28 maio 2013

«Tô de Pauduro» - Paródia à Danza Kuduro

Eva portuguesa - «A mulher do cliente»

Há pouco tempo aconteceu-me algo no mínimo curioso.
Tocou o telefone - um número identificado - e eu atendo.
Oiço uma voz de mulher dizer: "olhe, bom dia, pode-me dizer por que o meu marido comunica tantas vezes consigo?"
Como devem imaginar, fiquei momentaneamente sem resposta... 

Depois pensei para mim: OK, vai haver merda... mas tens que manter a calma.
Respondi-lhe que não sabia quem era o marido.
Disse-me um nome e eu mantive (porque até era verdade) que continuava sem saber quem era a pessoa em questão.
A senhora pergunta-me se o meu nome não é Mariana, se o meu apartamento não e na alta de Lisboa (e deu a morada correcta e completa) e aí eu começo a ficar verdadeiramente preocupada, com receio que a senhora me viesse fazer um escândalo à porta de casa...
Pergunta-me porque ando eu atras do marido dela e aí, alto e pára o baile, pois isso eu não faço!
E expliquei-lhe quem era e o que fazia, e que o marido dela, para estar comigo, só se pagasse. E que eram os homens que me procuravam e não ao contrário.
Contra tudo o que eu esperava, a senhora foi realmente isso: uma 
senhora!  Pediu-me desculpa por me estar a abordar assim, não sabia da situação e compreendia que esta era a minha profissão. Pasmei!
Se fosse ao contrário, eu não seria tão racional...
Chorou, pediu-me desculpa, perguntou-me o que havia de fazer, perguntou-me o que procurava ele... enfim, de repente já estava a ser a sua confidente... e
u, a prostituta a cujos serviços o marido recorria frequentemente!
Fiquei impressionada... com a situação e, sobretudo, com a atitude correcta da mulher do meu cliente...
Foi mais uma lição de vida para mim.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Verbo» - Susana Duarte

Sobre uma foto de Michel Debruille

um dia, saberei conjugar todos os verbos
-mesmo os verbos de ser arriba
escarpada
sobranceira-
e, ao conjugá-los, saberei onde estás:

manhã orvalhada de todas as palavras
de antes, desfloradas em neblinas
onde gotas de geada quebram folhas
suaves, lentas folhas
de chuva antiga
que me acende (caminhos?)

conjugo o verbo-palavra mitigada
pelo bater de asas suave
da leve
ondulação das águas
e, ao dizer da eloquência
dos sons, procuro ainda.

procuro o abrigo das asas

rectrizes de todos os uivos,

voos lentos dos meus braços curvos.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

O feijão tímido

É das peças mais pequenas da minha colecção e uma das que eu mais gosto.
Foi-me oferecida, já há alguns anos, pelo meu amigo Tony Costa.
Os dois braços, que levantam e baixam, seguram um chapéu. As três pernas (sim, três) são também articuladas.
Se um dia a minha exposição estiver exposta ao público, o feijão tímido poderá proporcionar um excelente passatempo, se for colocado num sítio diferente em cada dia e os visitantes forem convidados a encontrá-lo.




27 maio 2013

«Ladies Open» (em português, «mulheres, abram!»)

Há dois anos, fizemos uma reportagem do torneio de ténis feminino «Cantanhede Ladies Open».
Na altura, sugeri que organizassem também uma prova de ténis feminino «Ladies Naked». Ficaram de estudar o assunto... só que ainda não foi desta.
Mas não se perde nada, pois o cartaz do evento é extremamente apelativo...


... com esta simpática tenista a ser atacada por bolas por todos os lados...


... bolas com excelente bom gosto, diga-se de passagem...


... e com olho para a coisa!


O ténis feminino é um regalo!

Peta - «Faz como eles»

«respostas a perguntas inexistentes (241)» - bagaço amarelo

- Um dia destes ainda havemos de jantar os dois! - disse-me ela.

Fiquei a pensar naquela fracção de tempo, "um dia destes", tão pequena quando comparada com a minha vontade estar com ela. Mais pequena ainda do que isso, já que nesse dia se reduziria a um jantar. Lembrei-me duma música que ouvira no carro uns minutos antes, numa rádio que só passa canções dos anos oitenta, e que dizia que "a culpa é da vontade que vive dentro de mim e só morre com a idade, a idade do meu fim".

- Um ano destes ainda havemos de nos Amar os dois! - respondi-lhe.

A partir desse momento perdi a coragem de a fitar nos olhos. Não porque me apetecesse fugir, mas sim porque passei a sentir-me um invasor. Estávamos a lanchar e ela escondera o sorriso tímido por trás duma chávena de chá fumegante. Esperei um pouco e passeei o meu olhar por todos as coisas desinteressantes daquele café de esquina até a ouvir dar sinal de vida.

- Uma vida destas ainda havemos de nos Amar os dois! - insistiu ela.

Foi a primeira vez que demos as mãos um ao outro e durante dois meses vivemos um Amor eterno.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Luís Gaspar lê «Requiem a um sentimento”» de Gigi Manzarra

Jogo através do vento, as dúvidas secretas do meu destino e como sombra sorrateira, procuro nelas a sina escrita do meu amor. Atravesso a ilusão da eternidade e descubro que a labareda ardente que nos consumia, não me queima mais.
 Metamorfose lenta e imperceptível de um sentimento quente embalado nos braços de uma amizade morna, que o reduziu a uma pequena brasa que agora agoniza chorando dentro do meu peito.
 Sopro com força a brasa incolor que ruboriza tímida, sem ter a certeza se quer acender.
 No espelho da alma, a saudade me culpa o coração inconstante de vontade rebelde que não sabe amar. 
Olhando o teu rosto, mergulho neste sentimento tépido e questiono o porquê da minha quente paixão ter-se esvaecido no balanço monótono do tempo.
 Sobressalto o meu coração para acordá-lo, mas é tarde demais e me rendo sem luta a esse sono profundo de um sentimento morno a que o condenei!

Gigi Manzarra

Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Cuidado com a bebida alcóolica

Ela pode fazer você desenhar linhas tortas.



Moral da história: transaram.

Capinaremos.com

26 maio 2013

Antigamente, as fitas eram más mas as cenas eram boas

Stripper masculino com uma toalha de praia da Marylin Monroe



Via Pornography as art

Gustavo







A inundação começou com o seu sorriso de olhos cúmplices, avolumou-se com os gostos comuns por letras e imagens e as suas histórias cheias de descobertas nas rotinas citadinas a impregnar a minha alma de mata-borrão e foi às apalpadelas na cheia que me pareceu natural como a minha sede que após diversas tentativas de localização ele me sentasse na rocha do aparador da entrada e então ao mesmo nível, fizesse canoagem nos meus rápidos vaginais que nunca fui moça de ficar quieta.

Mas adiante que além das diárias mãos dadas também recordo os primeiros raios de sol a enfeitarem o quarto como serpentinas em cada manhã que me arrebitavam para a festa de lhe beijar cada milímetro desde as ramelas ao Everest privativo. E os finais da tarde na banheira onde largávamos as canseiras do dia para emergirmos na comunicação dos corpos, no morse de tocar os pontos de cada vértebra do pescoço e coluna em escala descendente fazendo a electricidade estática que torna urgente entrar no sistema. E a moleza do final da digestão do jantar que nos aninhava no sofá numa sôfrega sobremesa de sucção mútua que me encavalitava nas suas ancas, mãos esborrachadas nas suas nádegas, num trote seguro até ao galope final emitido em onomatopeias.

Nem me incomodava a tampa da sanita sempre levantada, um pormenor de somenos perante a sua perfeição a bailar a casa de aspirador na mão e gostava que tivesse durado o resto dos dias da minha vida.

Traição



Dançando sem César