03 outubro 2005

Cisterna da Gotinha


Chavalas e bombas: vídeo cheio de ritmo.

O NikonMan já tem
concorrência!

Miúdas às palettes....

VULVA

Não havia
necessidade: até a mim me arde...

Ops!...

Os pais aparecem sempre
na pior altura!

Decalcomania


Ele não apareceu e eu soube logo que o funeral estava feito. Para grandes males, grandes remédios, não é São?... Saquei do número de um amigo especial, daqueles muitos coloridos mesmo como convém e aferi se estava disponível.

Em minutos, estava na porta da saída e entrei no primeiro táxi que passava. Um rapazito de t-shirt e jeans acolheu-me com um largo sorriso e mais olhadelas ao espelho retrovisor do que à condução. Começou a desfiar o seu rosário de que a vida dele não era aquilo, que até cantava em casas de fado do Bairro Alto e era convidado para muitos lados e até tinha um rapaz que lhe escrevia letras e estendeu-me uma folha pautada cheia de erros ortográficos que sabes São, foi logo o que me saltou aos olhinhos, com uma história de amor trágico que só me lembrava aquela de que andava a desgraçadinha no gamanço para sustentar os seus três filhinhos. Mas acenei que aquilo era mesmo fado e sorri. E ele aprumou o pescoço e começou a cantá-lo. E depois mais outro e outro, até num sinal vermelho, ao sol abrasador, puxar de duas cervejas, estrategicamente guardadas numa geladeirazinha entre o assento e a sua porta. Abriu-as com um abre-cápsulas que também era porta-chaves e estendeu-me uma avisando que estava incluído na bandeirada. Não sei se era notório que eu estava à beira de um ataque de nervos ou se era apenas o reflexo das minhas pernas sob a pequenita saia preta esvoaçante no espelho, mas para mim aquele táxi era Almodovariano.

Quando finalmente cheguei ao pé do meu amigo alagou-nos a urgência dos beijos e a azáfama de despir as roupas na premência de tocar pele conhecida como se fosse o baú do sotão da avó. Línguas e mãos em desvario, dos rostos até meio do corpo, na pressa de nos absorvermos. E quando as suas coxas roçavam as minhas nádegas e os meus mamilos subiam e desciam sobre o seus, abri então os olhos e vi o seu rosto transfigurar-se no do outro, o ausente, que ali ganhava contornos de nitidez indescritível. E naquela hora São, apenas continuei a ondular naquilo que o cérebro me tornava virtualmente real.

02 outubro 2005

Fantasias



A mão dele procurou o calor do sexo dela. Faminta a mão do calor do sexo. Sedenta a mão da humidade do sexo.
Acariciou-a devagar. Despertando o desejo nela. O desejo dele desperto já.
A boca na boca contava de fantasias. Exigia língua e fantasias. Beijos e consentimento.
Perguntou-lhe: Posso?
Ela disse sim.

Ele pediu:
- Beija-me o sexo. Toma-o na boca e torna-o teu. Dá-me a tua língua e a tua boca. Quero-as minhas.
Dá-me o teu. Tenho fome de ti.
E ela tomou-lhe o sexo e era fome. E ele tomou-lhe o sexo e era fome.

Ele abriu-lhe as pernas devagar. Nas mãos a fantasia dita antes baixinho.
A fantasia, de um sexo que não o dele, mas dele porque ele a penetrava.
Ela cerrou a boca magoando-o quando ele a penetrou.
Ele sentia-a nas pernas, nas coxas, no ventre. Sentia a boca. O calor.
Num impulso procurou o prazer na boca dela.
Num impulso ela procurou o prazer no prazer que ele lhe oferecia.

E amou-a com a língua e com o sexo objecto.
E ela amou-o com a boca e com o sexo que lhe dava.
E depois do amor ele disse sorrindo:
- Todas as tuas fantasias serão minhas. Todas as minhas fantasias serão tuas.
Para que inventes novas quando todas as outras forem reais.

Foto: Paulo Leal

Fornifilia


O ZSmart dá-nos um exemplo de fornifilia...
... neste caso à luz da vela

Anukete - por @lhos

“Uma mulher linda, lindíssima”. Era homem de poucas palavras, sabia-se rude, grosseiro. Linda, lindíssima, repetiu a si mesmo, como se o tremor no canto direito do lábio não fosse já suficiente para revelar a sua excitação. As mãos, no entanto, não o denunciavam, continuando lentamente a executar com precisão a sua tarefa. Devagar, muito devagar, a mão direita ia fazendo pequenos movimentos circulares, enquanto a esquerda a seguia, atenta, tomando mesmo aqui e ali o seu lugar. O corpo da mulher cheirava bem, e sua pele humedecida brilhava. Até a sua brancura era um louvor à sua beleza. O homem passeou o olhar pelo corpo nu e os seus olhos brilharam, pareceu mesmo ir chorar, mas não parou. Continuou até que todos os pontos do corpo dela tivessem experimentado a carícia milimétrica de uma toalhita perfumada. Depois, agarrou na caixa e deitou-a para o caixote do lixo, com raiva. Só então a vestiu, sem pressa.

@lhos
O lado dele da
imaginação dela, publicado no blog Alhos-e-bugalhos

01 outubro 2005

Saltar à Corda

A Matahary não se cansa?!

Gosto de pular contigo!
Deixa-me ser a tua corda.
Passar-te por baixo e
fazer-te saltar.
E depois num arco inventado
voar por cima e abraçar-te num beijo.
Com o teu corpo em tensão,
pulando em desejo.
E eu em corda tensa
em circulo fechado
amar-te ei num nó
de Amor apertado.

Charlie

fábula da rata, do rato, do gato e da dona - ode o OrCa


e assim destemido e guloso
lambareiro se foi o bichano à dona
mansarrão o cínico e prestimoso
roçagando na penugem mesmo à tona

"oh bichano, come aqui que eu já nem posso"
diz a diva, "que me sinto esbraseada!..."
e a rata lhe comeu sem alvoroço
apanhando a doce bicha descuidada

sorte teve o ratinho que escondeu
o corpinho no redondo mais estreito
assim comendo o que o gato não comeu
mas a dona ambos comendo a preceito

OrCa

Navegantes

De meu corpo faz teu barco,
iça a vela em mar aberto,
de meu cheiro a maresia que te embriaga a razão...
Navega-me ardentemente,
de meu falo faz teu leme,
de minha boca a rota a orientar sedução...
Flutua neste oceano com a tua boca voraz,
lança âncora no meu sexo
e nele permanece até me extraires gemidos de puro prazer...

Suga-me todos os poros,
acaricia-me o peito,
e com tua língua marota encharca-me de saliva,
qual onda a beijar a areia,
durante o entardecer....
Sacia essa tua sede,
nos líquidos das minhas águas,
sorve gulosamente cada gota cristalina...

Arrebata meus desejos,
sussurra em meus ouvidos,
palavras despudoradas,
diz que me amas e me queres,
diz que eu sou o teu tesão,
e tu quem me domina...
Como num porto seguro,
traz teu barco ao meu encontro,
usa as mãos como amarras
e aporta-te no meu eriçado
e viril membro,
fazendo-me delirar ao sentir o calor aconchegante da tua húmida
e voraz gruta...

Como as ondas quebradeiras,
Cavalga-me insanamente,
sobe e desce num repente,
como as marolas do mar...

No rebolar do teu corpo
sinto fortes contracções,
e com o mastro embebido inventamos posições,
como ilhas flutuantes
que nunca estão no lugar...
E como a visão singela,
do sol penetrando o mar,
nossos corpos encaixam-se na volúpia de amar...
Proa e popa unificadas,
num ritual prazeroso,
tua fenda preenchida por meu sexo volumoso,
e como a bruma das ondas
que a areia vem beijar,
nossos líquidos misturam-se no momento de gozar.....

Qual correnteza das águas que mais parecem espasmos,
nossos corpos regozijam em duradouros orgasmos.....
Navegantes nos tornamos,
sem rumo e sem direcção,
mútua entrega abençoada
glorificando a paixão....

José Cardoso

30 setembro 2005

Que caloraça!!


(via 7floor )

O Código da Estrada prevê isto?


Sexo pela rua

(a Mad garante que
não os atropelou)

Febre - por Anukis

Sentia o corpo todo dolorido. Costumava aguentar todas as doenças e maleitas de pé. Nunca tinha tempo para estar deitada a dormir quanto mais a ficar doente. Vivia sozinha e habituara-se a não precisar de ninguém. Mas, desta vez, tinha mesmo que se deitar. O termómetro marcava 40,5º e chegara a um nível que ela já não conseguia aguentar.
- Maldita gripe, resmungou para si mesma. Para o ano, tomo a vacina.
Não se lembra bem como nem quando, entrou em delírio. Tinha tomado uns medicamentos quaisquer que a médica tinha recomendado. A febre ainda não baixara e ela não conseguia mexer-se nem sequer raciocinar claramente. Tinha apenas em cima do corpo o lençol e mesmo assim sentia-se deitada em cima dum lago.
- Tenho que mudar de roupa ou meter-me na banheira com água morna para baixar a febre, pensou já em delírio.
Não conseguia levantar-se e adormeceu dum sono povoado de sensações estranhas. Havia uma mão que lhe tirou os cabelos colados ao rosto. Passava-lhe algo de húmido na testa e no pescoço. Hummm que sensação refrescante. A mão, talvez duas, não se lembrava bem, acariciavam-lhe o corpo. Pareciam orvalho acabadinho de cair de madrugada. Começou a desejar que aquelas mãos não parassem, que a envolvessem toda, que as mãos tivessem corpo, boca e língua, que pertencessem a um homem que a desejasse de igual forma. Só queria que não parassem. Tornar-se-ia flor para ele: o clítoris em orquídea só para ele.
As mãos pareciam ouvir os seus pensamentos. Das mãos nasceram uma boca que lhe murmurava palavras de amor, uma língua que a deixava doida e um corpo que era pele a roçar a pele dela. Afinal já não amaldiçoava a gripe. Há muito que tinha esquecido estas sensações e agora recordava o quanto eram deliciosas.
- Hummm mãos, boca, língua, pele. Vem até mim, disse ela em súplica.
E foi ouvida: sensações, prazer, deleite, êxtase...
Acordou no dia seguinte, já sem febre e com o corpo relaxado e cheiroso, apesar da febre.
- Tenho que parar de fantasiar - pensou ela.
E virou-se para a mesinha de cabeceira para beber um pouco de água. Ficou atónita. Havia uma caixa de dodots que nunca tinha visto antes. Como tinham lá ido parar?...

Anukis