A jornalista, Isadora Ataíde, inspirou-se nos quatro poetas entrevistados e escreveu algumas liberdades poéticas, como dar mais 4 anos à Paula e dizer que ela é contabilista.
Alguns excertos da entrevista com anotações minhas:
«Para que serve a poesia? «Sobretudo para sonhar, sair da realidade e pensá-la sob outra perspectiva» responde a poeta e contabilista Maria Paula Raposo, 59 anos, com os olhos azuis [a jornalista não precisava de ser lésbica como eu para reparar nos olhos azuis da Paula... que entretanto me esclareceu que "os meus olhos são verdes"] semicerrados, como quem faz uma pergunta.
Não faz muito, Maria Paula reencontrou na casa da mãe o seu primeiro diário, de quando tinha nove anos. O filho resgatou-lhe cartas de amor do primeiro casamento e diários da mulher adulta. "Eu reconheço-me nos diários e cartas escritos há mais de 40 anos, são as minhas preocupações. Estive 18 anos sem escrever, voltei em 2005, e agora é como se todas as poesias estivessem a saltar de dentro de mim para o caderno em que as anoto." Com três livros publicados pela editora Apenas Livros, Maria Paula caminha para o quarto volume e escreve para blogues de poesia e erotismo [É este! É este!]. Acontece gravar estrofes nas páginas dos livros contábeis e pergunta-se se está a meter água nos números ou na poesia [desde que o débito fique igual ao crédito, pode estar errado mas bate certo]. A memória é o instrumento privilegiado de Maria Paula, dela extrai o seu ritmo poético, reconhece a sua poesia como "essencialmente" biográfica.»
Crica para conseguires ler.
Crica para conseguires ver melhor a Paula.
Parabéns, Paula! E obrigada por dares mais "loucura como beleza estética" (gostei desta) ao nosso blog.
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