A semana passada fui à ópera. Gosto muito de ir à ópera. Sobretudo sozinho. É daquelas coisas sublimes que considero serem essenciais na vida e que deviam ser elevadas a Património Universal do Engate. É que durante a ópera as mulheres ficam expostas a sucessivas síncopes cardíacas motivadas por uma coisa qualquer estranha que se chama emoções. Ou lá o que é. À primeira ária de ópera o impulsor dos sentimentos delas começa a pulular e à terceira ária já estão a fazer pocinha na cuequinha. Ficam com o coração em ponto de rebuçado. E quando o Patife está por perto acabam por ficar também com o corpo em ponto de abusado. Desta última visita ao São Carlos, do meu lado esquerdo uma valquíria qualquer estava a queixar-se por só ter conseguido arranjar bilhete para o último lugar da fila. Ela estava visivelmente apoquentada do espírito por isso tratei de a sossegar antes da ópera começar: Ficou com o último lugar da fila mas ainda pode ficar com o primeiro lugar da pila, ofereci eu, bondoso, enquanto olhava de soslaio para o Pacheco. Não me deu resposta, mas a ideia ficou a ganhar raízes subconscientes, certamente. A ópera começou e ela arrepanhava o peito com as mãos, soluçava da alma e cerrava os olhos com tal afinco que quando a ópera acabou, estando ela extasiada dos sentidos, comecei a falar-lhe de Puccini e da minha interpretação de La Rondine, a peça em três actos que tínhamos acabado de assistir. Sou capaz de jurar que até ouvi a pachacha dela a esvair-se languidamente. Como a coisa não estava de modas, segurei-a pela cintura e levei-a para um camarote já vazio. Assim que lhe mordo o pescoço e lhe meto a mão pelo vestido sentindo a intensidade húmida das suas cuecas, ela brada num daqueles gritos mudos: Vade retro Satana! (“Para trás, Satanás!”). E eu, obediente endiabrado, dei-lhe por trás.
Patife
Blog «fode, fode, patife»
11 outubro 2012
A posta que Jesus saiu à mãe
A hipótese de Jesus (o Cristo, não o do Benfica) ter sido um homem casado, novamente ressuscitada a partir de um papiro descoberto por uma investigadora de Harvard, Karen King, continua a ser contestada pelo Vaticano.
De resto, a maioria dos entendidos parece privilegiar a hipótese de estarmos perante uma fraude, embora ainda não existam factos científicos consensuais que confirmem ou desmintam o pressuposto.
O Vaticano, tal como muitas "igrejas" empoleiradas na figura desse homem extraordinário da Nazaré (a do Médio Oriente, não a nossa), insiste em rejeitar toda e qualquer prova que possa atribuir a Jesus uma ligação íntima a fêmeas da espécie, revelação que embora não pudesse desmentir o brilhantismo da postura e da determinação desse homem único e mesmo a sua progenitura divina, poderia demolir muitos dos dogmas que baseiam a própria estrutura da Igreja Católica.
Esta reacção urticária do Vaticano a qualquer espécie de humanização de Jesus, nomeadamente no que concerne a qualquer evidência capaz de beliscar a sua (com ésse maiúsculo, na grafia católica-apostólica-romana) imprescindível virgindade, constitui uma teimosia tão imbecil (pela motivação) quanto compreensível (pela motivação) porque uma versão mais terrena de Cristo deixaria em maus lençóis toda uma interpretação da coisa, mais puritana, menos carnal e sobretudo sem gajas no primeiro plano da hierarquia.
Para mim, falso católico porque baptizado à força antes sequer de saber falar, presumo que precisamente para evitar alguma contestação da minha parte ao ritual, um dos maiores pecados da Igreja Católica passa precisamente pelo mal que fizeram ao mundo quando decidiram afastar as mulheres do palco principal. Muito do que de mau acontece no nosso tempo e no nosso Ocidente cristão deriva da concepção nada imaculada desta construção de um Jesus à medida dos interesses de uns quantos gabirus.
Engolir uma mulher no cenário, mesmo santa, só mesmo com gravidez por obra e graça do Espírito Santo (o dos milagres, não o dos créditos à habitação) podia assumir algum tipo de protagonismo num tempo e num mundo para homens que se queriam à imagem e semelhança de um deus que toda a gente intui ter pila.
Dá-me jeito, admito, porque estou do lado certo da barricada num contexto de hierarquias entre os géneros tal como a Igreja Católica as define na essência e na dimensão prática da sua intervenção. No entanto, custa-me perceber a intrujice na génese desta forma de ver as coisas como me custa a aceitar as respectivas repercussões do ponto de vista menos religioso e mais social. Nesta religião como nas outras, que isto das gajas serem apenas figurantes numa película muito machona interessa imenso às pessoas com pila independentemente do nome pelo qual O chamam...
E por isso não estranho a reacção do Vaticano, a sua descrença veiculada por todos os crentes mais ilustres ao dispor no meio académico, ainda por cima tendo sido uma mulher a dar a cara pelo tal papiro que, sendo genuíno, desmentiria tantos pressupostos que poucas religiões conseguiriam evitar uma autêntica revolução nas suas estruturas.
Dou graças, embora sem saber a quem (com maiúscula, em havendo), por mais esta hipótese de desmistificação de uma importante fonte de bafio e até de injustiça para com o papel que as mulheres devem poder assumir na construção da Igreja que também é a sua.
E acima de tudo por imaginar este mundo livre da canga demoníaca que a relação homem/mulher e o sexo nela implícito têm merecido por parte de quem recusa entender que por detrás do sagrado papel de uma mãe existe o de uma mulher para assumir.
10 outubro 2012
«conversa 1919» - bagaço amarelo
Ela - A que é que os homens chamam normalmente uma mulher boazona?
Eu - A uma mulher fisicamente atraente.
Ela - A que é que os homens chamam uma mulher boazinha?
Eu - Acho que é a... uma mulher com boas intenções, que não faz mal a ninguém e assim...
Ela - Estás a ver?
Eu - Estou a ver o quê?
Ela- Os homens aplicam o aumentativo para definir o corpo duma mulher e o diminutivo para definir a maneira de ser...
Eu - E o que é que isso tem?
Ela - No seu subconsciente, dão mais importância ao corpo do que à maneira de ser.
Eu - E o que é que isso tem?
Ela - Tem que és um chato e daqui a bocado mando-te com esta garrafa de água tónica à cabeça.
Eu - Isso quereria dizer que não és boazinha.
Ela - E boazona, sou?
Eu - Não interessa, tu nem dás importância a isso.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Quem dá mais?
O sexo está totalmente mercantilizado, é algo puramente banal hoje em dia. O sexo virou um produto, um serviço, algo a ser comercializado, e em todos os sentidos.
Pagar para ter uma relação sexual com mulheres, ou seja, a profissão de prostituta, é uma cultura antiga, desde a antiguidade, e na sociedade capitalista é a coisa mais comum. Contudo, o que tem chamado a minha atenção foi a criação de um site para leiloar a virgindade de um casal. O último lance que eu vi era de 155 mil dólares para desbravar a brasileirinha Catarina. Interessante que os primeiros lances foram dados por brasileiros e girava em torno de 72 a 800 dólares, até os lances começarem a subir estrondosamente. Por enquanto a prenda está indo para um estadunidense.
Mas a proposta chega a beirar o ridículo. Para que o candidato possa dar o lance, ele precisa se cadastrar e, caso seja o comprador da castidade, terá de seguir uma série de regras descritas no site: "tem que dar garantias médicas e também certificado de antecedentes criminais para garantir que é uma 'pessoa normal'. Entre as outras normas estão 'não beijar o virgem', 'não ter nenhum tipo de fantasia', 'não usar brinquedos sexuais', 'não gravar a relação', 'não colocar outra pessoa na relação sexual' e nem 'estar drogado'.", ou seja, não pode fazer quase nada, a não ser enfiar a piroca e romper o cabacinho da menina.
Há também um rapaz leiloando a sua virgindade, mas o lance até o momento é de $ 1,2 mil. A questão é saber como o cara vai provar que é virgem.
Fonte: Tech Tudo
Obscenatório
09 outubro 2012
Campanha «Trabalho sexual é trabalho» foi lançada hoje na Pensão Amor
Finalmente, uma campanha anti-discriminação sobre trabalho sexual em Portugal!
Foi concebida por associações e pessoas que trabalham na chamada indústria do sexo.
Recomendo uma visita à página «Trabalhadores do sexo», onde explicam esta campanha, que pretende contribuir para contrariar o estigma que recai sobre quem faz trabalho sexual. Porque o estigma tem um impacto negativo nas condições de trabalho, na saúde, na segurança. É também preciso que quem trabalha na indústria do sexo deixe de ser visto como vítima. Há, no universo de pessoas que fazem trabalho sexual, muitas que seguem o seu livre arbítrio, sem estarem sujeitas a coacção.
A situação de exclusão social que estas pessoas enfrentam dificulta o normal acesso ao sistema judicial e à segurança, à saúde, à protecção social - e acaba também por aumentar a sua vulnerabilidade ao crime organizado, a exploração e à clandestinidade.
É, sem dúvida, uma causa pela qual vale a pena lutar!
Algumas fontes:
Diário Digital
Público
e a página dos
Trabalhadores do Sexo
Foi concebida por associações e pessoas que trabalham na chamada indústria do sexo.
Recomendo uma visita à página «Trabalhadores do sexo», onde explicam esta campanha, que pretende contribuir para contrariar o estigma que recai sobre quem faz trabalho sexual. Porque o estigma tem um impacto negativo nas condições de trabalho, na saúde, na segurança. É também preciso que quem trabalha na indústria do sexo deixe de ser visto como vítima. Há, no universo de pessoas que fazem trabalho sexual, muitas que seguem o seu livre arbítrio, sem estarem sujeitas a coacção.
A situação de exclusão social que estas pessoas enfrentam dificulta o normal acesso ao sistema judicial e à segurança, à saúde, à protecção social - e acaba também por aumentar a sua vulnerabilidade ao crime organizado, a exploração e à clandestinidade.
É, sem dúvida, uma causa pela qual vale a pena lutar!
Algumas fontes:
Diário Digital
Público
e a página dos
Trabalhadores do Sexo
«escreve poemas nas coxas da noite» - Susana Duarte
escreve poemas nas coxas da noite
e dela, faz nascer aves coloridas e
noites de paixão. das aves que tens
nas pernas, faz um canto de sal e dor
para, depois, transformares a dor
no suave suor de um sorriso trémulo
ante a visão do ser amado. sê. ousa.
vive nos olhos azuis da primavera
dos teus seios. e transforma-os na
nascente de todas as águas do mundo.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
e dela, faz nascer aves coloridas e
noites de paixão. das aves que tens
nas pernas, faz um canto de sal e dor
para, depois, transformares a dor
no suave suor de um sorriso trémulo
ante a visão do ser amado. sê. ousa.
vive nos olhos azuis da primavera
dos teus seios. e transforma-os na
nascente de todas as águas do mundo.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Eva portuguesa - «Cheguei»
Cheguei a Lisboa, ao meu cantinho do amor....
Cheguei à cidade com que tanto me identifico, cujas ruas conheço, cujos cheiros me são familiares...
Cheguei ao Apartamento que respira carinho, solidão, esperança, ilusão, meiguice, alegria, risos, lágrimas e sexo...
Cheguei ao local onde tenho conhecido amores fugidios, romances fugazes, homens maravilhosos, sensações devastadoras... o local onde tantas vezes me dou e recebo aqueles que me visitam... o local onde tantas conversas são tidas, tanto suor derramado, gemidos sussurrados, gritos abafados, orgasmos vendidos e comprados...
Cheguei ao quarto onde diariamente ofereço um pouco de mim e recebo felicidade em troca... felicidade traduzida em desejos saciados, em sorrisos partilhados, em papel-moeda amavelmente oferecido...
Vejo as velas, oiço a música, cheiro os lençóis lavados e tudo me leva a mim e àqueles que me procuram...
Passo a mão pela cama, onde já fiz tantos homens felizes e eles a mim...
Olho para o meu mealheiro, que me sorri, agradecido por aqueles que o ajudam a engordar... e pede-me mais...
Sinto esta energia familiar e saudável do trabalho honesto, do prazer vivido, do dever cumprido...
Abro a gaveta onde guardo a minha lingerie mais sexy e apelativa, que me chama, pedindo para ser usada e exibida...
Cheguei ao lugar onde me sinto mais mulher e também mais puta... mais desejada e desejável... mais meiga e também mais selvagem... mais livre mas também mais presa a um mundo paralelo...
Cheguei ao meu mundo... aquele em que eu e a Eva se misturam, se fundem e se tornam uma só... aquele onde a lei é agradar, onde o respeito é obrigatório, onde o prazer é consumado...
E é tão bom... sabe tão bem poder dizer que cheguei!...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Cheguei à cidade com que tanto me identifico, cujas ruas conheço, cujos cheiros me são familiares...
Cheguei ao Apartamento que respira carinho, solidão, esperança, ilusão, meiguice, alegria, risos, lágrimas e sexo...
Cheguei ao local onde tenho conhecido amores fugidios, romances fugazes, homens maravilhosos, sensações devastadoras... o local onde tantas vezes me dou e recebo aqueles que me visitam... o local onde tantas conversas são tidas, tanto suor derramado, gemidos sussurrados, gritos abafados, orgasmos vendidos e comprados...
Cheguei ao quarto onde diariamente ofereço um pouco de mim e recebo felicidade em troca... felicidade traduzida em desejos saciados, em sorrisos partilhados, em papel-moeda amavelmente oferecido...
Vejo as velas, oiço a música, cheiro os lençóis lavados e tudo me leva a mim e àqueles que me procuram...
Passo a mão pela cama, onde já fiz tantos homens felizes e eles a mim...
Olho para o meu mealheiro, que me sorri, agradecido por aqueles que o ajudam a engordar... e pede-me mais...
Sinto esta energia familiar e saudável do trabalho honesto, do prazer vivido, do dever cumprido...
Abro a gaveta onde guardo a minha lingerie mais sexy e apelativa, que me chama, pedindo para ser usada e exibida...
Cheguei ao lugar onde me sinto mais mulher e também mais puta... mais desejada e desejável... mais meiga e também mais selvagem... mais livre mas também mais presa a um mundo paralelo...
Cheguei ao meu mundo... aquele em que eu e a Eva se misturam, se fundem e se tornam uma só... aquele onde a lei é agradar, onde o respeito é obrigatório, onde o prazer é consumado...
E é tão bom... sabe tão bem poder dizer que cheguei!...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Mas alguém lhes perguntou alguma coisa?
Para meu horror, o Centro de Pesquisa Fred Hutchinson acaba de anunciar a descoberta da presença de ADN masculino em cerca de dois terços das mulheres.
(Mas tenho fé de que possa ser só um boato ou assim...)
«Quem sabe» - sistema de dobragem com malandrice
O Lourencinho ofereceu-me, no meu aniversário, esta folhinha malandreca para a minha colecção.
À partida, uma imagem normalíssima de um homem e uma mulher que se encontram na rua, com os seus cãezinhos:
Dobrando a folha ao meio...
... e passando assim uma das imagens para baixo da outra...
... basta colocar a folha em contraluz e...
À partida, uma imagem normalíssima de um homem e uma mulher que se encontram na rua, com os seus cãezinhos:
Dobrando a folha ao meio...
... e passando assim uma das imagens para baixo da outra...
... basta colocar a folha em contraluz e...
08 outubro 2012
A devassa que é muito pudica
Assim que a marca Devassa lançou o seu comercial “Qual o seu lado Devassa” em que a Sandy diz que todo mundo tem um lado Devassa e aparece dançando Conga Conga Conga, da Gretchen, fui logo twittar criticando à marca, e afirmei que havia cometido um grande erro, pois a Sandy não tinha o perfil.
Um tempo se passou eu comecei a ver que a Devassa não errou com a sua publicidade. Ao contrário, a Sandy era a figura ideal para a cerveja. Eu havia criticado pois a cervejaria, em parceria com a Azougue Editorial, lançou em 2007 – creio que tenha sido neste ano, se não me engano – a Coleção Devassa, uma coletânea de obras da literatura erótica. Publicaram três volumes: Patty Diphusa, de Pedro Almodóvar, Manual de boas Maneiras para Meninas, de Pierre Louÿs, e Eu Sou uma Lésbica, de Cassandra Rios. Ou seja, uma coleção perfeita com títulos fodásticos. Não sei bem o que aconteceu, mas não vi divulgação dessa campanha, assim como não entendi o motivo de não ter outros volumes lançados, já que parece que a idéia seria dar uma continuidade na promoção da literatura erótica. E aí, só depois fui sacar que a escolha da Sandy para o comercial tinha sido uma forma de deixar a Devassa uma cerveja Casta. Afinal, jamais poderia imaginar a angelical cantora seguir o manuel de Pierre Louÿs: “Se lhe perguntarem o que você bebe nas refeições, não diga que só bebe porra” ou “Não desenhe a boceta da professora no quadro negro, sobretudo se ela a tiver mostrado a você em caráter confidencial” ou ainda “Se você não se masturbou o bastante de manhã, não termine na missa”.
Agora as puritanas podem dizer que bebem cerveja.
Mas erro mesmo foi ter ligado a marca Devassa à Playboy. Ora, se a idéia era atrair um novo público, aquele que não tem o hábito de beber, ou melhor, aquele que não tem cara de que bebe cerveja, a campanha com a Playboy foi uma tentativa de atrair novamente as pessoas que realmente gostam de beber? Então, Devassa, dê continuidade à sua coleção de literatura erótica!
E aí, é obsceno pra você?
Obscenatório
Subscrever:
Mensagens (Atom)