Preciso que me tenhas.
Na verdade , preciso de te ter. Preciso de alguém inteligente, que saiba o que é o passado, o sexo consentido, as centenas formas airosas de foder. Sim , não preciso de manuais de instruções.
Uma puta nunca precisa de alguém.
Por isso deixei de o ser.
Preciso da tua luz no meu rosto.
Da sempre vossa, nem toda, Pink Poison
25 abril 2018
Postalinho da penedia
"Foto de uma amiga espanhola que faz caminhadas no Xurés."
Lúcia Pontes
Não admira que o calhau esteja naquele estado! Vocês já repararam naquele rabiosque insinuante, lá ao fundo?
Lúcia Pontes
Não admira que o calhau esteja naquele estado! Vocês já repararam naquele rabiosque insinuante, lá ao fundo?
«Pornografia» - Luís Couto
Eram os finais dos anos sessenta, na Telecine. Um dia, estava eu no estúdio, chamaram-me ao telefone.
- Agora?
- Parece que é urgente.
- Quem é, Eugénia?
- Desculpe. É o senhor Ary dos Santos. Muito Urgente! Posso passar?
- Passe lá.
- Luís Couto?
- Sou eu. Diz.
- Luís, acabo de saber que fizemos um filme pornográfico!
- Um filme quê?!
A voz do Ary adquiriu aquela sonoridade por que ficou conhecida.
- POR NO GRÁ FI CO! Temos o filme PROIBIDO PELA CENSURA, a não ser que se repita um plano.
- Repete-se o plano.
- Quando?
- Suponho que amanhã. Eu já telefono. Mas que é que nós fizemos? Qual é o plano?
- O do pé. Ao sair da banheira.
- Mas até é um plano muito fechado.
- Não os conheces? Como NÃO se vê A TOALHA, é evidente que toda gente pode PERCEBER que a rapariga está PORNOGRAFICAMENTE NUA! Vamos repetir, para que se veja MUITO BEM que HÁ toalha.
Os comentários que se seguiram não vale a pena transcrever.
E lá se fez o filme como os senhores queriam, para poder passar na televisão de então.
Luís Couto
(via meu amigo Luís Gaspar)
Nota da rede à São - Por estas e por muitas outras, o meu nome hoje não é São Rosas e sim São Cravos.
- Agora?
- Parece que é urgente.
- Quem é, Eugénia?
- Desculpe. É o senhor Ary dos Santos. Muito Urgente! Posso passar?
- Passe lá.
- Luís Couto?
- Sou eu. Diz.
- Luís, acabo de saber que fizemos um filme pornográfico!
- Um filme quê?!
A voz do Ary adquiriu aquela sonoridade por que ficou conhecida.
- POR NO GRÁ FI CO! Temos o filme PROIBIDO PELA CENSURA, a não ser que se repita um plano.
- Repete-se o plano.
- Quando?
- Suponho que amanhã. Eu já telefono. Mas que é que nós fizemos? Qual é o plano?
- O do pé. Ao sair da banheira.
- Mas até é um plano muito fechado.
- Não os conheces? Como NÃO se vê A TOALHA, é evidente que toda gente pode PERCEBER que a rapariga está PORNOGRAFICAMENTE NUA! Vamos repetir, para que se veja MUITO BEM que HÁ toalha.
Os comentários que se seguiram não vale a pena transcrever.
E lá se fez o filme como os senhores queriam, para poder passar na televisão de então.
Luís Couto
(via meu amigo Luís Gaspar)
Nota da rede à São - Por estas e por muitas outras, o meu nome hoje não é São Rosas e sim São Cravos.
24 abril 2018
«morre-se azul» - Susana Duarte
morre-se azul sob os escolhos de sal das (des)contruções
de areia. é no lugar das sementes, e dos sóis
verdes dos cabelos, que se morre azul.
com o sal das neblinas dos olhos, morre-se sombrio
ante as ondas submarinas do ventre, e escolhe-se
a vereda estranha dos dias salinos das lágrimas.
é no lugar delas que se morre, palavras
escorridas por entre as águas do peito.
são escuras, as palavras.
são claras, as palavras.
morre-se dentro delas, mar imprevisto de ondas alteradas.
morre-se. navega-se no sal dos cabelos, onde
o futuro é o olhar percorrido pelos dias
de antes.
morre-se. as ausências desmesuradas do sal
dos beijos são a morte silabada
dos dias.
os dias silabados serão sempre teus,
pequenos e intermitentes,
como a morte dos dedos.
mas serão dela, da mulher, os dias escritos com o sal-flor
das mãos inteiras.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook
de areia. é no lugar das sementes, e dos sóis
verdes dos cabelos, que se morre azul.
com o sal das neblinas dos olhos, morre-se sombrio
ante as ondas submarinas do ventre, e escolhe-se
a vereda estranha dos dias salinos das lágrimas.
é no lugar delas que se morre, palavras
escorridas por entre as águas do peito.
são escuras, as palavras.
são claras, as palavras.
morre-se dentro delas, mar imprevisto de ondas alteradas.
morre-se. navega-se no sal dos cabelos, onde
o futuro é o olhar percorrido pelos dias
de antes.
morre-se. as ausências desmesuradas do sal
dos beijos são a morte silabada
dos dias.
os dias silabados serão sempre teus,
pequenos e intermitentes,
como a morte dos dedos.
mas serão dela, da mulher, os dias escritos com o sal-flor
das mãos inteiras.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Eros e Tanatos
Só tenho a morte por garantida e uma mão cheia de recordações que ela cuidará de apagar.
Tudo o resto é apenas pó que algum vento irá soprar um dia.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Tudo o resto é apenas pó que algum vento irá soprar um dia.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Pendente com pendentes
Pendente em prata 925, representando um pénis erecto com os testículos também... pendentes.
Uma pequena obra de arte na minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Uma pequena obra de arte na minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
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23 abril 2018
Si a ti te gusta, a mi me encanta
Patife
@FF_Patife no Twitter
22 abril 2018
«traço de giz» - bagaço amarelo
- Dá cá a mão!
E eu dei. Levei cinco reguadas. Nem me estou a queixar. A minha professora batia com a mesma leveza duma borboleta a pousar num ramo de árvore. De todas as reguadas que apanhei, só me lembro de me aleijar uma vez. Quando ela percebeu que tinha excedido a força, levantou-se e abraçou-me. Não chorei pela dor, mas chorei pelo abraço. Foi aquele momento de franqueza emocional de um adulto que me destruiu por dentro.
Sem ela e eu sabermos, nesse dia ensinou-me muito mais do que aquilo que era suposto. O abraço dela eternizou-se em outros abraços que entretanto recebi, quando foram iguais ou surgiram no mesmo âmbito. Alguém que me aleijou primeiro decidiu abraçar-me depois e eu chorei. Choro sempre, mesmo que não lacrimeje.
O Luís riu-se de mim quando viu a minha dor e teve que apagar todos os riscos que eu tinha feito. Alguns vinham de África e iam para o norte da Europa, outros voavam entre a América do Sul e a Ásia. Todos os riscos tinham uma origem e um destino no momento em que eu os fazia. Um voava entre Ouagadougou e Oslo, as cidades mais importantes do meu imaginário de criança. Uma porque tinha um nome giro, outra porque tinha vikings.
Nunca deixei de acreditar nos traços de giz e é assim que me lembro da minha paixão pela Joana. Tinha uma camisola com muitas riscas fininhas de cores diferentes e um casaco amarelo manchado pelo verde da relva onde nos deitávamos a olhar para o céu. Às vezes passavam algumas nuvens, outras vezes passavam pássaros ou aviões. Quando não passava nada, passávamos nós. Num beijo ou num abraço.
- Aqueles traços são de giz! - dizia eu.
- Não são nada.
- Então são de quê?
- Isso não sei, mas não são de giz.
Depois abraçava-me outra vez.
Talvez o Amor entre um homem e uma mulher tenha sempre alguma coisa dos tempos em que somos nós a desenhar o mundo e não o mundo a desenhar-nos a nós. É a maior vantagem de ser criança, aliás, podermos decidir que o mundo é o que nós queremos que seja. Mesmo no Amor.
Não sei quantos Amores já perdi por me apaixonar por mulheres que vêem o mundo como ele é e apenas como ele é. Talvez por isso mesmo este frio início de Primavera tenha sido tão quente. Deitámo-nos no chão do terraço da casa dela a olhar para um avião que voava entre Burkina Faso e a Noruega. Ela ofereceu-me um livro de banda desenhada sobre um traço de giz no meio do mar e no meio de nós. É de um autor galego chamado Miguelanxo Prado. Depois abraçou-me e disse-me que eu tinha razão.
- Razão em quê?
- Os aviões deixam traços de giz.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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