as rubras maçãs do sorriso e as névoas indistintas da memória fundem noites
no sangue púrpura do corpo. as rubras noites do desejo são riso
e são sombra e são glória das costas que se erguem sob o peito obscuro do rio. noites
brancas do sangue. corpo exangue sobre o leito azul. as rubras maçãs do sorriso
eram manhãs elevadas à eternidade dos corpos dos amantes. os sonhadores
serão sempre a caixa vazia da realidade, frugal, desnecessária, risível, do leito
vazio.
escrevi-te nos recantos purpúreos, carnosos, do corpo e da memória,
onde extingues a vida com a ausência das mãos. sobra, sobre nós,
o rio.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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Uma por dia tira a azia