27 novembro 2017

«Faço sexo por dinheiro sim: e amo! Foda-se você!» - Cláudia de Marchi



Eu acho que esse assombro em relação ao sexo como profissão deriva, além da romantização do relacionamento sexual proveniente da sociedade patriarcal, de uma espécie de sacralização do corpo, da matéria.
Nossa, não deve ser fácil", dizem. Ora, pra quem, como eu, por mais que ame o próprio corpo e a si mesma, sabe que o sagrado está na mente, na psique, no cérebro, não é difícil não! Sexo são sensações e se você liberta-se de amarras mentais durante determinado tempo, você vai ter sensações boas! Seguidamente deliciosas.
E, além disso, tem o diálogo, o desconhecido, aquele momento em que você se admira com a inteligência, cultura e conhecimento do outro ou pensa "coitada da esposa deste 'cabra'!".É bom: a esposa não é você e pra você ele dá o que de melhor pode oferecer: simpatia, humor, prazer e dinheiro!
Não foi "fácil" pra mim estudar anos e ser vítima de machismo, de mulher ciumenta, de cantada de macho escroto, de homem abusivo, de cliente barganhando contrato "sob pena" de pegar um no Google, de juiz que acha que é Deus e promotor que viveu numa redoma de vidro até passar no concurso!
Arre, chega de demonizar algo que não é criminoso e nem degradante. Não quando se opta por tal oficio e nele só se faz o que se gosta, sem se expor ao que não agrada só pelo "money"! Ora, os seus preconceitos, dogmas, recalques e mimimis são seus!
Aceite que uma pessoa pode ser feliz transando com estranhos e recebendo para isso. Estranhos que podem ser mais carinhosos nas carícias comigo do que com a esposa que ele apalpa e diz "vamos transar?". Estranhos que me ensinam e me divertem mais do que muito cara que eu já chamei de "amor".
Julgar uma vida que não se vive com base nas suas predileções e não nas do "vivente julgado" é um ato de extrema ignorância, pobreza de espírito e tacanhez intelectual. Lamentavelmente, é "coisa" da maioria frustrada que se faz de "feliz" na internet e no almoço de domingo e que diz que pessoas como eu arderão no "fogo do inferno"!
Ora, eu não acredito e nem temo está invenção religiosa criada para manipular seres sugestionáveis, inferno, para mim, é conviver com a raça humana, tão crente, tão arrogante e tão ignorante!

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«Anal» - Rubros Versos


Tiago Silva

26 novembro 2017

«conversa 2189» - bagaço amarelo





Ela - A maior parte das mulheres não olha para ti como um potencial namorado.
Eu - Porquê?
Ela - Porque és porreiro.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PornHub - Música com brinquedos sexuais

Sete



Carl Sagan às colheradas desde pequenina só podia dar na permanente tentação de pesquisar outros universos. E aquele espécimen eram sete de uma assentada. Como as saias das nazarenas eram sete camadas de pele sobrepostas. De menino púbere a velho sabedor, sem cãs devido à lisura da cabeça, entremeado de adolescente contestário a espreitar a sua sombra no chão, jovem musculado que já gostava de se olhar ao espelho,  trintão dedicado à procriação intensa e natural, quarentão eficaz a repetir as técnicas aprendidas e cinquentão mais dado a masturbações por mor das muitas dores nas costas e nos joelhos intensificadas pelo preconceito tão humano de que a partir dali se é velho. E nem um pêlo despontava em qualquer das peles e as unhas todas eram naturalmente envernizadas como se fora um puro sangue entregue aos cuidados de uma coudelaria.

Dava para anos de puro prazer de pesquisa. A chatice era o papel selado. E os formulários.

Tanta pele para ombros, braços, torsos e nádegas, pernas e pés e mãos e só uma para o órgão da procriação com os anexos devidos. Com acesso codificado e não informatizado,ó inferno!... Era necessário preencher à mão e em letra legível inúmeros formulários para ter acesso àquele pénis em tudo tão igual aos demais, mais largo na base e mais estreito na ponta. Ora se o meu interesse é mesmo a pesquisa tive de mandar a burocracia às malvas.

Falta-te a bateria?


Deixo o carro ir abaixo muitas vezes. Faço exatamente o mesmo com as mulheres.

Patife
@FF_Patife no Twitter

25 novembro 2017

«Breve beijo» - Susana Duarte

breve beijo
dado sobre a orla
das ondas,

beijo breve, poema
escrito no ocaso
dos sonhos

breve foi o beijo,
poema inicial na boca
dos dias,

beijo breve da pele,
pele dos dias sobrevoados
dos olhos

beijo-poema,
prosa obcordata
das manhãs,

poema inicial,
poema

só.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook

Banana dura

Banana em pedra, com uma trincadela na ponta, com a casca feita em latão recortado. Peça única do Xico Nico, a juntar-se a outras deste excelente criador e artesão de Peniche, que fazem parte da minha colecção.






A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

Postalinho de passeio

"Passear em Sintra e ser feliz (trautear com a música dos Broa de Mel para ser pimba que chegue)"
Maria Árvore

24 novembro 2017

O lobo bom



HenriCartoon

John Kayser «Sitting»







«2050» - campanha do Reino Unido de luta contra o cancro da mama

«O entardecer na cidade!...» - Mário Lima


Empurra a porta do velho prédio. A luz, mortiça, dá a silhueta de um corpo de mulher. O seu olhar, percorre lentamente aquele corpo. Umas botas negras, de cano alto, realçam aquelas pernas bem torneadas que as separam da pequena saia justa, emoldurando umas ancas de sonho. Uma blusa, semiaberta, mostram os seios alvos, com os mamilos hirtos como se fossem perfurar aquela fina fazenda que lhe cobria o busto.

Serenamente fixou-o nos olhos. Um estremecimento percorreu-lhe o corpo. Sentia subir em si, o prazer da paixão, da posse, do prazer carnal. Toda ela era lume, toda ela era fogo, toda ela era sexo!

Não soube ao certo quanto durou aquele momento. Os seios, palpitantes, aguardavam-no, os lábios carnudos, num rosto bem emoldurado, abriam-se sequiosos. As pernas cruzaram-se lentamente, como a dizer que levaria o seu tempo, o tempo que fosse necessário para as abrir, sem pressas, sem necessidade de se saber se outro alguém estaria à espera dessas mesmas pernas, desse mesmo corpo.

Num sussurro, ela entreabriu os lábios mostrando uns dentes perfeitos e perguntou:

- Vens?!

Despertando do torpor que aquele ser lhe criara, ele subiu as escadas à procura do local onde tinha que ir e, sem lhe dizer palavra,... Não foi!

Mário Lima
Blog O sonhador