12 junho 2019

Fleshlight - «Quickshot Launch»

Postalinho do intelectual a nu*

"Hoje temos Arte com A grande:
«Sant Priop» de Xicu Cabanyes no Bosque de Can Ginebreda."
Maria Árvore


* (um título de Álvaro Santos)

As mais giras são doentes dos nervos

Esta anda sempre com o iPhone 6 em riste. Diz que é um instrumento de trabalho mas só a vejo tirar selfies que publica sofregamente nas redes sociais. Durante o jantar deixou arrefecer todos os pratos para os fotografar, enquanto eu comia perante o seu ar de desfaçatez por ter começado antes dela. Consegue falar mais do que eu, que é coisa que me deixa profundamente aborrecido, só pelo facto de não a querer conhecer assim tão bem. Nenhuma pinada vale este tormento. O problema é que sempre que penso isto, parece que ela se curva de propósito e eu fico petrificado a olhar para as suas mamas pendidas sobre a minha imaturidade. Diz que os homens são todos fúteis e obcecados pelo físico enquanto emproa o busto e comprime os lábios para tirar mais uma selfie para se mostrar no restaurante da moda e publica no Facebook. Acha-se por certo uma espécie de Kardashian de Bucelas, com uma legião de saloios seguidores interessados em saber sempre onde ela está e o que está a fazer. Estranhamente isto excita-me, pois penso que irá fazer o mesmo quando estivermos a pinar, uma vez que não houve uma ação durante todo este encontro que não fosse registada pela câmara do telefone. Duvido que a câmara tenha amplitude para apanhar aqui o meu Pacheco na sua totalidade, mas sou muito pilogénico, pelo que não me incomoda. Diz que gostava de tratar os homens como eles tratam as mulheres, como se fossem meros nacos de carne sem sentimentos, para ver se eles gostavam. Tento encorajar o comportamento desde logo, mas já vai lançada na catadupa de disparos sinápticos feministas e nem me ouve. Não se cansa de dizer que despeita a maioria dos homens, essa “sub-espécie de raciocínio básico”, enquanto vai lendo em voz alta, com elevado entusiasmo, os comentários elogiosos dos homens às selfies que entretanto publicou. Ficaria confuso com isto, se não me estivesse profusamente nas tintas para ela. Pediu a sobremesa, presumo que apenas para a fotografar pois mal a provou.
Conduz que nem uma louca A8 afora até Bucelas para me oferecer um “digestivo único” que lá tem. Esforcei-me por acreditar que me conduziria de forma igualmente estouvada na cama para me abstrair do risco de acidente eminente. Curiosamente não parava de falar e de gabar as suas capacidades ao volante, mais uma prova contrária aos argumentos desses malandros do sexo masculino que menorizam as mulheres na arte de manobrar um automóvel. Eu vou rezando por dentro, fixando-me cada vez mais no seu decote enquanto as tetas bamboleiam com as guinadas do carro, para me abstrair do perigo. Por momentos desconfio que só me quer para usar aqui o Pacheco como “pau de selfie”, dada a fama da sua avantajada dimensão. Por fim chegámos e confesso que já perdi a vontade do digestivo. Também teria perdido a vontade de pinar se não tivesse visto que ela não estava a usar cuecas quando saiu do carro. Há qualquer coisa numa mulher de vestido sem cuecas em contexto social que deixa o cérebro masculino reduzido à capacidade de raciocínio de uma alforreca com o cio. Estes pequenos momentos de lucidez podiam incomodar-me e obrigar-me a alterar a minha conduta. Mas não descansei enquanto não a fiz gemer a suplicar que a tratasse como uma puta.

Patife
Desblogue d'Elite
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11 junho 2019

Manel do Barril - «Ponho o pau na ginja dela»

Hoje, como em 1819

"O que mais me surpreende na geração 20-30 anos no que toca à sua relação com as mulheres, a comunidade LGBT, as minorias raciais é a sua assunção de superioridade, uma superioridade que lhes parece ter sido concedida como direito inalienável à nascença, um direito natural."
Ana Barbosa
@Bonestinha


Sharkinho
@sharkinho no Twitter

Casais entretidos no meio da natureza cinzenta

Corpete La Perla Black Label em tons de cinza, modelo e tamanho 36-38 75b fm-bll5.
Esta linha da La Perla já foi descontinuada, mas tinha de fazer parte da minha colecção.








A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

10 junho 2019

Já vos disse que adoro publicidade?



«O Imparcial» - campanha contra o abuso de crianças

«A vida mudou...» - Rui Felício

Felizmente, ao contrário da maioria, ela não foi afectada pelas novas medidas das autoridades.

Mas nem por isso deixa de lamentar as mudanças operadas. Não tanto por sua causa, que não chegou a ser atingida, mas, principalmente, pelas suas amigas e amigos que se encontram, muitos deles, praticamente proibidos de aparecer, relegados para esconsos, fétidos e obscuros recantos, a pouco e pouco caídos no esquecimento, desprezados, inúteis, condenados a vegetarem até que lhes chegue a morte inglória.

Os poucos que ainda se lembram dessas amigas e amigos, acabam por gradualmente se irem afastando. Na verdade, os tempos actuais levam ao esfriamento dos sentimentos, pela absorção do frenesim da vida, em que impera o egoísmo e a preocupação com a própria vida, mais do que com a dos outros.

É bela, de corpo bem desenhado. É sempre bem vinda, adulada até, nas mais badaladas reuniões, festas, acontecimentos sociais e políticos.

Ao contrário das graves, injustamente menosprezadas, ela, a palavra esdrúxula, é das poucas que ainda se faz acompanhar do acento agudo, seu companheiro inseparável, que lhe acaricia, carinhoso, a sílaba tónica.

(excepção à regra do Acordo Ortográfico)

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Nunca se sabe o resultado

Crica para veres toda a história
Cock Roulette


1 página

09 junho 2019

O fundo Baú - 20

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 29 fevereiro 2004, a Titas também se pronunciou sobre mim:

A São Rosas é Mulher! - post aberto da Titas

A Titas deu-me a honra de escrever um texto sobre a minha fiminil... femenil... (ai, a porra!) feminilidade:
"Ontem juntei a ninhada ao jantar. Era dia de Coliseu, de Sérgio Godinho.
A conversa levou-nos à São Rosas. É um homem! decretaram os machos (os machos da Titas... um tinha feito o jantar, os outros lavaram a louça).
Já esperava esta reacção. Os nossos homens, todos, são uns inseguros. Sentem-se permanentemente ameaçados. Por isso defendem os seus domínios com unhas e dentes. Passei-me. Completamente.
Nada mudou. Apenas a terminologia. «É um homem!». Esta a versão actualizada do «uma Senhora não diz essas coisas!».
«Ma va a cagare!» foi o meu desabafo (em italiano, não fossem as crianças andar por perto).
Mas sabem o que me dói mais? É que por mais que lutemos, por mais que nos revoltemos, a herança atávica está dentro de nós. Não disse; e nem sujeita às maiores torturas o direi. Mas já me passou pela cabeça, não tão poucas vezes quanto isso, que a São seria o Jorgino Cascante da 'Trombeta do casal da Burra'.
Estou-me perfeitamente a cagar para isso (as crianças foram ao cinema).
Para mim, a São Rosas é Mulher!
E gosto dela! Muito!
«Punto e basta!»"
Que honra, comparares-me ao Jorgino Cascante da Trombeta do casal da Burra, mas... só se eu fosse mesmo a Burra!...
E não ligues, Titas. Os homens estão em estado depressivo porque o número de espermatozóides por mililitro tem vindo a baixar drasticamente: de 113 milhões nas ejaculações de 1940, passando por 90 milhões na década de 70 para apenas 60 milhões na actualidade (in: Antonio Fischetti - "A Angústia do Chato Antes do Coito").

«(em silêncio)» - Susana Duarte

das rochas, o desabrochar
silencioso das flores. é a travessia
última das manhãs: aquela
que se faz silente,

sob o marulhar
dos dedos que procuram, no dia,
o renascer da alma
(onde as rochas perduram
e o mundo recomeça a brotar
das águas).

Susana Duarte
do meu livro não publicado, "Pangeia".
Blog Terra de Encanto
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Ex-voto 23


08 junho 2019

«Segredos» - Fernando Gomes

O marido sai para o trabalho antes das oito da manhã. Pelo caminho, deixa o filho na escola. Até uma hora antes de ir buscar o miúdo, a mulher entrega-se à secreta ocupação de satisfazer cavalheiros no quarto de hóspedes sempre impecavelmente limpo e perfumado.
Às vezes, os amigos brincam com o nome dela:
— E então, Fátima, tu também tens três segredos?
Entre sorrisos, costuma responder-lhes que até tem mais e que o maior é o quarto.

Fernando Gomes