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15 janeiro 2006
14 janeiro 2006
O tédio dos sábados, ou de como acabar de vez com a poesia
Acordou cedo. Hesitou entre adormecer de novo na sua enorme cama forrada a seda ou acordar para a vida. O sol que batia na janela fê-la decidir-se.
Optou por uma manhã no ginásio, aturdindo o corpo e adormecendo a alma, nada como o cansaço forçado para espantar os fantasmas dos sonhos de todas as noites, em que se via sempre a afogar num abismo azul de negro.
Achava sempre ridículo aquelas passadeiras que marcavam quilómetros inventando estradas falsas e as bicicletas alinhadas, que nunca a levavam a lado nenhum. Ridículo, correr tanto e nunca sair do mesmo lugar… mas cumpria os rituais da moda.
Naquela manhã reparou na entrada de uma novidade. O rapaz da bomba de gasolina era a nova aquisição do espaço de culto dos corpos. Já reparara nele, quando pagava indiferente a gasolina e pedia um maço de tabaco.
Um corpo jovem e musculado, uma cor de chocolate morno, bebido em dias saborosos de chuva, era a memória que tinha deste rapaz que, por mero acaso, já lhe povoara algumas fantasias, que a acompanhavam na estrada, depois de atestar o depósito de gasolina.
No ginásio nada mais há a fazer do que caminhar e correr sem destino, olhar para os corpos que caminham alegres e esperançosos ao nosso lado e deixar fluir a imaginação.
Ela optou por olhar para o corpo cor de chocolate morno que se lhe oferecia às suas fantasias dos sábados.
Ele olhou para ela e reconheceu-a. Na bomba de gasolina era, “bom dia Sr. Doutora”, ali era um corpo sem mestrados. Ele sorriu-lhe, sem saber como a cumprimentar, apenas com um sorriso. Ela retribuiu o sorriso e agradeceu aos deuses pela democraticidade destes espaços de músculos e suor e sorrisos, e por não haver diálogos no seu filme.
Treinaram juntos durante algum tempo. Ela, sabendo que nunca chegaria ao fim da estrada, ele pensando como chegar a um aparelho que ficasse mais próximo da passadeira onde ela corria pelos corredores do tédio.
Trocaram olhares pelo espelho. Sorrisos e olhares. Ela pensou – “Se falas sou capaz de te matar, ou então nunca mais vou à tua bomba de gasolina”. Ela sentiu que ele olhava o seu corpo pequeno e torneado, sentiu o prazer dele em vê-la no justo fato de ginástica, despida do fato de doutora que lhe comparava o maço de tabaco diário e que deixava na loja um cheiro doce de perfume.
Ela observou o esforço dele mostrar a sua performance naquelas máquinas infernais. Viu a sua t-shirt empapar-se em suor e sentiu o aroma daquela pele embrulhada em chocolate morno…
O ginásio agora esvaziava-se. A hora de almoço aproximava-se.
Ela parou o treino. “Chega”, pensou, “Hoje gostava de chegar ao fim desta estrada feita de plástico”.
Passou por ele e sorriu. Tocou-lhe só de leve no braço suado e disse baixinho
- Espero-te na sauna.
Sabia que a sauna não era mista, ele teria de passar pelo balneário feminino, mas achou que valia o risco. Pensou – “Se não vieres, não passas de uma miragem no meio do deserto, mas também não deves saber o que é uma metáfora e não serei eu a ensinar-te”.
Despiu-se no balneário, deixou a água do duche abraçá-la em jactos mornos e depois entrou na sauna.
A porta abriu-se e ele entrou. Nu, tão nu como o horizonte ao fim do dia. Chegou até ela e abraçou-a. Ela deixou-se abraçar. Tentou beijá-la, mas ela tapou-lhe a boca com a mão. Não queria palavras, nem beijos. Como as putas. Com a outra mão tapou-lhe os olhos. Não queria ser vista. Como as sereias.
Ele pegou-lhe ao colo e ela entrelaçou as pernas no seu tronco. Sentiu o sexo dele, duro, erecto de encontro ao seu ventre. Sabia que não precisava de o conduzir. Ele encontraria o caminho. Ele penetrou-a com doçura e ela deixou-se afogar. Ele conduzia, acelerava o ritmo, percorria o prazer dela, aumentava a potência e ela mergulhava numa onda de vapor e de silêncio. O orgasmo dele foi intenso, abafado pela mão dela que ainda se mantinha na sua boca. Pô-la devagarinho no chão e tentou abraçá-la mais uma vez.
Ela disse num sussurro – “Agora sai.”
Ele saiu sem dizer uma palavra, atordoado pela surpresa. Ela deitou-se calmamente num dos bancos da sauna e masturbou-se com delicadeza.
Este orgasmo seria só seu, não lho oferecera.
Afinal, a estrada era dela. O abismo, também.
Optou por uma manhã no ginásio, aturdindo o corpo e adormecendo a alma, nada como o cansaço forçado para espantar os fantasmas dos sonhos de todas as noites, em que se via sempre a afogar num abismo azul de negro.
Achava sempre ridículo aquelas passadeiras que marcavam quilómetros inventando estradas falsas e as bicicletas alinhadas, que nunca a levavam a lado nenhum. Ridículo, correr tanto e nunca sair do mesmo lugar… mas cumpria os rituais da moda.
Naquela manhã reparou na entrada de uma novidade. O rapaz da bomba de gasolina era a nova aquisição do espaço de culto dos corpos. Já reparara nele, quando pagava indiferente a gasolina e pedia um maço de tabaco.
Um corpo jovem e musculado, uma cor de chocolate morno, bebido em dias saborosos de chuva, era a memória que tinha deste rapaz que, por mero acaso, já lhe povoara algumas fantasias, que a acompanhavam na estrada, depois de atestar o depósito de gasolina.
No ginásio nada mais há a fazer do que caminhar e correr sem destino, olhar para os corpos que caminham alegres e esperançosos ao nosso lado e deixar fluir a imaginação.
Ela optou por olhar para o corpo cor de chocolate morno que se lhe oferecia às suas fantasias dos sábados.
Ele olhou para ela e reconheceu-a. Na bomba de gasolina era, “bom dia Sr. Doutora”, ali era um corpo sem mestrados. Ele sorriu-lhe, sem saber como a cumprimentar, apenas com um sorriso. Ela retribuiu o sorriso e agradeceu aos deuses pela democraticidade destes espaços de músculos e suor e sorrisos, e por não haver diálogos no seu filme.
Treinaram juntos durante algum tempo. Ela, sabendo que nunca chegaria ao fim da estrada, ele pensando como chegar a um aparelho que ficasse mais próximo da passadeira onde ela corria pelos corredores do tédio.
Trocaram olhares pelo espelho. Sorrisos e olhares. Ela pensou – “Se falas sou capaz de te matar, ou então nunca mais vou à tua bomba de gasolina”. Ela sentiu que ele olhava o seu corpo pequeno e torneado, sentiu o prazer dele em vê-la no justo fato de ginástica, despida do fato de doutora que lhe comparava o maço de tabaco diário e que deixava na loja um cheiro doce de perfume.
Ela observou o esforço dele mostrar a sua performance naquelas máquinas infernais. Viu a sua t-shirt empapar-se em suor e sentiu o aroma daquela pele embrulhada em chocolate morno…
O ginásio agora esvaziava-se. A hora de almoço aproximava-se.
Ela parou o treino. “Chega”, pensou, “Hoje gostava de chegar ao fim desta estrada feita de plástico”.
Passou por ele e sorriu. Tocou-lhe só de leve no braço suado e disse baixinho
- Espero-te na sauna.
Sabia que a sauna não era mista, ele teria de passar pelo balneário feminino, mas achou que valia o risco. Pensou – “Se não vieres, não passas de uma miragem no meio do deserto, mas também não deves saber o que é uma metáfora e não serei eu a ensinar-te”.
Despiu-se no balneário, deixou a água do duche abraçá-la em jactos mornos e depois entrou na sauna.
A porta abriu-se e ele entrou. Nu, tão nu como o horizonte ao fim do dia. Chegou até ela e abraçou-a. Ela deixou-se abraçar. Tentou beijá-la, mas ela tapou-lhe a boca com a mão. Não queria palavras, nem beijos. Como as putas. Com a outra mão tapou-lhe os olhos. Não queria ser vista. Como as sereias.
Ele pegou-lhe ao colo e ela entrelaçou as pernas no seu tronco. Sentiu o sexo dele, duro, erecto de encontro ao seu ventre. Sabia que não precisava de o conduzir. Ele encontraria o caminho. Ele penetrou-a com doçura e ela deixou-se afogar. Ele conduzia, acelerava o ritmo, percorria o prazer dela, aumentava a potência e ela mergulhava numa onda de vapor e de silêncio. O orgasmo dele foi intenso, abafado pela mão dela que ainda se mantinha na sua boca. Pô-la devagarinho no chão e tentou abraçá-la mais uma vez.
Ela disse num sussurro – “Agora sai.”
Ele saiu sem dizer uma palavra, atordoado pela surpresa. Ela deitou-se calmamente num dos bancos da sauna e masturbou-se com delicadeza.
Este orgasmo seria só seu, não lho oferecera.
Afinal, a estrada era dela. O abismo, também.
Faduncho triplicado do chuleco entradote - por Charlie
Preparem-se que no próximo Encontra-a-Funda o Charlie, mais conhecido como Rouxinol da Planície, vai cantar e tocar esta fado (anotem que é em LÁ maior):
Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
Compro tudo já feito
Uso gravata encarnada
E levo tudo a direito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada
Já tive vida de casado
Mas puseram-me a mala na escada
Aaaaaaaiiii...
Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Com trabalho não me ajeito
Uso gravata encarnada
O meu tempo é pensar e a ver
O que menos posso fazer
Para o pirolím cantante
E logo a seguir a uma tanga
Sai depois uma zanga
Fico olhando mais adiante
Ao atravessar o largo da estiva
Ajeito os punhos da camisa
Aaaaaaiiiii...
Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Tenho o mesmo direito
De aspirar o ar da brisa
Na casa de fado ao lado
Do meu sótão forrado
com figuras bizarras
É pr'onde eu levo as garinas
Onde as papo clandestinas
Gemendo os sons de guitarras
E foi aí que aconteceu
Nem quis crer no que aquilo deu
Aaaaaaaaiiiii...
Eu que levo tudo a direito
Nesse dia que enjeito
O tesão se perdeu.
Mas logo busquei a solução
Não se perde o homem não
Quando o não tem direito
Abri-lhe as pernas ao meio
Sessenta-e-nove sem mais paleio
O bigodinho fez-me jeito
E sempre daí em diante
Não mais passei pelo minguante
Aaaaaiiiiii...
Agora, largo ou estreito
Vai tudo a preceito
Logo depois do voo rasante.
Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
O minete não rejeito
Não mais me falhou nada
Afundo de queixo no estreito
O bicho avoluma no peito
E depois vai de enfiada
Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada
E compro tudo já feito.
Levo tudo a direito
Uso gravata encarnada
Charlie
Compro tudo já feito
Uso gravata encarnada
E levo tudo a direito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada
Já tive vida de casado
Mas puseram-me a mala na escada
Aaaaaaaiiii...
Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Com trabalho não me ajeito
Uso gravata encarnada
O meu tempo é pensar e a ver
O que menos posso fazer
Para o pirolím cantante
E logo a seguir a uma tanga
Sai depois uma zanga
Fico olhando mais adiante
Ao atravessar o largo da estiva
Ajeito os punhos da camisa
Aaaaaaiiiii...
Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Tenho o mesmo direito
De aspirar o ar da brisa
Na casa de fado ao lado
Do meu sótão forrado
com figuras bizarras
É pr'onde eu levo as garinas
Onde as papo clandestinas
Gemendo os sons de guitarras
E foi aí que aconteceu
Nem quis crer no que aquilo deu
Aaaaaaaaiiiii...
Eu que levo tudo a direito
Nesse dia que enjeito
O tesão se perdeu.
Mas logo busquei a solução
Não se perde o homem não
Quando o não tem direito
Abri-lhe as pernas ao meio
Sessenta-e-nove sem mais paleio
O bigodinho fez-me jeito
E sempre daí em diante
Não mais passei pelo minguante
Aaaaaiiiiii...
Agora, largo ou estreito
Vai tudo a preceito
Logo depois do voo rasante.
Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
O minete não rejeito
Não mais me falhou nada
Afundo de queixo no estreito
O bicho avoluma no peito
E depois vai de enfiada
Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada
E compro tudo já feito.
Levo tudo a direito
Uso gravata encarnada
Charlie
Carta - por Anukis
Ele voltava a casa depois de mais um dia de trabalho. Casa… Não sabia bem se podia chamar a esse apartamento quase vazio de casa. Era apenas um lugar de chegada e partida como um aeroporto mas sem a confusão. Costumava sentar-se no sofá e ver televisão até embrutecer, para não pensar, não sentir a ausência de tudo. Vivera muitos anos atormentados com presenças invasoras da sua liberdade e agora, que era livre, sentia-se profundamente só.
Entrou no prédio e foi à caixa do correio, só para ver qual era a conta que era para pagar desta vez. Um envelope branco sem remetente nem destinatário chamou-lhe a atenção. Pegou nele, enfiou-o na pasta e esqueceu-se dele. Entrou em casa. Silêncio… Acendeu a televisão. Notícias, sempre as mesmas. Foi ao frigorifíco e fez uma sandes. Não lhe apetecia cozinhar. Comeu-as em frente ao caleidoscópio de imagens do noticiário para aparvalhar a populaça. Mais uma vez, adormeceu sem convicção.
Quando acordou, já passava das 2h. A caminho da cama, tropeçou na pasta e o envelope caiu ao chão. Pousou-o ao lado do colchão que lhe servia de cama. O sono espalhou-se. Deu voltas e mais voltas. Acendeu a luz. Bebeu água. Pegou então no envelope, já que não tinha mais nada que fazer.
Era uma carta e dizia assim:
"Basta uma palavra tua para acabares com essa solidão. Basta ligares-me hoje até à 1h e amanhã, quando chegares do trabalho, estarei eu à tua espera, com aquela mini-saia que só uso para ti e de que tanto gostas. Estarei com as meias de ligas e aquela camisola decotada que torna o meu peito cativante. Dou-te um beijo, bem quente e tu enrolas os braços no meu corpo como uma cobra à volta da sua presa. Passas-me a mão pelo corpo, na parte da coxa que fica descoberta. Surpreendes-te. Estou sem cuecas e sentes-me...
E mais não digo, deixo a tua imaginação voar pelo meu corpo. Fico à espera até à 1h. Se não ligares, a minha vida seguirá outro rumo. Adeus ou até sempre." Levantou-se de repente e pegou no telemóvel. Já não entrou sequer na caixa do correio. Aquele número era inexistente.
Anukis
Entrou no prédio e foi à caixa do correio, só para ver qual era a conta que era para pagar desta vez. Um envelope branco sem remetente nem destinatário chamou-lhe a atenção. Pegou nele, enfiou-o na pasta e esqueceu-se dele. Entrou em casa. Silêncio… Acendeu a televisão. Notícias, sempre as mesmas. Foi ao frigorifíco e fez uma sandes. Não lhe apetecia cozinhar. Comeu-as em frente ao caleidoscópio de imagens do noticiário para aparvalhar a populaça. Mais uma vez, adormeceu sem convicção.
Quando acordou, já passava das 2h. A caminho da cama, tropeçou na pasta e o envelope caiu ao chão. Pousou-o ao lado do colchão que lhe servia de cama. O sono espalhou-se. Deu voltas e mais voltas. Acendeu a luz. Bebeu água. Pegou então no envelope, já que não tinha mais nada que fazer.
Era uma carta e dizia assim:
"Basta uma palavra tua para acabares com essa solidão. Basta ligares-me hoje até à 1h e amanhã, quando chegares do trabalho, estarei eu à tua espera, com aquela mini-saia que só uso para ti e de que tanto gostas. Estarei com as meias de ligas e aquela camisola decotada que torna o meu peito cativante. Dou-te um beijo, bem quente e tu enrolas os braços no meu corpo como uma cobra à volta da sua presa. Passas-me a mão pelo corpo, na parte da coxa que fica descoberta. Surpreendes-te. Estou sem cuecas e sentes-me...
E mais não digo, deixo a tua imaginação voar pelo meu corpo. Fico à espera até à 1h. Se não ligares, a minha vida seguirá outro rumo. Adeus ou até sempre."
Anukis
(A Gotinha tudo descobre)
"Dois homens-comboio, com mulher-maquinista" - Charlie
"A tracção fatal" ou "o engate" - São Rosas
"Smirnoff a trois" - Macaco Adriano
"Se foder não beba..." - Seven
13 janeiro 2006
CISTERNA da Gotinha
Aubade Lingerie Models
Anton S.: fotografia e pintura.
Dois vídeos: Vida Guerra e Adivinhar o Tamanho das mamocas.
As meninas gostam muito de dar abraços...
Paisagens citadinas.
Anton S.: fotografia e pintura.
Dois vídeos: Vida Guerra e Adivinhar o Tamanho das mamocas.
As meninas gostam muito de dar abraços...
Paisagens citadinas.
A primeira vez na Fundi São nunca se esquece...
O Caga-tacos
O bairro onde residimos não é só constituído por barracas. Também existem pequenas empresas de contabilidade feita nos joelhos e de trabalhos vários (biscates). Serve este preâmbulo para introduzir (salvo seja) nesta posta a história da família Carvalho. excelsos prestadores de serviços na área dos revestimentos em madeira para pavimentos.
O patriarca da referida família é conhecido no meio profissional, e por arrastamento no bairro, como o "Caga-tacos" dada a sua ocupação profissional.
Carvalho pai é um carpinteiro à antiga, daqueles que andam sempre com o lápis atrás da orelha, o metro no bolso das calças e o fato-macaco surrado. A sua especialidade, tirando o copo de três e a bisca lambida, são os soalhos corridos à portuguesa de grossas pranchas aparelhadas em carvalho ou castanho e os assentamentos de tacos em espinha e tijolo.
O filho mais velho do "Caga-tacos", em virtude de não ter conseguido singrar nos estudos, cedo abraçou a profissão por imposição do pater-famílias. Começou por apreender os conceitos básicos, ou seja, como carregar a caixa da ferramenta, o transporte das pranchas, ir buscar a garrafa do vinho, desentortar os pregos cabeça de arame, aguentar as graçolas e o mau feitio do pai, etc.
Ultrapassada a fase do trabalho físico que ainda se arrastou por algum tempo, passou para uma segunda etapa na sua aprendizagem – o trabalho intelectual – em que a teoria deu lugar à prática ou, como se diz hoje em dia, o saber-fazer. Passou assim a utilizar toda uma panóplia de ferramentas adequadas, a fazer medições e até a executar orçamentos para obras. No entanto, Carvalho filho, queria ir mais além sendo sua intenção diversificar a área profissional, passando a executar outros tipos de pavimentos, tais como soalho flutuante e parquet, pois estes materiais são actualmente mais consentâneos com o gosto e a carteira dos clientes.
Carvalho filho deslocou-se até França para casa de familiares, tendo ido trabalhar numa empresa daquele país que se dedicava ao assentamento de todo o tipo de soalhos nas casas tipo maison. Teve um tirocínio de meia dúzia de anos onde solidificou conhecimentos, prática e barriga.
Passados esses anos e considerando que já dominava o métier, retornou a Portugal, tendo iniciado a montagem de um negócio próprio, com direito a Toyota Hiace, pessoal arregimentado no bairro e cartão de visita profissional.
O empresário em nome individual – Carvalho filho Unipessoal Lda. – conhecido como "Caga-tacos" filho, não querendo renegar o cognome familiar, resolveu no entanto dar-lhe um toque de modernidade, de politicamente correcto e de afirmação pessoal, passando a ser conhecido no meio profissional pelo “petit nom” de EVACUA PARQUET.
O bairro onde residimos não é só constituído por barracas. Também existem pequenas empresas de contabilidade feita nos joelhos e de trabalhos vários (biscates). Serve este preâmbulo para introduzir (salvo seja) nesta posta a história da família Carvalho. excelsos prestadores de serviços na área dos revestimentos em madeira para pavimentos.
O patriarca da referida família é conhecido no meio profissional, e por arrastamento no bairro, como o "Caga-tacos" dada a sua ocupação profissional.
Carvalho pai é um carpinteiro à antiga, daqueles que andam sempre com o lápis atrás da orelha, o metro no bolso das calças e o fato-macaco surrado. A sua especialidade, tirando o copo de três e a bisca lambida, são os soalhos corridos à portuguesa de grossas pranchas aparelhadas em carvalho ou castanho e os assentamentos de tacos em espinha e tijolo.
O filho mais velho do "Caga-tacos", em virtude de não ter conseguido singrar nos estudos, cedo abraçou a profissão por imposição do pater-famílias. Começou por apreender os conceitos básicos, ou seja, como carregar a caixa da ferramenta, o transporte das pranchas, ir buscar a garrafa do vinho, desentortar os pregos cabeça de arame, aguentar as graçolas e o mau feitio do pai, etc.
Ultrapassada a fase do trabalho físico que ainda se arrastou por algum tempo, passou para uma segunda etapa na sua aprendizagem – o trabalho intelectual – em que a teoria deu lugar à prática ou, como se diz hoje em dia, o saber-fazer. Passou assim a utilizar toda uma panóplia de ferramentas adequadas, a fazer medições e até a executar orçamentos para obras. No entanto, Carvalho filho, queria ir mais além sendo sua intenção diversificar a área profissional, passando a executar outros tipos de pavimentos, tais como soalho flutuante e parquet, pois estes materiais são actualmente mais consentâneos com o gosto e a carteira dos clientes.
Carvalho filho deslocou-se até França para casa de familiares, tendo ido trabalhar numa empresa daquele país que se dedicava ao assentamento de todo o tipo de soalhos nas casas tipo maison. Teve um tirocínio de meia dúzia de anos onde solidificou conhecimentos, prática e barriga.
Passados esses anos e considerando que já dominava o métier, retornou a Portugal, tendo iniciado a montagem de um negócio próprio, com direito a Toyota Hiace, pessoal arregimentado no bairro e cartão de visita profissional.
O empresário em nome individual – Carvalho filho Unipessoal Lda. – conhecido como "Caga-tacos" filho, não querendo renegar o cognome familiar, resolveu no entanto dar-lhe um toque de modernidade, de politicamente correcto e de afirmação pessoal, passando a ser conhecido no meio profissional pelo “petit nom” de EVACUA PARQUET.
Dores de cabeça de todas as cores
– Outra? – perguntou ele, beijando-lhe o pescoço.
– Ainda te aguentas? – atirou ela, com um sorriso trocista.
– Porra... – sentiu-se ele, franzindo o cenho. – Se aguento?
E, de um salto, pôs-se de joelhos em cima da cama, segurando no órgão viril, que estava um pouco ensimesmado.
– Ó rapaz, isso já está como há-de ir! – Ela riu-se. – Outra? Só se for com os olhos!
– Já levanta – disse ele, esperançoso, afagando o órgão que não lhe respondia. – Já levanta...
– Ensimesmado é uma boa definição – afirmou ela – estranha, mas correcta. Isso está mesmo meditabundo, recolhido.
– Qual recolhido, qual carapuça – aborreceu-se ele, que até era circuncidado. – Espera aí... Espera aí um momento que já te dou outra!
– Um momento? – Perguntou ela, irónica, olhando o aspecto encolhido e caduco do recalcitrante membro.
– Estás a gozar, Patrícia? – perguntou ele.
– Não... – ela não conseguiu conter um risinho, que lhe doeu como a broca de um dentista: uma dor aguda, forte, insuportável.
– Estás a gozar!? Vais ver! Vais... – Afogueado, ele não conseguiu acabar a frase e parou para controlar a respiração.
– Estava a brincar, chefe – esclareceu ela.
Ele só abanou a cabeça, enquanto respirava fundo.
– Estás bem? – Inquiriu ela, dando-lhe a mão; ele acenou com a cabeça que estava. Ela largou-lhe a mão, deu-lhe um chocho e informou:
– Vou-me lavar.
O chefe deixou-se cair para a frente, descorçoado.
– Achas que compre Viagra? – perguntou ele, com um suspiro.
Ela pensou na quantidade de desculpas que teria de inventar para o manter à distância se ele comprasse os comprimidos azuis, "tinha de ter dores de cabeça de todas as cores", estacou a caminho da casa de banho, virou-se, olhou-o nos olhos, fez o seu sorriso mais idiota, que o derretia imediatamente e declarou açucarando a voz:
– Neque semper arcum tendit Apollo.
E ele, sem perceber nada para além do sorriso idiota que tomava por lúbrico e da voz melosa que lhe soava como uma melodia, sorriu e descansou: Ainda era homem para ela.
(Para todos vós que possuís a cultura de um servidor da coisa pública no topo da carreira, sempre direi que a locução latina acima utilizada é de Horácio (Odes, II, 10,19) e pode-se traduzir como "nem sempre mantém Apolo retesado o seu arco")
de Garfiar, só me apetece
– Ainda te aguentas? – atirou ela, com um sorriso trocista.
– Porra... – sentiu-se ele, franzindo o cenho. – Se aguento?
E, de um salto, pôs-se de joelhos em cima da cama, segurando no órgão viril, que estava um pouco ensimesmado.
– Ó rapaz, isso já está como há-de ir! – Ela riu-se. – Outra? Só se for com os olhos!
– Já levanta – disse ele, esperançoso, afagando o órgão que não lhe respondia. – Já levanta...
– Ensimesmado é uma boa definição – afirmou ela – estranha, mas correcta. Isso está mesmo meditabundo, recolhido.
– Qual recolhido, qual carapuça – aborreceu-se ele, que até era circuncidado. – Espera aí... Espera aí um momento que já te dou outra!
– Um momento? – Perguntou ela, irónica, olhando o aspecto encolhido e caduco do recalcitrante membro.
– Estás a gozar, Patrícia? – perguntou ele.
– Não... – ela não conseguiu conter um risinho, que lhe doeu como a broca de um dentista: uma dor aguda, forte, insuportável.
– Estás a gozar!? Vais ver! Vais... – Afogueado, ele não conseguiu acabar a frase e parou para controlar a respiração.
– Estava a brincar, chefe – esclareceu ela.
Ele só abanou a cabeça, enquanto respirava fundo.
– Estás bem? – Inquiriu ela, dando-lhe a mão; ele acenou com a cabeça que estava. Ela largou-lhe a mão, deu-lhe um chocho e informou:
– Vou-me lavar.
O chefe deixou-se cair para a frente, descorçoado.
– Achas que compre Viagra? – perguntou ele, com um suspiro.
Ela pensou na quantidade de desculpas que teria de inventar para o manter à distância se ele comprasse os comprimidos azuis, "tinha de ter dores de cabeça de todas as cores", estacou a caminho da casa de banho, virou-se, olhou-o nos olhos, fez o seu sorriso mais idiota, que o derretia imediatamente e declarou açucarando a voz:
– Neque semper arcum tendit Apollo.
E ele, sem perceber nada para além do sorriso idiota que tomava por lúbrico e da voz melosa que lhe soava como uma melodia, sorriu e descansou: Ainda era homem para ela.
(Para todos vós que possuís a cultura de um servidor da coisa pública no topo da carreira, sempre direi que a locução latina acima utilizada é de Horácio (Odes, II, 10,19) e pode-se traduzir como "nem sempre mantém Apolo retesado o seu arco")
de Garfiar, só me apetece
Recebi mais um sorriso
Porquê?
"Porque preciso eu de ti?
Porque preciso sentir essa boca sedenta colada à minha?
Porque preciso de sentir o calor do teu corpo, imaginado cada contorno, onde as minhas mãos te procuram como que através de uma força divina?
Que poderes tens tu para eu imaginar cada centimetro da tua pele, numa fome incontrolável?
Como me comandas na tua direcção, sentindo o apelo da minha libido, o meu desejo mal contido, a vontade de me perder nos teus olhos, de me perder em ti?
Explica-me como entras nos meus sonhos e me escravatizas cedendo a cada desejo teu?
Como conseguiste fazer de ti a minha única fonte de prazer?
Tento descolar-te de mim... tirar-te da minha alma que guardas como guardas tantas outras... fujo de ti mas dou por mim em círculos voltando sempre para o teu beijo... preciso dele.. preciso mesmo dele..."
Um sorriso meu para si :)
"Porque preciso eu de ti?
Porque preciso sentir essa boca sedenta colada à minha?
Porque preciso de sentir o calor do teu corpo, imaginado cada contorno, onde as minhas mãos te procuram como que através de uma força divina?
Que poderes tens tu para eu imaginar cada centimetro da tua pele, numa fome incontrolável?
Como me comandas na tua direcção, sentindo o apelo da minha libido, o meu desejo mal contido, a vontade de me perder nos teus olhos, de me perder em ti?
Explica-me como entras nos meus sonhos e me escravatizas cedendo a cada desejo teu?
Como conseguiste fazer de ti a minha única fonte de prazer?
Tento descolar-te de mim... tirar-te da minha alma que guardas como guardas tantas outras... fujo de ti mas dou por mim em círculos voltando sempre para o teu beijo... preciso dele.. preciso mesmo dele..."
Um sorriso meu para si :)
12 janeiro 2006
doce
...adoço-te a boca,
aguço-te o desejo...
doce ensejo, desejo
achocolatar-me em ti.
derretido gostar que não se esgota
no querer saborear-te... até ao fim.
- Gostas de mim? (pergunta-me, sei-o)
Seio que bebo por prazer degustar-te...
... com trincadinhas no teu aveludado fruto seco.
(escorro-me também)
Animal de EstimaSão da Gotinha
Prikola
Ouriçaralho - o m. q. caralhiço
já é uma entrada do DiciOrdinário
Finalmente um e-mail diferente de venda de Viagra!
Quem nunca recebeu uma mensagem a vender Viagra ou sucedâneos é porque não tem correio electrónico. Eu bem lhes respondo questionando-os, na língua deles: "Do you have a similar product for spring greens*?" só que nunca me voltam a contactar...
Mas a promoção que recebi agora merece ser aqui exibida:
*grelos
Mas a promoção que recebi agora merece ser aqui exibida:
*grelos
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