09 outubro 2006

Pulsão


Às quatro e meia da tarde posicionava-me virada para janela, refastelada, para dar de beber aos olhos. Era quando quatro moçoilos bem apessoados desciam presos numas cordas que lhes realçavam os apetrechos nos calçonitos. Todos tinham cabelos a dourarem-lhes as pernas, à excepção de um que em vez de ucraniano talvez fosse romeno.

E naquele dia pensei que não era tarde nem cedo para um encontro de culturas e precipitei-me para fora do prédio, a aguardá-los na sua chegada ao solo. Naquelas camisolas de cavas qualquer um deles exibia músculos sem as deformações do culturismo e, assim à vista desarmada, nenhum tinha tatuagens de amor de mãe nem sequer daquelas coloridas mais recentes.

Aprovados que estavam, acendi um cigarro e encarei-os num sorriso que se abatia por eles como as suas esponjas pelas vidraças. Cochicharam entre eles e lá houve um que se decidiu a caminhar até mim, pedindo um cigarro com uma pronúncia que não escamoteava as origens. Retirei o maço da mala e estendi-lho de forma a roçar-lhe os dedos, aguardando o contacto directo dos seus olhos para pestanejar rapidamente e debicar o lábio com a ponta dos dedos. O gajo podia não falar a língua de Camões nem tampouco a de Lobo Antunes mas também a única gramática que pretendia da sua língua e das suas fibras compreendia regras bastantes simiescas para dispensar qualquer outra coerência.

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08 outubro 2006

Bom final de fim de semana!


Fotografia: Bruno Funnybear

Contornos à Sombra



Oleg Uranov

Já fizeram
Cu-Cu?

Diário dum Padre. Parte IV

.....Senti com algum desagrado o frio da roupa interior húmida no instante em que o meu corpo retomou a erecção que interrompera por instantes......



Olhei para os passos curtos do Sacristão que se fundiam na luz que difusamente entrava pela porta principal da Igreja, desenhando reflexos aleatórios nos brilhos esparsos do chão em intervalos de sombras ambulantes até ao momento em que ele desapareceu na rua e uma suave torrente de luz branca tomou o lugar por onde ele saíra.
- Vamos então. - Disse-lhe pegando-lhe levemente no braço enquanto a dirigia para o confessionário.
Fiquei olhando maravilhado vendo como ela se instalava no lugar destinado aos fiéis, de joelhos sobre a pequena almofada, seguindo depois as mãos que subiam postas em oração de dedos unidos sobre a testa inclinada em sinal de recolhimento.
Entrei no espaço interior que é reservado ao sacerdote e tomei o meu lugar.
Arrumei uns quantos folhetos espalhados sobre os encostos de braços e o assento, metendo-os num dos bolsos da sotaina, olhei novamente para ela e encostei o ouvido ao rendilhado fino de madeira enquanto puxava a cortina de tecido em veludo vermelho destinado a imergir o confessor no ambiente escuro do seu cubículo.
Sem fazer o mínimo ruído deixei inclinar o corpo na sua direcção ao ponto de senti-la a meros centímetros de mim, e escutei a doçura da sua voz.
- Senhor Padre…eu…. Sabe, eu tenho algo a dizer-lhe em confissão… Algo muito importante...-
Olhei novamente para ela por entre as ripas do enxadrezado da grelha que separa os confessores dos confessados. Sabia que ela mal podia ver-me, entregue à escuridão do espaço minúsculo e fechado. Por outro lado, vinda de fora, a luz iluminava-lhe o rosto com a suavidade dos azulejos a reflectir as cores difusas dos vitrais matizados pela nesga distante de luz branca que entrava pela porta principal.
Oh como ela era linda! Senti com algum desagrado o frio da roupa interior húmida no instante em que o meu corpo retomou a erecção que interrompera por instantes quando preparara as coisas no confessionário. Desci a mão dentro de mim e afaguei o pénis.
Oh meu Deus, como me sabia bem, com ela mesmo ali ao lado. Deixei escapar um suspiro profundo e de repente inteirei-me do que estava ali a fazer.
- Continue por favor... - Disse-lhe eu dominando as inflexões da voz em manobra evasiva ao meu dislate.
- Senhor Padre….- Hesitou antes de continuar. - … Pequei!... Não em carne mas em pensamentos… Tenho sido fiel ao meu namorado que está longe como sabeis.
Mas desde há uns dias a esta parte, desde que chegou um homem novo a esta aldeia e que o vi, que senti toda a minha alma dirigida para ele. -
- As tentações da carne fazem-nos pecar em pensamentos. – Interrompi sabiamente, segurando com esforço o embargo da voz, enquanto mirava o bico do seu decote que sobressaía em sombras e reflexos fazendo crescer ainda mais a minha excitação.
- A fidelidade é muitas vezes uma prova difícil de ultrapassar. – Disse e esperei um pouco pensando no que iria dizer a seguir.
- Há as tentações. Mas com a oração e recolhimento, encontrareis o caminho da redenção e da castidade. Devereis manter-vos pura para que quando do seu regresso vos possais entregar de corpo e alma no momento de união consubstanciado através do sagrado sacramento do casamento cristão, em que vós assumireis o vosso compromisso perante Deus! –

Mas nada disse. Calei estas palavras que seriam as indicadas para momento. Calei-as desejando que ela dissesse mais e mais, fazendo aumentar a minha fogueira.
- Continue por favor. – Saiu-me num tom amorfo, onde o meu respirar entrecortado só com dificuldade disfarçava o meu estado de excitação.
Fechei os olhos. E esperei que ela continuasse. A mão afagando docemente o meu membro viril que estava num estado de absoluta rigidez e que fez estremecer todo o meu corpo ao sentir do toque.
Estranhei o silêncio e no instante em que ia repetir que ela podia continuar, o ruído da pequena cortina a desviar-se fez-me abrir os olhos.
Perante mim, toda rodeada da luz suave que enchia a igreja, estava ela….

07 outubro 2006

CISTERNA da Gotinha


Victoria é o nome da menina de estrela ao peito.

Passerelle de moda de
cabelos púbicos.

Renate Verbaan: modelo holandesa de 27 anos que não passou cartão a Leonardo diCaprio.

Brande Roderick: loira espampanante.

Nova
equipa de limpeza dos cortinados deste Blog.

Encontros por SMS

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1. A Piscina


2. a Praia

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O fado da foda - por Bartolomeu

Alguém já terá reparado no erotismo destas imagens do fado, em que o guitarrista aparece sempre com o braço do instrumento para cima e para a frente?...Pelo mercado da Ribeira,
mais passando que comprando
Topei uma moça faceira
sentada a um canto chorando

Aproximando-me estendi-lhe
um lenço para enxugar
Aquelas lágrimas que em molhe
teimavam em não parar

Ergueu para mim o olhar
Carregado de emoção
Confessou-me que o chorar
Não vinha do coração

Admirado e curioso
Perguntei-lhe o que era então
E num tom meio jocoso
Respondeu que era tesão

Mais admirado fiquei
E não querendo que sofresse,
logo uma foda lhe dei
para espevitar o interesse

Dali fomos p'ra pensão
Para um quarto velho e nu
E para lhe aplacar o tesão
Enterrei-lho bem no cu

Aos gritos de «quero mais»
E de «fode meu cabrão»
Arranquei-lhe um cento de ais
Afundando-lho no conão

No fim, gritando pelo pai
Pela mãe e pelo irmão
Declarou depois de um ai
Que lhe esgotei o tesão

Bartolomeu

reflexões sobre a rosa e a inutilidade...

06 outubro 2006

FODCAST #2 do SirHaiva.

Deus sabe como uma vida de ócio, sentado à secretária, a ler o blog da Afunda, pode provocar o acumular daquelas gorduras localizadas e indesejáveis. Fica pois aqui uma sugestão:
Insiste, insiste...

Já para aqueles que, como eu, acham que uma imagem vale por mil flexões ficam aqui, não uma nem duas, mas Cinco: [ 1 | 2 | 3 | 4 | 5 ]

Este fim de semana...



... vou-me aprimorar e fazer uns bolitos cá para casa. Aproveitei os saldos de ovos no Intermarché (2 dúzias por apenas €1,99), tenho 2 ou 3 kilos de farinha a atingir o "consumir de preferência até...", o açúcar também abunda, compro um avental de abertura fácil e já está! Há por aí algumas sugestões para que a cozinha não se transforme em... campo de batalha?

São Rosas à beira-mar




Prikola