Assim que a marca Devassa lançou o seu comercial “Qual o seu lado Devassa” em que a Sandy diz que todo mundo tem um lado Devassa e aparece dançando Conga Conga Conga, da Gretchen, fui logo twittar criticando à marca, e afirmei que havia cometido um grande erro, pois a Sandy não tinha o perfil.
Um tempo se passou eu comecei a ver que a Devassa não errou com a sua publicidade. Ao contrário, a Sandy era a figura ideal para a cerveja. Eu havia criticado pois a cervejaria, em parceria com a Azougue Editorial, lançou em 2007 – creio que tenha sido neste ano, se não me engano – a Coleção Devassa, uma coletânea de obras da literatura erótica. Publicaram três volumes: Patty Diphusa, de Pedro Almodóvar, Manual de boas Maneiras para Meninas, de Pierre Louÿs, e Eu Sou uma Lésbica, de Cassandra Rios. Ou seja, uma coleção perfeita com títulos fodásticos. Não sei bem o que aconteceu, mas não vi divulgação dessa campanha, assim como não entendi o motivo de não ter outros volumes lançados, já que parece que a idéia seria dar uma continuidade na promoção da literatura erótica. E aí, só depois fui sacar que a escolha da Sandy para o comercial tinha sido uma forma de deixar a Devassa uma cerveja Casta. Afinal, jamais poderia imaginar a angelical cantora seguir o manuel de Pierre Louÿs: “Se lhe perguntarem o que você bebe nas refeições, não diga que só bebe porra” ou “Não desenhe a boceta da professora no quadro negro, sobretudo se ela a tiver mostrado a você em caráter confidencial” ou ainda “Se você não se masturbou o bastante de manhã, não termine na missa”.
Agora as puritanas podem dizer que bebem cerveja.
Mas erro mesmo foi ter ligado a marca Devassa à Playboy. Ora, se a idéia era atrair um novo público, aquele que não tem o hábito de beber, ou melhor, aquele que não tem cara de que bebe cerveja, a campanha com a Playboy foi uma tentativa de atrair novamente as pessoas que realmente gostam de beber? Então, Devassa, dê continuidade à sua coleção de literatura erótica!
E aí, é obsceno pra você?
Obscenatório