- Maldita gripe, resmungou para si mesma. Para o ano, tomo a vacina.
Não se lembra bem como nem quando, entrou em delírio. Tinha tomado uns medicamentos quaisquer que a médica tinha recomendado. A febre ainda não baixara e ela não conseguia mexer-se nem sequer raciocinar claramente. Tinha apenas em cima do corpo o lençol e mesmo assim sentia-se deitada em cima dum lago.
- Tenho que mudar de roupa ou meter-me na banheira com água morna para baixar a febre, pensou já em delírio.
As mãos pareciam ouvir os seus pensamentos. Das mãos nasceram uma boca que lhe murmurava palavras de amor, uma língua que a deixava doida e um corpo que era pele a roçar a pele dela. Afinal já não amaldiçoava a gripe. Há muito que tinha esquecido estas sensações e agora recordava o quanto eram deliciosas.
- Hummm mãos, boca, língua, pele. Vem até mim, disse ela em súplica.
E foi ouvida: sensações, prazer, deleite, êxtase...
Acordou no dia seguinte, já sem febre e com o corpo relaxado e cheiroso, apesar da febre.
- Tenho que parar de fantasiar - pensou ela.
E virou-se para a mesinha de cabeceira para beber um pouco de água. Ficou atónita. Havia uma caixa de dodots que nunca tinha visto antes. Como tinham lá ido parar?...
Anukis
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia