Texto escrito pelo meu secretário e publicado no jornal «Gazeta das Caldas» de 16 de Novembro de 2018, poucos dias antes de uma Assembleia Geral da Confraria do Príapo.
Os Caldenses devem ter orgulho do seu património e devem saber, assim como todos os que não são das Caldas, nacionais e estrangeiros, que esta tradição da sua cidade se enquadra em muitas outras manifestações em todo o mundo e desde tempos pré-históricos de rituais de fertilidade. Quem vê os falos das Caldas como uma simples brincadeira, está a desperdiçar toda a sua riqueza histórica e cultural. Mostrar o falo das Caldas devidamente enquadrado numa mostra de arte erótica de todo o mundo e de todas as épocas, em meu entender, valorizá-lo-ia enormemente e retirar-lhe-ia o peso negativo que a sociedade em geral lhe atribui.
Da sacralização da fertilidade ao sexo como pecado
No estudo «A religião e o culto fálico na Região Oeste», ainda não publicado e em fase de revisão, Carlos Almeida aborda as "malandrices das Caldas" e encontra as suas raízes num culto milenar do qual estas peças em louça chegaram aos nossos tempos. Mas não estão sozinhas. Os cultos milenares sublimaram-se e continuam tão entre nós como no Neolítico. A sacralização do sexo é um marco universal da cultura Humana. Recorrentemente, o Falo, pénis erecto, surge isolado de qualquer representação adicional, podendo assim ser considerado o arquétipo da noção de símbolo. É o caso dos menires, profusamente espalhados por todos os territórios. O culto do Falo é uma das manifestações mais importantes da expressão humana na sua adoração à maravilha misteriosa assente no poder da força criadora e conseguiu, apesar de toda a diabolização feita na sequência da Cristianização, permanecer e sobreviver em ritos marginais quase até aos nossos dias.
Como constata Carlos Almeida, "se muitos Historiadores actuais tratam o fenómeno fálico como assunto menor e quase tabu, isso deve-se certamente a rebuços devidos ao véu moral dominante, que esconde e secundariza este importante tema e o relega para a mera e incómoda prateleira dos assuntos laterais e inconvenientes".
A Confraria do Príapo e a defesa da louça "malandreca" típica das Caldas
A Confraria do Príapo foi criada em 8 de Maio de 2009 tendo como objectivo a defesa, valorização e promoção da garrafa-falo. Sou confrade fundador para, na medida das minhas possibilidades, ajudar no que seja necessário para não deixar morrer esta herança cultural ancestral. É que, como refere Carlos Almeida no seu estudo, "o falo das Caldas é possivelmente a última representação explícita e antropomórfica do culto do falo no velho continente. A par de outros pontos na Ásia, a sua continuidade no tempo só tem paralelo no Japão, onde, ainda nos dias de hoje, se continua a fazer a festa anual do pénis".
O falo das Caldas em excelente companhia
A colecção de arte erótica «a funda São» é composta actualmente por 2.000 livros (das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias) e 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.). Como não poderia deixar de ser, da colecção fazem parte muitas peças de artesanato das Caldas da Rainha... em excelente companhia com objectos de todo o Mundo e de várias épocas.
Sonho, desde 1996, num período em que trabalhei nas Caldas da Rainha, com um espaço nesta cidade que apresente, contextualize e dignifique a louça "malandreca", como esta merece.
Não deixem o falo sozinho!
Paulo Moura
27 novembro 2018
26 novembro 2018
«Lento» - João
"Passei a porta e ela fechou-se atrás de mim. Estavas à espera e fizeste-me sinal, apressada, enquanto me ordenavas “não digas nada”. Depois empurraste-me contra a parede e pressionaste o teu corpo contra o meu, primeiro com suaves movimentos de quem se ajeita, depois imóvel, em absoluto silêncio, de cabeça encostada a mim, o teu coração e o meu, primeiro mais rápidos, a pouco e pouco pacificando-se, a respiração conjunta, e as minhas mãos nas tuas costas, lentas carícias, e eu sem dizer nada como me pediste.
Findo um tempo, de certeza menos do que apetecia, separaste o teu corpo do meu, encostaste os teus lábios aos meus, docemente, devagarinho. Por fim, olhaste-me de um modo que eu não consigo descrever, nem para mim nem para a escrita, abriste a porta e deixaste-me ali, contra a parede, acompanhado pelo vazio, sem mais."
João
Geografia das Curvas
Findo um tempo, de certeza menos do que apetecia, separaste o teu corpo do meu, encostaste os teus lábios aos meus, docemente, devagarinho. Por fim, olhaste-me de um modo que eu não consigo descrever, nem para mim nem para a escrita, abriste a porta e deixaste-me ali, contra a parede, acompanhado pelo vazio, sem mais."
João
Geografia das Curvas
25 novembro 2018
24 novembro 2018
«Talvez» - Susana Duarte
Talvez percorra caminhos
que não sei,
quando as aves ensimesmadas
dormem,
e ocultam as asas
sob o peso da noite
e voam,
ainda assim,
possuídas pelo silêncio
com que evocas
o meu nome.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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que não sei,
quando as aves ensimesmadas
dormem,
e ocultam as asas
sob o peso da noite
e voam,
ainda assim,
possuídas pelo silêncio
com que evocas
o meu nome.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Inguinis - 2/2 - «Les corps de Rome»
Segundo volume de um livro de Banda Desenhada de Katia Even & Nicolas Guenet.
Junta-se a muitos outros livros de banda desenhada erótica na minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
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23 novembro 2018
#virgilismo - Ruim
São contra o casamento gay? Simples! Não se casem com alguém do mesmo sexo. Problema resolvido.
Contra o aborto? Bacano. Não abortem. Se vão ter um bebé e são contra, nada mais diz "eu sou contra o aborto" do que um bebé nas mãos.
São contra a eutanásia? Fixe. Se alguém vos perguntar "olhe, importa-se que eu o mate?", digam que não estão interessados. Em princípio não é como aquela malta da MEO em que um gajo diz que não quer nada e eles não nos largam a virilha.
Abominam a adopção por casais do mesmo sexo? Se por acaso tiveram um deslize no primeiro ponto, foram ao pão, deram de caras com o Virgílio dos recursos humanos, sentiram uma "cena", comeram-se que nem dois gladiadores no meio da rua, mas não acham correcto adoptarem uma criança, então não o façam. Se estás integrado num casal de sexo diferente é igual. Excepto se fores o Virgílio. Nesse caso vais ter uma conversa de adultos quando chegares a casa.
"Se és contra a tourada, então não vás!". Certo. Gostei dessa lógica. Mas nenhum dos casos acima envolve espetar merdas em terceiros para prazer alheio. Tirando o Virgílio.
Ruim
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Contra o aborto? Bacano. Não abortem. Se vão ter um bebé e são contra, nada mais diz "eu sou contra o aborto" do que um bebé nas mãos.
São contra a eutanásia? Fixe. Se alguém vos perguntar "olhe, importa-se que eu o mate?", digam que não estão interessados. Em princípio não é como aquela malta da MEO em que um gajo diz que não quer nada e eles não nos largam a virilha.
Abominam a adopção por casais do mesmo sexo? Se por acaso tiveram um deslize no primeiro ponto, foram ao pão, deram de caras com o Virgílio dos recursos humanos, sentiram uma "cena", comeram-se que nem dois gladiadores no meio da rua, mas não acham correcto adoptarem uma criança, então não o façam. Se estás integrado num casal de sexo diferente é igual. Excepto se fores o Virgílio. Nesse caso vais ter uma conversa de adultos quando chegares a casa.
"Se és contra a tourada, então não vás!". Certo. Gostei dessa lógica. Mas nenhum dos casos acima envolve espetar merdas em terceiros para prazer alheio. Tirando o Virgílio.
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