30 junho 2018

«A tua viagem» - Susana Duarte

despedi-me dos teus olhos
na clara manhã, lá onde as mãos
se tornavam líquido incandescente

sobre os seios. foi aí que me despedi
de ti. absorta desde então,
aprendi a iluminar as veias
com os breves sorrisos imaginados,
rasgados
pela falta dos pés,

os teus,
suspensos da vontade.

despedi-me dos teus olhos
na clara manhã dos silêncios
sussurrados entre os corpos já distantes.

as manhãs nunca mais foram claras.
as tuas mãos não mais trilharam o caminho.

o corpo fez-se estátua de areia,
retida no tempo,
salgada e inerte,

como a tua viagem.

Susana Duarte
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«When you say you love me» - Mário Lima



"... Amo-te!"

Mário Lima

Representações sobre o desejo

Livro com textos de A. Sarmento Manso, publicado em 2004 como nº 19 da colecção Lacraus das Edições Mortas, Porto.
Oferta ao coleccionador de um simpático casal que vende livros na Feira Sem Regras (Coimbra)




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

29 junho 2018

Postalinho do Gerês - 7

"Calhau destroçado em Castro Laboreiro... no Vale dos Caídos"
José Duarte


«Sobre (des) respeito e falta de empoderamento de classe: sobre as "putas"! - parte 2» - Cláudia de Marchi

(...)
Eu não atendo sem ver foto e dispenso homens que não sabem beijar. Literalmente: se o primeiro beijo for ruim eu não dou continuidade ao encontro. Química é essencial! O moço aí, após bloqueado me ligou de um telefone de DDD 61. Pediu mil desculpas. Ouviu que o mundo não gira em torno do pau dele e que eu desculpo, mas não atendo.
Pediu o que poderia fazer para se redimir. "Não insistir", respondi. Procurar uma mulher que cobre R$ 500,00 a hora, como eu cobrava há um ano. Respeitar as mulheres, façam elas o que fizerem da vida. Ele insistiu. Disse-lhe que eu estava anojada e não o receberia hoje, quiçá nos próximos dias, mas hoje (definitivamente), não. Uma parte de mim apiedou-se do desespero e reconhecimento de culpa do bonitão (voz bonita!). Outra parte de mim disse que desrespeito machista não se releva. Meu intestino gritou por "socorro". Ouvi aos últimos.
Se tem algo que me indigna hoje em dia é a falta de empoderamento! É o "trancar-se no armário" quando a sociedade patriarcal tradicional mostra-se um antro abjeto de erros, abusos e falsidade. Bem, me tornei cortesã, porque além de revoltada, madura e do gosto apurado pelo que faço, não tenho colegas. Colegas e convívio humano é algo que, após 12 anos no Direito, eu quero evitar pelo máximo de tempo que puder.
Eu gosto de gatos e de raras pessoas, das quais, quiçá eu deixaria de gostar se delas me tornasse íntima. (Vai saber!). Logo, não tenho "amigas" ou colegas neste meio, ou melhor, nunca conversei íntima e pessoalmente com nenhuma, até mesmo porque a vergonha seletiva em fazer algo e omitirem do mundo o que fazem (sendo isso aquilo com o qual pagam as suas contas) me dá ojeriza.
Sou absolutamente contra todo ato do ser humano para o qual ele não tem vergonha de fazer, mas sim de ser "descoberto". Ou melhor: dispenso quem faz algo do qual se envergonhe apenas SE o "mundo" vier a saber. Não gosto de quem se esconde por baixo de máscaras, seja a do Photoshop, a de um personagem, a de membro da "tradicional família brasileira", a de político "de bem", a de "moça de família", a de "esposa leal", a de "marido perfeito" e por aí a fora!
(...)

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

#viboras - Ruim






"Aquela tua amiguinha..."

Que apanhe os tomates do chão quem nunca os deixou cair depois de ouvir isto de "Sua Alteza".

Ruim
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28 junho 2018

Postalinho do Gerês - 6

"Calhau contente em Castro Laboreiro... na zona do Bico"
José Duarte



«Wi-fi» - Adão Iturrusgarai


Canto de Hermes e Afrodite - poema

Livrinho de poemas de António Porto-Além, editado em 1976 em Braga, pela editora Livraria Editora Pax.
Poesia erótica a juntar-se à minha colecção.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

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26 junho 2018

«abandonos» - Susana Duarte

deixar os dedos onde as árvores falam e as aves
calam memórias, mantém vivos os nós dos dias
e a imprecisão dos sonhos.

não sei de onde vêm

as absurdas imagens que persistem nas veias,
ou as fotografias tiradas sob a luz esmaecida
dos tempos. deixar as aves calar as memórias,
desabita a retina

e deixa vítreos os grãos de areia

outrora revolvidos por mãos ansiosas, ágeis,
descomedidas nos toques e na procura dos corpos.

outrora absurdas, eis as veias ondulantes, mulheres
desmedidas e intensas na avidez dos olhares.
mulheres. grãos de areia

nos corpos amantes,

vítreas nos olhares com que se estendem, aves
elas próprias,

na ignomínia dos abandonos.

Susana Duarte
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