06 fevereiro 2013
«pensamentos catatónicos (283)» - bagaço amarelo
As pessoas costumam dizer que estão pelos cabelos quando já não aguentam mais. Os portugueses, ou a maior parte deles, estão pelos cabelos com tudo. Já não aguentam mais o desemprego, a falta de dinheiro e a incapacidade da selecção de futebol em ganhar jogos. O país está pelos cabelos.
Ontem ouvi a expressão "pelos cabelos" entre um casal amigo de namorados. Ela quer ter filhos e ele está sempre a adiar. É o salário que é baixo, são os infantários que são caros, é o desemprego que pode estar próximo. Ela está pelos cabelos do medo dele, ele está pelos cabelos da irresponsabilidade dela. É assim que eles põem a coisa. Nada de especial, suponho que neste momento há montes de casais mais ou menos na mesma situação.
De qualquer maneira, quando os ouvi utilizar a expressão "pelos cabelos" fiquei triste. Não só por eles, mas por todos nós. É que são dos meus amigos mais antigos, e acompanhei à distância todo o romance que os fez juntarem os trapos há uns anos atrás. Ela só me falava nele, ele só me falava nela. Um dia apareceram juntos, de mãos dadas e a sorrir. Tinham deixado de falar um com o outro através de mim.
Ficar pelos cabelos é ficar tão cheio como um ovo. Os nossos cabelos são, neste degradante processo metafórico, a nossa válvula de escape. Quando estamos pelos cabelos, quer dizer que essa válvula está no esforço máximo e que se adivinha o seu estoiro a qualquer momento.
É essa a diferença trágica entre Amar e não Amar. O Amor vai-nos preenchendo a vida de forma suave e prolongada, mas com a sua falta ficamos imediatamente pelos cabelos. O não Amor é mais rápido a preencher-nos que o Amor. É por isso que ficamos pelos cabelos.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Ajudar nas tarefas domésticas não faz com que os homens ganhem recompensas sexuais, diz estudo
Parece que homens que realizam tarefas, que antes eram atribuídas às mulheres, como cozinhar, lavar, passar etc., acabam não sendo recompensados com sexo. Ao contrário, seriam as atividades "másculas" como trocar lâmpada, consertar o carro, dirigir e pagar as contas, que conseguem mais sexo no casamento. O mesmo aconteceria com as mulheres, na ordem inversa: as que praticam tarefas "de mulheres" conseguem mais sexo.
Quem afirma isso é um estudo publicado na American Sociological Review. Seria isso uma verdade ou apenas uma demonstração do machismo da sociedade americana (e porque não também da sociedade brasileira)?
Mas, contrariando o estudo americano, muitas mulheres acham excitante um homem cozinhando, e alguns homens sentem tesão por mulheres que fazem o conserto mecânico dos seus carros.
Entretanto, não é a tarefa doméstica que vai dar ou não mais prazer a uma casal. O estudo mostra muito mais uma relação de poder do que afetividade sexual propriamente dita. O estudo ainda é capaz de afirmar se estes casais conservadores são felizes no sexo. Não revele ainda se o homem ou a mulher buscam sexo fora do casamento. Essa pesquisa vai numa direção contrária das estatísticas de divórcio nos EUA por desigualdade nas tarefas domésticas.
É bem pouco provável que uma mulher esteja apta a transar com o marido que pouco se importa em ajudar a trocar a fralda do neném.
Obscenatório
http://obscenatorio.blogspot.com.br/
Obscenatório
http://obscenatorio.blogspot.com.br/
05 fevereiro 2013
A Arte Erótica de Janus
O blog Sketchbook Boudoir é o site de obras eróticas feitas por Janus. Todos são originais e disponíveis para seu prazer. Tambem você pode adicioná-los à sua coleção.Veja só.
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Nota da ediSão - o Janus é um rapaz fixe. Além de me ter vendido um desenho original dele (que está a caminho dos E.U.A. para a minha colecção), aceitou também começar a publicar os seus trabalhos neste nosso blog. Ah! E sabe falar português. Que bem te venhas à funda São, Janus!
Awaiting mixed media on toned paper 8.5"x11" |
Blue Girl mixed media on toned paper 8.5"x11" |
Nota da ediSão - o Janus é um rapaz fixe. Além de me ter vendido um desenho original dele (que está a caminho dos E.U.A. para a minha colecção), aceitou também começar a publicar os seus trabalhos neste nosso blog. Ah! E sabe falar português. Que bem te venhas à funda São, Janus!
Eva portuguesa - «Regressei»
Cheguei de férias!
Mais descansada? Talvez...
Mais bronzeada? Sim...
Mais feliz? SIM!
Este ano abdiquei completamente das férias da forma como eu as entendo (praia,caipirinhas e música) para partilhar com o meu filhote uma experiência nova, estimulante e divertida.
Ao "sacrificar" as minhas férias para proporcionar ao meu filho as melhores férias que ele teve até hoje, ganhei 500 vezes mais o meu "sacrifício"!...
O sorriso daquela criança quando conseguia atingir um objectivo, o riso provocado pela adrenalina de um desporto mais radical, o orgulho por ser tratado como um adulto entre os adultos... valeu tudo!
O sorriso puro, verdadeiro, fácil e constante do meu pequenote, iluminou-me mais do que o Sol, acalmou-me mais do que o mar e deixou-me em êxtase mais do que qualquer bebida o poderia fazer.
Ele foi uno com o grupo e o grupo com ele, sentindo-se integrado, aceite, importante.
E sentiu um orgulho imenso de poder partilhar e vivenciar tudo isto comigo...
E eu senti-me derreter perante tanta alegria e felicidade...
Éramos dois "amigos" entre tantos outros, que pertenciam de igual forma a um grupo com uma forma de estar alegre, descontraída e livre.
"Mãe", disse-me ele já para o fim das férias, "já viste que não há mais nenhuma mãe a fazer isto com o filho?Pais há, mas mães não... És muita fixe, mãe!" e abraçou-me forte mas ternamente...
Bom... se existe o Paraíso, é isto. O Céu terá que ser a felicidade desmedida que eu senti naquele momento...
E mais uma vez tive a certeza que qualquer sacrifício que eu faça, qualquer situação que me ajude a poder sentir isto, a ver a felicidade pura estampada naqueles olhos grandes que me fitavam e a sentir o que isso me proporcionou, qualquer coisa que eu tenha que fazer, valem a pena. Porque este amor imenso, desmedido, que é a minha maior força e também a minha maior fraqueza é, sem dúvida, a única coisa que vale a pena...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Mais descansada? Talvez...
Mais bronzeada? Sim...
Mais feliz? SIM!
Este ano abdiquei completamente das férias da forma como eu as entendo (praia,caipirinhas e música) para partilhar com o meu filhote uma experiência nova, estimulante e divertida.
Ao "sacrificar" as minhas férias para proporcionar ao meu filho as melhores férias que ele teve até hoje, ganhei 500 vezes mais o meu "sacrifício"!...
O sorriso daquela criança quando conseguia atingir um objectivo, o riso provocado pela adrenalina de um desporto mais radical, o orgulho por ser tratado como um adulto entre os adultos... valeu tudo!
O sorriso puro, verdadeiro, fácil e constante do meu pequenote, iluminou-me mais do que o Sol, acalmou-me mais do que o mar e deixou-me em êxtase mais do que qualquer bebida o poderia fazer.
Ele foi uno com o grupo e o grupo com ele, sentindo-se integrado, aceite, importante.
E sentiu um orgulho imenso de poder partilhar e vivenciar tudo isto comigo...
E eu senti-me derreter perante tanta alegria e felicidade...
Éramos dois "amigos" entre tantos outros, que pertenciam de igual forma a um grupo com uma forma de estar alegre, descontraída e livre.
"Mãe", disse-me ele já para o fim das férias, "já viste que não há mais nenhuma mãe a fazer isto com o filho?Pais há, mas mães não... És muita fixe, mãe!" e abraçou-me forte mas ternamente...
Bom... se existe o Paraíso, é isto. O Céu terá que ser a felicidade desmedida que eu senti naquele momento...
E mais uma vez tive a certeza que qualquer sacrifício que eu faça, qualquer situação que me ajude a poder sentir isto, a ver a felicidade pura estampada naqueles olhos grandes que me fitavam e a sentir o que isso me proporcionou, qualquer coisa que eu tenha que fazer, valem a pena. Porque este amor imenso, desmedido, que é a minha maior força e também a minha maior fraqueza é, sem dúvida, a única coisa que vale a pena...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
«Círculos» - Susana Duarte
desenhei-te com círculos de ar, no ar que me respira
e nas sombras por onde me movo. rezei peitos
... de noites serenas, esperando pela palavra
que, dita por ti, assumiria a dimensão
da vida.
iludida?
diria, antes,
encantada, nas asas da suave contradição
de ser mulher, e de ser arado que te lavra
as dores gramíneas do peito, de onde tiro as dores
que, saídas de ti, são o terreno onde se afogam medos.
desenhei-te com círculos no espaço da minha gratidão.
disse-te que seria sempre a asa levantada do chão,
onde a suave ditadura das tuas mãos me devolve
o ar. são de eternidade anterior, os teus beijos.
neles me deito. neles me concentro. neles
encontro todos os círculos
que tenho dentro.
neles, sou
a sombra da tua boca.
círculos da minha vontade.
círculos redondos das minhas coxas.
não saio de ti. concentro, nos círculos, os desejos.
nos desejos, sou-vivo-encontro-respiro-me, eterna em TI.
Susana Duarte para ti, i.f.
Blog Terra de Encanto
e nas sombras por onde me movo. rezei peitos
... de noites serenas, esperando pela palavra
que, dita por ti, assumiria a dimensão
da vida.
iludida?
diria, antes,
encantada, nas asas da suave contradição
de ser mulher, e de ser arado que te lavra
as dores gramíneas do peito, de onde tiro as dores
que, saídas de ti, são o terreno onde se afogam medos.
desenhei-te com círculos no espaço da minha gratidão.
disse-te que seria sempre a asa levantada do chão,
onde a suave ditadura das tuas mãos me devolve
o ar. são de eternidade anterior, os teus beijos.
neles me deito. neles me concentro. neles
encontro todos os círculos
que tenho dentro.
neles, sou
a sombra da tua boca.
círculos da minha vontade.
círculos redondos das minhas coxas.
não saio de ti. concentro, nos círculos, os desejos.
nos desejos, sou-vivo-encontro-respiro-me, eterna em TI.
Susana Duarte para ti, i.f.
Blog Terra de Encanto
LP dos Trabalhadores do Comércio - «Mais um membro p'rá Europa»
Um dos discos de vinil da minha colecção.
Este é de 1986 e tem as seguintes faixas, que podem ser ouvidas e lidas nesta página:
A1. Molhereita Fartura Na Tua Tassa Quente
A2. Abristeme De Nôbo a Frida
A3. Saltama Cabêssa
B1. Molharrei La Farture Dans La Tasse Chaude
B2. Ó Diabo! Disse Mela
B3. Tigres De Bengala S.F.R. - Bersom Arreanhada
Aqui, aprendi que se trata de uma "edição original da Tigres de Bengala. Registo muito raro. Inclui folheto com as letras. Dos vários discos editados pelos Trabalhadores do Comércio, este «Mais um Membro P'ra Europa» foi o que mais censura alcançou, não só pelas bocas e controversos apartes na contracapa (que nem mesmo a Odete Santos escapa), mas também pela capa, com uma arrojada jarra típica das Caldas. Esta capa foi a primeira que apareceu, mas depressa foi banida das discotecas e teve que ser substituída por uma com a jarra sem o dito cujo- nessa altura não se podia melindrar os mais crentes aderentes da CEE...".
O meu exemplar, como podem ver, tem um papel colado com um suposto carimbo da censura.
Este é de 1986 e tem as seguintes faixas, que podem ser ouvidas e lidas nesta página:
A1. Molhereita Fartura Na Tua Tassa Quente
A2. Abristeme De Nôbo a Frida
A3. Saltama Cabêssa
B1. Molharrei La Farture Dans La Tasse Chaude
B2. Ó Diabo! Disse Mela
B3. Tigres De Bengala S.F.R. - Bersom Arreanhada
Aqui, aprendi que se trata de uma "edição original da Tigres de Bengala. Registo muito raro. Inclui folheto com as letras. Dos vários discos editados pelos Trabalhadores do Comércio, este «Mais um Membro P'ra Europa» foi o que mais censura alcançou, não só pelas bocas e controversos apartes na contracapa (que nem mesmo a Odete Santos escapa), mas também pela capa, com uma arrojada jarra típica das Caldas. Esta capa foi a primeira que apareceu, mas depressa foi banida das discotecas e teve que ser substituída por uma com a jarra sem o dito cujo- nessa altura não se podia melindrar os mais crentes aderentes da CEE...".
O meu exemplar, como podem ver, tem um papel colado com um suposto carimbo da censura.
04 fevereiro 2013
tomada de posse...
tem como "convidado" Picanto Sobrinho... pastor evangélico que...
Luís Gaspar lê «Nádega» de David Mourão-Ferreira
"Entre as duas nádegas
o pávido sulco
tem aroma de áfricas
e de uvas de outubro
Dirias que fora
um silvo de morte
a penetrar toda
a nocturna flora
até hoje intacta
que ainda aí tinhas
Respira Não fales
Murmura Não grites
Que travo
de amoras
Que túnel escuro
Que paz no que sofres
por mais uns minutos
o pescoço vergas
submissa e frágil
tal o de uma
égua que vai beber
água
mas encontra a
lua
E junto da cama
a rosa viúva
com lágrimas brancas
já pede os meus dedos
sacudido apoio
para a viuvez
em que a deixo hoje
Muito mais a
norte os queixumes
calas
E nem gemes Gozas
enquanto te invade
o suco da vara
vertido no sulco
Vê como foi fácil
Respira mais
fundo"
David Mourão-Ferreira
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
o pávido sulco
tem aroma de áfricas
e de uvas de outubro
Dirias que fora
um silvo de morte
a penetrar toda
a nocturna flora
até hoje intacta
que ainda aí tinhas
Respira Não fales
Murmura Não grites
Que travo
de amoras
Que túnel escuro
Que paz no que sofres
por mais uns minutos
o pescoço vergas
submissa e frágil
tal o de uma
égua que vai beber
água
mas encontra a
lua
E junto da cama
a rosa viúva
com lágrimas brancas
já pede os meus dedos
sacudido apoio
para a viuvez
em que a deixo hoje
Muito mais a
norte os queixumes
calas
E nem gemes Gozas
enquanto te invade
o suco da vara
vertido no sulco
Vê como foi fácil
Respira mais
fundo"
David Mourão-Ferreira
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«conversa 1944» - bagaço amarelo
Ela - Logo posso passar em tua casa?
Eu - Podes. Devo estar lá a partir das nove da noite...
Ela - Tenho uns pénis para te dar.
Eu - Uns pénis?! Eh lá! Já não sei se podes.
Ela - Sim, fui a Londres no último fim de semana e sobraram-me umas moedinhas. São para a tua colecção.
Eu - Ah! Por um momento assustaste-me.
Ela - É a tua cabecinha que não pára para pensar.
Eu - Bem, entre pénis e cabecinhas, tu também não és capaz de ter uma conversa sem conotações sexuais, pois não?
Ela - Tu é que não és capaz de entender as coisas tal como elas são.
Eu - Desisto. Traz-me lá os pénis, então. Até logo.
Ela - Até logo. Levo um broche.
Eu - Ahn?!
Ela - Agora estava brincar. Era só para te testar.
bagaço amarelo
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