HenriCartoon
01 fevereiro 2010
O Bruno Aleixo a falar no rádio
O pai do Busto revela o que o filho levava para a casa de banho quando era puto.
O Aleixo desvirtua um pouco a história... para lhe dar mais piada.
Aleixo FM na Antena 3
O Aleixo desvirtua um pouco a história... para lhe dar mais piada.
Aleixo FM na Antena 3
31 janeiro 2010
Os de 60
Com esse (sempre) ar ingénuo
pensas dizer-me o quê?!
- Que é monótono estar aqui,
que te cansaste (subitamente),
ou talvez me queiras dizer:
- quanto mais envelheces
melhor estás, em todos os sentidos...
Afinal queres o quê?!
- Ahhhh
julgo perceber:
tens quase 60 anos.
Eu não consigo acompanhar-te:
cheia de artrose (aos 55),
de algumas (outras) falhas físicas;
não te inibas, fala à vontade,
estás óptimo, lindo e maravilhoso,
e as meninas de 30 adoram-te!
- Então? O que esperas?! Vai em frente,
não hesites.
Dispenso-te. Para sempre.
- Que alívio!
Foto e poesia de Paula Raposo
«Palavras (O)usadas» e «Intimidades» de António Barroso Cruz
O António Barroso Cruz dá-nos o prazer de colaborar com este blog, publicando aqui alguns dos seus poemas (embora ultimamente se ande a baldar). Tem vários livros publicados. Dois deles já fazem parte da minha colecção, com dedicatórias do autor: «Palavras (O)usadas» e «Intimidades».
Os dois livros, que recomendo, em especial o «Intimidades», com fotografias de Eric Wayaffe com a modelo (Sétimo) Céu Melo.
A dedicatória do «Intimidades». Sim, sim, aquilo no canto superior direito, com a legenda «prova de ADN...», é mesmo um pintelhinho (presumo que seja dele mas não fiz a prova), colado com fita-cola. É a dedicatória mais original de todas as que já me fizeram!
Os dois livros, que recomendo, em especial o «Intimidades», com fotografias de Eric Wayaffe com a modelo (Sétimo) Céu Melo.
A dedicatória do «Intimidades». Sim, sim, aquilo no canto superior direito, com a legenda «prova de ADN...», é mesmo um pintelhinho (presumo que seja dele mas não fiz a prova), colado com fita-cola. É a dedicatória mais original de todas as que já me fizeram!
30 janeiro 2010
A nossa Raposita foi entrevistada para o suplemento Gente do Diário de Notícias de hoje...
... e eu é que estou toda molhadinha!
A jornalista, Isadora Ataíde, inspirou-se nos quatro poetas entrevistados e escreveu algumas liberdades poéticas, como dar mais 4 anos à Paula e dizer que ela é contabilista.
Alguns excertos da entrevista com anotações minhas:
«Para que serve a poesia? «Sobretudo para sonhar, sair da realidade e pensá-la sob outra perspectiva» responde a poeta e contabilista Maria Paula Raposo, 59 anos, com os olhos azuis [a jornalista não precisava de ser lésbica como eu para reparar nos olhos azuis da Paula... que entretanto me esclareceu que "os meus olhos são verdes"] semicerrados, como quem faz uma pergunta.
Não faz muito, Maria Paula reencontrou na casa da mãe o seu primeiro diário, de quando tinha nove anos. O filho resgatou-lhe cartas de amor do primeiro casamento e diários da mulher adulta. "Eu reconheço-me nos diários e cartas escritos há mais de 40 anos, são as minhas preocupações. Estive 18 anos sem escrever, voltei em 2005, e agora é como se todas as poesias estivessem a saltar de dentro de mim para o caderno em que as anoto." Com três livros publicados pela editora Apenas Livros, Maria Paula caminha para o quarto volume e escreve para blogues de poesia e erotismo [É este! É este!]. Acontece gravar estrofes nas páginas dos livros contábeis e pergunta-se se está a meter água nos números ou na poesia [desde que o débito fique igual ao crédito, pode estar errado mas bate certo]. A memória é o instrumento privilegiado de Maria Paula, dela extrai o seu ritmo poético, reconhece a sua poesia como "essencialmente" biográfica.»
Crica para conseguires ler.
Crica para conseguires ver melhor a Paula.
Parabéns, Paula! E obrigada por dares mais "loucura como beleza estética" (gostei desta) ao nosso blog.
A jornalista, Isadora Ataíde, inspirou-se nos quatro poetas entrevistados e escreveu algumas liberdades poéticas, como dar mais 4 anos à Paula e dizer que ela é contabilista.
Alguns excertos da entrevista com anotações minhas:
«Para que serve a poesia? «Sobretudo para sonhar, sair da realidade e pensá-la sob outra perspectiva» responde a poeta e contabilista Maria Paula Raposo, 59 anos, com os olhos azuis [a jornalista não precisava de ser lésbica como eu para reparar nos olhos azuis da Paula... que entretanto me esclareceu que "os meus olhos são verdes"] semicerrados, como quem faz uma pergunta.
Não faz muito, Maria Paula reencontrou na casa da mãe o seu primeiro diário, de quando tinha nove anos. O filho resgatou-lhe cartas de amor do primeiro casamento e diários da mulher adulta. "Eu reconheço-me nos diários e cartas escritos há mais de 40 anos, são as minhas preocupações. Estive 18 anos sem escrever, voltei em 2005, e agora é como se todas as poesias estivessem a saltar de dentro de mim para o caderno em que as anoto." Com três livros publicados pela editora Apenas Livros, Maria Paula caminha para o quarto volume e escreve para blogues de poesia e erotismo [É este! É este!]. Acontece gravar estrofes nas páginas dos livros contábeis e pergunta-se se está a meter água nos números ou na poesia [desde que o débito fique igual ao crédito, pode estar errado mas bate certo]. A memória é o instrumento privilegiado de Maria Paula, dela extrai o seu ritmo poético, reconhece a sua poesia como "essencialmente" biográfica.»
Crica para conseguires ler.
Crica para conseguires ver melhor a Paula.
Parabéns, Paula! E obrigada por dares mais "loucura como beleza estética" (gostei desta) ao nosso blog.
Conto da simbiose
Diz-me coração, porque me morres? Eu não entendo os pedaços de céu, sem ti. Porque matas a minha vela, essa do lume limonado de doce? Como escolhes onde morrer? Onde? São tantos os locais dos teus golpes; o cais do adeus, a falésia dos olás, o pontão das breves despedidas, a sombra onde te deitaste para amar. A meu lado dorme ele que é a força e a fragilidade da minha existência. A razão única. Existiam mais razões apenas quando esta existia, porque esta existia e para esta existir; agora, nenhuma existe, tudo cessou. A meu lado dormes tu.
Livro de Eros (fragmentos)
por Casimiro de Brito
538
O sexto sentido é o tesão, a tensão sexual, masculina e feminina. Não, como desejava Scaliger, o “alacritas” do homem mas o desejo álacre e nostálgico de ambos os sexos, a aspiração de fusão que experimenta o retorno de uma fusão antiga, na matéria, uma memória do êxtase material. O sexto sentido que todas temos naturalmente, pedaços que somos, restos de acaso, da Natureza, desejantes e expelentes. É o sentido que mais se aproxima e nos aproxima do caos primordial — mas há um caos mais primordial do que este, aqui, agora?
Fotos da colecção de Mafalda Bettencourt
O sexto sentido é o tesão, a tensão sexual, masculina e feminina. Não, como desejava Scaliger, o “alacritas” do homem mas o desejo álacre e nostálgico de ambos os sexos, a aspiração de fusão que experimenta o retorno de uma fusão antiga, na matéria, uma memória do êxtase material. O sexto sentido que todas temos naturalmente, pedaços que somos, restos de acaso, da Natureza, desejantes e expelentes. É o sentido que mais se aproxima e nos aproxima do caos primordial — mas há um caos mais primordial do que este, aqui, agora?
549
Acabo de chegar. A ilha do meu quarto está gelada. Nas tuas pernas frias estrelas eu beberia; estrelas que devolveria ao céu acolhedor da tua boca.559
Canto o ser, a carne desejante e sangrenta, ou é ela que me canta e fecunda?
Devoro as bocas que me devoram.
Devoro as bocas que me devoram.
938
Quando se faz amor devem-se destruir todos os relógios da casa.
963
Quando nos vimos regresso a países do antigamente. Tu, não sei o que sentes. Houve uma vez em que disseste que te sentias uma boca que me queria comer. E depois que me queria expulsar para poder comer-me mais vezes.Fotos da colecção de Mafalda Bettencourt
29 janeiro 2010
Estudo sobre atitudes e práticas da masturbação
Acerca do seu estudo, a mensagem da Inês Negrão:
"Sou aluna do Mestrado de Sexologia na Universidade Lusófona e estou a recolher a amostra para a minha tese. Como muitos devem saber, esta é uma fase complicada e uma corrida contra o tempo!
Apesar do tema ser ainda bastante controverso e um tabu entre a população, penso que cada passo que possamos dar para o tentar desmistificar, é uma grande
mais-valia. Os estudos que existem são poucos e alguns já muito antigos.
Pretendo com este trabalho perceber quais as atitudes dos portugueses em relação a este tema e a incidência deste comportamento nas suas vidas.
Quanto mais heterogénea for a amostra, melhor! A partir dos 18 anos todos podem responder.
Para aceder ao questionário, carregue neste link:
É simples, rápido e totalmente confidencial!
Por favor divulguem!
OBRIGADA!
Inês Negrão"
(Pintura da minha grande amiga Célia Bai Lambert)
"São mulheres como as outras"...
As prostitutas
são mulheres como as outras,
têm ninhos
e filhos que amparam,
tantos carinhos
fazem nas crias
delas e das outras;
As prostitutas
são mulheres como as outras,
seios grandes ou pequeninos,
ancas que alargam
para moços grandes, tão meninos
quando recebem as colinas macias
delas e das outras;
As prostitutas
são mulheres como as outras
e os meus amores pequeninos
dizem que sim, mas quando falam,
escondidos nos vossos cadernos
cheios dessas delícias,
nós somos nós e as outras são as outras.
são mulheres como as outras,
têm ninhos
e filhos que amparam,
tantos carinhos
fazem nas crias
delas e das outras;
As prostitutas
são mulheres como as outras,
seios grandes ou pequeninos,
ancas que alargam
para moços grandes, tão meninos
quando recebem as colinas macias
delas e das outras;
As prostitutas
são mulheres como as outras
e os meus amores pequeninos
dizem que sim, mas quando falam,
escondidos nos vossos cadernos
cheios dessas delícias,
nós somos nós e as outras são as outras.
"As prostitutas
São mulheres melhores que as outras
Porque lhes recebem os maridos
e os filhos aflitos
Porque lhes entregam o corpo
a alma e os pitos
Porque os fazem sentir-se completos
e lhes recebem e acalmam os gritos
Porque os afagam e escutam
Sem lhes macular a alma guerreira
Sem lhes diminuir a virilidade masculina
Sem lhes fingir uma paixão fagueira
Não lhes pedindo mais que a propina
As prostitutas
São mais mulheres que as outras!
Eu devia era ter nascido gaja!"
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