O Luis Gaspar continua a saber deixar-me toda molhadinha.
Desta vez dá-nos a conhecer os textos eróticos de Joana Well, que se apresenta no seu blog como "Miss Shag Well, part-time escort, full time Lady Writer. Aspirante a panaceia e poeta".
Apreciem, por exemplo, este «Menina... menina...»:
"Menina, menina, vem cá!" - Disse o Lobo. E eu? Eu fui. E o Lobo? Papou-me! E depois? Foi-se embora. E eu? Eu chorei. Porque fugiu o lobo? Não sei, não sei. Se calhar, não era um Lobo e dei-lhe uma congestão. Entende-se? Diz-me um mágico que lobos só existem nas minhas fantasias. Então? E eu? Eu fui. Procurem-me, estarei no Mundo-Que-Imaginei, à procura do Lobo que não mais encontrei; entretanto, veio um Cabritinho que eu papei e uma Porquinha que saboreei - que belo repasto preparei! - mas à procura do Lobo é que eu andei, andei e quando não fui, o Coração enviei.
Joana Well"
Entretanto, uma curiosidade que nos conta o Luis Gaspar e não é novidade para ninguém: "A poesia erótica, como já por várias vezes foi aqui referido, vive ainda, embora cada vez menos, rodeada de preconceitos. Quem a escreve e quem a ouve, tem, por vezes, alguma dificuldade em admiti-lo.
Recordo, por exemplo, os números dos dois inquéritos que realizei junto dos ouvintes. À pergunta: “qual a categoria do Estúdio Raposa que mais ouve”, é residual o número de ouvintes do Poesia Erótica. Porém, os números fornecidos pelo servidor onde o programa está alojado dizem-nos simplesmente isto: o Poesia Erótica é mais ouvido do que todos os outros juntos. Nem mais."
Ah! É claro que a convidei para publicar os seus textos também aqui, no blog porcalhoto. E adivinhem... sim, ela dobrou o canto do sim! A partir de agora, Miss Shag Well faz parte da fundiSão!
12 outubro 2009
Recuerdos de Viena - 6
Os austríacos não podem ver nada... e disponibilizam no metro livros e revistas para consulta, presos por um buraco igual ao do diciOrdinário.
11 outubro 2009
10 outubro 2009
Sai um DiciOrdinário para o Funchal!
"Boa Noite!
Desculpa responder só agora.
O livro chegou a semana passada e o H. adorou! Obrigada pela dedicatória :)
Está mesmo muito giro (desde a capa, ilustrações e todo o conteúdo) e já nos fartámos de rir!
Óptimo trabalho o vosso... parabéns!
Mais uma vez obrigada pela atenção e simpatia!
Abraço
Andreia F."
Se passarem pelo Alberto João Jardim digam-lhe que terei muito gosto em lhe oferecer um exemplar do diciOrdinário ilusTarado
Desculpa responder só agora.
O livro chegou a semana passada e o H. adorou! Obrigada pela dedicatória :)
Está mesmo muito giro (desde a capa, ilustrações e todo o conteúdo) e já nos fartámos de rir!
Óptimo trabalho o vosso... parabéns!
Mais uma vez obrigada pela atenção e simpatia!
Abraço
Andreia F."
Se passarem pelo Alberto João Jardim digam-lhe que terei muito gosto em lhe oferecer um exemplar do diciOrdinário ilusTarado
09 outubro 2009
Funeral Blues
Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.
Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.
He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.
The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.
_______________________
Tradução livre do Bartolomeu:
"Ist'a bem dezer nem precisa de tradeção. Pelo xeiro, vaise lá logo dereitinho.
Parem essas máquinas que fazem tic-tac,
amais essas outras que azucrinam a paciência
quando desateam a terrintitar sem parar
Arranjem uma tíbia de gaja boa pró cão roer
mandem o piano pela janela
encomendem um caixote equipado com música ambiente
Deixem que os passarões gemam em circulo, ou... circulem gemendo.
Rabiçando no céu (isto é homenagem ao Nelo) a certidão d'Óbidos.
Ornamentem as pombinhas da catrina com umas merdas ao pescoço
E contratem um polícia de trânsito negro,
disposto a calçar luvas brancas...
ou então, não e deixem o transito atafulhar-se todo...
todinho... todinho dentro do rabo do crido.
Depois, o resto é um choro plangente de um gajo que levou tampa do outro... merdas que só aqueles que pegam de empurrão conseguem entender..."
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.
Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.
He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.
The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.
Selected Poems of W.H. Auden
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Tradução livre do Bartolomeu:
"Ist'a bem dezer nem precisa de tradeção. Pelo xeiro, vaise lá logo dereitinho.
Parem essas máquinas que fazem tic-tac,
amais essas outras que azucrinam a paciência
quando desateam a terrintitar sem parar
Arranjem uma tíbia de gaja boa pró cão roer
mandem o piano pela janela
encomendem um caixote equipado com música ambiente
Deixem que os passarões gemam em circulo, ou... circulem gemendo.
Rabiçando no céu (isto é homenagem ao Nelo) a certidão d'Óbidos.
Ornamentem as pombinhas da catrina com umas merdas ao pescoço
E contratem um polícia de trânsito negro,
disposto a calçar luvas brancas...
ou então, não e deixem o transito atafulhar-se todo...
todinho... todinho dentro do rabo do crido.
Depois, o resto é um choro plangente de um gajo que levou tampa do outro... merdas que só aqueles que pegam de empurrão conseguem entender..."
08 outubro 2009
seX
"Cada vez gosto mais de te comer" - gemeu ele. "És tão boa!". Envolvia o corpo dela em mãos, suor, tesão e palavras sussurradas. Ela, pressionada contra a parede, fazia-lhe malvadezas com o rebolar as ancas. Dançavam ao ritmo descontrolado, mas preciso, da vontade. Queriam-se. Macho e fêmea a responderam ao instinto primário. Mas também amantes cúmplices, entregues muito para além do corpo. À volta, pertencia-lhes tudo. O mundo inteiro. E, no entanto, nada mais importava. Só ele. Só ela.
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