penso rápido descolorido e frágil...
Marca Dor
Pegou na moldura e sentou-se na beira da cama. Olhava fixamente para a sua imagem de outrora...
As mãos são a parte do corpo que menos muda, pensava. De repente levantou-se, colocou a moldura no sítio do costume e, num movimento instintivo, apalpa o ventre, a cintura e os peitos.
Há quanto tempo não se via nua! Em frente ao espelho despiu peça por peça, procurando alguma ousadia na "arte" de despir...
Com as mãos afagou o corpo, agora mais mole, mais largo, sem brilho. Há quanto tempo não era desejada!
O homem que partilha consigo a cama, há 20 anos, acaba sempre escondido entre os seus peitos ou adormecido sobre o seu ventre como se fosse almofada.
Por vezes só se abraçam a uma perna ou a um pé, incapazes já de se abraçarem, de se beijarem. Ela só sente o peso do seu corpo que, num vai e vem sem sentido, faz "adormecer" o seu sexo.
Segundos após o clímax, ela finge mais um orgasmo para agradar e fica quieta, aguardando que o seu homem se "enrosque" e adormeça, iniciando a vigília do sono, como uma mãe, ou como uma amante, ou como ambas as coisas ao mesmo tempo.
Depois, quando ele acorda, ela senta-se na cama e espera que o sangue flua normalmente e o formigueiro acabe e nem uma palavra, nem um gesto de amor ou carinho, nada...
Com as mãos massaja a zona da pele avermelhada pela pressão do corpo do homem que sustentou sobre si, naquele acto carnal, já que o amor há muito que se foi, continuando a manter aquela relação de há 20 anos com um penso rápido descolorido e frágil...
Marca Dor
Cobriste os lençóis com pétalas de plástico para que não deixassem mancha.
Deitaste-te à minha espera e fumaste quase um maço de cigarros; o cinzeiro a teu lado a contrastar com o colorido da cama.
Olhaste de soslaio, várias vezes, a garrafa de vinho gelado a teu lado. Abriste-a porque eu tardava e deixaste-a quase vazia.
Escolheste um velho disco de vinil mas deixaste a agulha ficar encalhada no final do disco, sem te levantares.
Tinhas o quarto na penumbra, a TV ligada vendendo imagens indistintas, sem som.
No chão, ao lado da cama, as revistas desalinhadas denunciavam a minha demora.
Quando o telefone tocou, não te levantaste para o atender. Acabaste por adormecer. Só soubeste na manhã seguinte o motivo da minha demora.
Agora estas pétalas de plástico pesam como pedras sobre a minha campa.
Esqueceste-te de me mandar cremar.
Deitaste-te à minha espera e fumaste quase um maço de cigarros; o cinzeiro a teu lado a contrastar com o colorido da cama.
Olhaste de soslaio, várias vezes, a garrafa de vinho gelado a teu lado. Abriste-a porque eu tardava e deixaste-a quase vazia.
Escolheste um velho disco de vinil mas deixaste a agulha ficar encalhada no final do disco, sem te levantares.
Tinhas o quarto na penumbra, a TV ligada vendendo imagens indistintas, sem som.
No chão, ao lado da cama, as revistas desalinhadas denunciavam a minha demora.
Quando o telefone tocou, não te levantaste para o atender. Acabaste por adormecer. Só soubeste na manhã seguinte o motivo da minha demora.
Agora estas pétalas de plástico pesam como pedras sobre a minha campa.
Esqueceste-te de me mandar cremar.
A topografia do falo - o esclarecimento do Nikonman
O Nikonman (Nakonaman, para as amigas) esclarece-nos sobre a morfologia das piças:
"As comparações são feitas com os membros inferiores. É a única comparação cientificamente válida. Penso eu de que..."
E pimba! Como é mestre da fodografia, ilustra com dois exemplos:
"As comparações são feitas com os membros inferiores. É a única comparação cientificamente válida. Penso eu de que..."
E pimba! Como é mestre da fodografia, ilustra com dois exemplos:
O toque do sino
.
Naqueles verões ensolarados, quando a morte invadia a vila, colava-se-nos aos corpos um apego compulsivo à vida. Com os passos acertados, subíamos sincopadamente os degraus de pedra negra, para ir tocar o sino que apregoava a todos os arredores a saída do cortejo fúnebre.
E até a procissão atingir o cruzeiro, a meio caminho entre a igreja e o cemitério, soltávamos a corda das mãos, para os seus dois braços me pregarem os ombros na parede escura, aninhando o seu esterno entre os meus seios e grudando os nossos lábios numa ânsia do fôlego do outro. Invariavelmente, eu remexia os seus longos cabelos à Jim Morrison e as nossas mãos retorciam-se entre o pano do vestido indiano e a ganga das calças, ao compasso do Time dançado na noite anterior na festa da garagem.
Ajoelhávamos à vez perante o outro, num misto de guloseima e pêlos a picar o nariz, mantendo a vigília sobre o andamento do cortejo que quando chegava a meio do percurso era hora de puxar das forças para fazer novamente soar o pesado badalo de bronze.
Cansados e húmidos do esforço espojávamo-nos no chão, alternando os actos missionários com galopes de valquíria, até avistarmos o padre na porta do cemitério para desenfreadamente voltarmos aos toques a rebate até a última pessoa franquear os portões escancarados. Era aí que saíamos da torre para mergulhar no açude, entre pedras, peixes e alfaiates que com menos de vinte anos a energia é elástica.
E sabes São, ainda hoje me questiono porque é que o padre era tão solícito a querer os nossos préstimos e a dar-nos a chave da torre sineira se nem costumávamos ajudar à missa.
Naqueles verões ensolarados, quando a morte invadia a vila, colava-se-nos aos corpos um apego compulsivo à vida. Com os passos acertados, subíamos sincopadamente os degraus de pedra negra, para ir tocar o sino que apregoava a todos os arredores a saída do cortejo fúnebre.
E até a procissão atingir o cruzeiro, a meio caminho entre a igreja e o cemitério, soltávamos a corda das mãos, para os seus dois braços me pregarem os ombros na parede escura, aninhando o seu esterno entre os meus seios e grudando os nossos lábios numa ânsia do fôlego do outro. Invariavelmente, eu remexia os seus longos cabelos à Jim Morrison e as nossas mãos retorciam-se entre o pano do vestido indiano e a ganga das calças, ao compasso do Time dançado na noite anterior na festa da garagem.
Ajoelhávamos à vez perante o outro, num misto de guloseima e pêlos a picar o nariz, mantendo a vigília sobre o andamento do cortejo que quando chegava a meio do percurso era hora de puxar das forças para fazer novamente soar o pesado badalo de bronze.
Cansados e húmidos do esforço espojávamo-nos no chão, alternando os actos missionários com galopes de valquíria, até avistarmos o padre na porta do cemitério para desenfreadamente voltarmos aos toques a rebate até a última pessoa franquear os portões escancarados. Era aí que saíamos da torre para mergulhar no açude, entre pedras, peixes e alfaiates que com menos de vinte anos a energia é elástica.
E sabes São, ainda hoje me questiono porque é que o padre era tão solícito a querer os nossos préstimos e a dar-nos a chave da torre sineira se nem costumávamos ajudar à missa.
07 junho 2005
Não percebo nada de economia...
... por isso gostava que me explicassem este pensamento do Pedro Oliveira (aka Burro), digno de figurar no POQ - Plano Oficial das Quecas:
Economia Familiar
"Se o dinheiro gasto com prostitutas fosse dedutível no IRSa queca sem IVA era mais barata do que a que pagamos agora."
Economia Familiar
"Se o dinheiro gasto com prostitutas fosse dedutível no IRS
06 junho 2005
Masturbação
Masturbation Personality: George Michael
What's Your Masturbation Personality?
brought to you by Masturbation Techniques
Perguntei ao sr. prior
o que era masturbação
ele disse-me a doer
para isso não fazer
que era uma perdição
e então eu curioso
e perdido em confusão
joguei a mão ao coiso
tirei-o fora do poiso
e puxei pela tesão
Duas dúzias de puxões
e recolhas encolhões
fui dizer ao sr. prior
- dê-me a mão se faz favor
posso dar-lhe umas lições
Charlie
ressabiamento
Estava no café de sempre, mas ela não era a mulher de todos os dias. Saíra de casa ressabiada. O homem deitara-se a dormir depois de um jantar onde os amigos abrilhantaram a festa. Ela ia servindo a comida, fazendo sorrisos de circunstância e tentando parecer inteligente e pouco ansiosa. As amigas, ou as namoradas dos amigos (como perceber quem era o quê?) pareciam tomá-la por empregada ou amante casual, ignorando o facto de estarem em sua casa. Escolheram a música, comentaram a actualidade, filosofaram, sempre de olhos fitos no homem que de vez em quando pedia "Meu amor, trazes mais uma garrafa de vinho?". E o amor dele, a dona da casa onde todos se moviam como se ela não existisse, trazia mais uma garrafa de vinho, de sorriso tão postiço quanto possível, mas que ninguém percebia, nem o homem, perante o qual, nessa noite, ela era transparente.
Deitaram-se tarde. Ele ressonou. Ela, olhando o tecto, não dormia. De manhã levantou-se com dores no corpo e as olheiras espalhadas por todo o corpo. De óculos escuros via a manhã começar o seu habitual movimento. Passavam homens que a olhavam. Cruzou mais as pernas, deixou a saia subir um pouco pelas coxas, casualmente destapou os ombros. Nada de especial, o seu corpo. Mas aprendera em tempos idos a arte da sedução e ainda se lembrava de algumas coisas. Sorriu a um homem. Um que lhe pareceu bem, cabelo molhado, provavelmente saído do banho e dos braços de uma mulher como ela. O homem aproximou-se. Ela não hesitou, puxou a cadeira a seu lado, convidando-o a sentar-se. O sol batia-lhe nos olhos, na pele, a esplanada denunciava uma segunda-feira ressacada. O seu telemóvel tocou ao mesmo tempo que o homem se sentava a seu lado. Do outro lado, ainda no calor dos lençóis, o homem que deixara em casa perguntava-lhe onde estava. Que iria ter com ela daí a quinze minutos. Desligou. Perguntou ao homem a seu lado se tinha pressa. Não tinha. Levantou-se, estendeu-lhe a mão e guiou-o até ao seu carro. Passou pela porta de sua casa. O carro do homem ainda lá estava. Deu mais uma volta, dois quarteirões, e tornou a passar. Viu o carro do homem desaparecer na esquina da rua. Estacionou no lugar deixado vago pelo homem que se dirigia para o café à sua procura. Entraram em casa. Deitou-se com o desconhecido na cama ainda quente. Disse-lhe que não tinha tempo para preliminares nem outras tretas, queria apenas que a fodesse uma vez, duas, três, o que conseguisse, mas dispensava atenções. O homem fodeu-a uma vez. Depois outra. E tinha acabado de enfiar o seu caralho na boca da mulher quando ouviram a porta abrir-se. O desconhecido assustou-se. Ela disse-lhe que não deveria preocupar-se e ajoelhou-se de novo para o chupar. Quando o homem entrou no quarto ela virou-se, lentamente, para a porta. Disse-lhe: "É um amigo, nada de mais." Não voltou a ver nenhum deles.
Deitaram-se tarde. Ele ressonou. Ela, olhando o tecto, não dormia. De manhã levantou-se com dores no corpo e as olheiras espalhadas por todo o corpo. De óculos escuros via a manhã começar o seu habitual movimento. Passavam homens que a olhavam. Cruzou mais as pernas, deixou a saia subir um pouco pelas coxas, casualmente destapou os ombros. Nada de especial, o seu corpo. Mas aprendera em tempos idos a arte da sedução e ainda se lembrava de algumas coisas. Sorriu a um homem. Um que lhe pareceu bem, cabelo molhado, provavelmente saído do banho e dos braços de uma mulher como ela. O homem aproximou-se. Ela não hesitou, puxou a cadeira a seu lado, convidando-o a sentar-se. O sol batia-lhe nos olhos, na pele, a esplanada denunciava uma segunda-feira ressacada. O seu telemóvel tocou ao mesmo tempo que o homem se sentava a seu lado. Do outro lado, ainda no calor dos lençóis, o homem que deixara em casa perguntava-lhe onde estava. Que iria ter com ela daí a quinze minutos. Desligou. Perguntou ao homem a seu lado se tinha pressa. Não tinha. Levantou-se, estendeu-lhe a mão e guiou-o até ao seu carro. Passou pela porta de sua casa. O carro do homem ainda lá estava. Deu mais uma volta, dois quarteirões, e tornou a passar. Viu o carro do homem desaparecer na esquina da rua. Estacionou no lugar deixado vago pelo homem que se dirigia para o café à sua procura. Entraram em casa. Deitou-se com o desconhecido na cama ainda quente. Disse-lhe que não tinha tempo para preliminares nem outras tretas, queria apenas que a fodesse uma vez, duas, três, o que conseguisse, mas dispensava atenções. O homem fodeu-a uma vez. Depois outra. E tinha acabado de enfiar o seu caralho na boca da mulher quando ouviram a porta abrir-se. O desconhecido assustou-se. Ela disse-lhe que não deveria preocupar-se e ajoelhou-se de novo para o chupar. Quando o homem entrou no quarto ela virou-se, lentamente, para a porta. Disse-lhe: "É um amigo, nada de mais." Não voltou a ver nenhum deles.
A topografia do falo
Olha São, eu não sei se as pilas são giras mas tal como nas colecções de moedas ou de comboios-miniatura, a diversidade de formas, feitios e tamanhos aguça-se-me a curiosidade.
Desde as altitudes de passe social ou stick usb, até às incomensuráveis mangueiras de bombeiro, apesar de, regra geral, serem mais uma sardinha do mês de Junho ou um mapa de estradas do ACP, há ainda a diferença de diâmetros na escala do cabo redondo de faca, passando pelo termómetro de orelha, até ao pepino cheio, sem esquecer as cenouras em diferentes contorções.
E depois temos ainda as várias morfologias particulares da glande, quer coberta quer a olho nu, que alinham na simetria da haste ou se amplificam como o chapéu de um cogumelo.
Mas se queres que te diga, Sãozinha, apesar de por si própria ser maravilhosa cada descoberta circunstanciada, julgo mesmo que o estudo das pilas é essencial para a defesa dos consumidores. Oh São, é ou não é pela comparação de dados que se percebe a qualidade efectiva dos produtos?...
Os objectos malandrecos do Reparador
Refª 4521/PLASTICA/99-234
O Reparador descobriu a forma mais eficaz de cirurgia estética.
O Reparador descobriu a forma mais eficaz de cirurgia estética.
05 junho 2005
Leite fresco - por Charlie
Finalmente chegou a casa. De todas as vezes que saía era a mesma coisa. Homens olhavam para ela com olhares cheios de absolutamente!
Havia os que se aproximavam com um sorriso lascivo e olhos semicerrados, sussurrando-lhe as propostas do costume. Prometendo-lhe paraísos algures perdidos no seu corpo, que eles estariam dispostos a desbravar numa cavalgada heróica pelo império dos sentidos.
Outros ficavam parados nos passeios enquanto os seus olhos falavam mais alto que as propostas dos anteriores.
Havia ainda um outro tipo de homens que do outro lado do passeio lançavam brejeirices, supostamente em piada para alguém das suas relações mas que ela via logo que lhe eram dirigidas.
Contudo hoje a coisa fora diferente. Uma mulher aproximara-se dela. O seu olhar era diferente. Imperioso; quase demolidor.
Olhou bem para ela enquanto lhe disse de imediato:
-Quero-te! E vou ter-te!
Afastara-se sem lhe dar resposta mas ficara perturbada.
A frase não lhe saía do sentido. Toda a tarde mexera com ela.
Agora que estava em casa, onde vivia só desde o abandono do seu companheiro, descalçou-se e tirou a blusa deixando os seus trunfos a acariciar o ar da cozinha.
Abriu o frigorifico. De dentro tirou um pacote de leite. Lentamente encostou os lábios e fechando os olhos deu um golo longo. Sabia-lhe tão bem beber assim... 'Que bom', pensou.
Umas gotas escaparam-se-lhe pelo canto da boca, escorreram-lhe pela face e caindo em cima dum dos mamilos, que ficou imediatamente erecto com o contacto frio do líquido. Passou as costas da mão pelo rosto. Sentia-o ligeiramente pegajoso. Depois desceu e rodou o dedo indicador pelo bico do peito, sentido-se arrepiar. Fechou os olhos, sentindo um gozo interior tomá-la aos poucos.
Parou, suspirou e abriu os olhos. Num impulso inexplicável aproximou-se da janela da cozinha e, sem se expor, olhou para a rua através do cortinado de palhinha que protegia do sol e que agora, quase de noite, era totalmente inútil.
Ali estava ela!
Olhando para cima!
A mulher que a tinha perturbado toda a tarde com uma curta frase dita em tom de mandamento!
Durante um longo instante desviou o olhar. Depois, olhou novamente procurando vê-la. Afastou a cortina expondo-se.
Os olhares cruzaram-se.
Significativos!
Determinantes!
Depois, voltou a fechar a cortina.
Lentamente, dirigiu-se à porta. Pegou no telefone de porteiro e accionou o botão do fecho da entrada do prédio. Abriu o apartamento deixando uma pequena fresta na porta quase encostada.
Depois pôs o pacote novamente à boca.
Umas gotas mais escorreram generosas pela face quando os passos nas escadas pararam de repente e a porta se abriu...
Charlie
Havia os que se aproximavam com um sorriso lascivo e olhos semicerrados, sussurrando-lhe as propostas do costume. Prometendo-lhe paraísos algures perdidos no seu corpo, que eles estariam dispostos a desbravar numa cavalgada heróica pelo império dos sentidos.
Outros ficavam parados nos passeios enquanto os seus olhos falavam mais alto que as propostas dos anteriores.
Havia ainda um outro tipo de homens que do outro lado do passeio lançavam brejeirices, supostamente em piada para alguém das suas relações mas que ela via logo que lhe eram dirigidas.
Contudo hoje a coisa fora diferente. Uma mulher aproximara-se dela. O seu olhar era diferente. Imperioso; quase demolidor.
Olhou bem para ela enquanto lhe disse de imediato:
-Quero-te! E vou ter-te!
Afastara-se sem lhe dar resposta mas ficara perturbada.
A frase não lhe saía do sentido. Toda a tarde mexera com ela.
Agora que estava em casa, onde vivia só desde o abandono do seu companheiro, descalçou-se e tirou a blusa deixando os seus trunfos a acariciar o ar da cozinha.
Abriu o frigorifico. De dentro tirou um pacote de leite. Lentamente encostou os lábios e fechando os olhos deu um golo longo. Sabia-lhe tão bem beber assim... 'Que bom', pensou.
Umas gotas escaparam-se-lhe pelo canto da boca, escorreram-lhe pela face e caindo em cima dum dos mamilos, que ficou imediatamente erecto com o contacto frio do líquido. Passou as costas da mão pelo rosto. Sentia-o ligeiramente pegajoso. Depois desceu e rodou o dedo indicador pelo bico do peito, sentido-se arrepiar. Fechou os olhos, sentindo um gozo interior tomá-la aos poucos.
Parou, suspirou e abriu os olhos. Num impulso inexplicável aproximou-se da janela da cozinha e, sem se expor, olhou para a rua através do cortinado de palhinha que protegia do sol e que agora, quase de noite, era totalmente inútil.
Ali estava ela!
Olhando para cima!
A mulher que a tinha perturbado toda a tarde com uma curta frase dita em tom de mandamento!
Durante um longo instante desviou o olhar. Depois, olhou novamente procurando vê-la. Afastou a cortina expondo-se.
Os olhares cruzaram-se.
Significativos!
Determinantes!
Depois, voltou a fechar a cortina.
Lentamente, dirigiu-se à porta. Pegou no telefone de porteiro e accionou o botão do fecho da entrada do prédio. Abriu o apartamento deixando uma pequena fresta na porta quase encostada.
Depois pôs o pacote novamente à boca.
Umas gotas mais escorreram generosas pela face quando os passos nas escadas pararam de repente e a porta se abriu...
Charlie
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