16 janeiro 2019

Parte de mim

Nunca te perdi de vista mesmo quando teimavas em tornar-te apenas um vulto. Não me esqueço que, nos meus braços, choraste quando eu mal te conhecia. Estava novamente a fazer o papel de porto de abrigo. Nas pedras duras do quotidiano, chocaste contra mim, em horas decidi o quanto eras especial, mais umas horas e tu percebeste o quanto eu era especial para ti.
Não, o mundo não desapareceu quando estávamos juntos e essa foi a melhor parte: nós fazíamos parte do mundo, esses teus olhos verdes, cheios de sofrimento queriam mimo e mimo tiveste, queriam sexo e sexo tiveste, queriam alguém que te ouvisse confessar aquilo que nunca havias dito e eu ouvi-te.

Até ao escândalo...

Nada nos impediu de nos voltarmos a encontrar, nem eu , nem tu sabemos explicar aquilo que nos faz sentar num carro e falar ou estar em silêncio.

És uma parte de mim.

Patife, tens jeito para dares sugestões para o DiciOrdinário!

Estou a pensar numa alternativa. Que como todos sabem é uma nativa que trabalha num bar de alterne.

Patife
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15 janeiro 2019

«não ouses» - Susana Duarte



partiste,
e ficaste no recanto escuro
do teu inferno
sem asas.

não ouses voltar
a tirar, das flores,
as pétalas.

não ouses roubar
as asas das borboletas.

Susana Duarte
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Ocelote com olhos de carneiro mal morto



Há moças com olhares assim.

Sharkinho
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«La flore pornographique - glossaire de l´école naturaliste extrait des oeuvres de M. Émile Zola et de ses disciples» - Ambroise Macrobe - illustrations par Paul Lisson

Glossário de 1883 com críticas e brincadeiras sobre Émile Zola e os seus seguidores, usando excertos de obras dele, não necessariamente de carácter sexual, como o título poderia indicar. Ambrose Macrobius seria o pseudónimo de Antoine Laporte, livreiro do final do século XIX.
Uma pérola histórica na minha colecção.









A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

12 janeiro 2019

«Maçãs rubras» - Susana Duarte

as rubras maçãs do sorriso e as névoas indistintas da memória fundem noites
no sangue púrpura do corpo. as rubras noites do desejo são riso
e são sombra e são glória das costas que se erguem sob o peito obscuro do rio. noites
brancas do sangue. corpo exangue sobre o leito azul. as rubras maçãs do sorriso
eram manhãs elevadas à eternidade dos corpos dos amantes. os sonhadores
serão sempre a caixa vazia da realidade, frugal, desnecessária, risível, do leito
vazio.

escrevi-te nos recantos purpúreos, carnosos, do corpo e da memória,
onde extingues a vida com a ausência das mãos. sobra, sobre nós,
o rio.

Susana Duarte
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«Emmanuelle» - Mário Lima



"Melodias de amor,cantava o coração de…"

Mário Lima