despedi-me dos teus olhos
na clara manhã, lá onde as mãos
se tornavam líquido incandescente
sobre os seios. foi aí que me despedi
de ti. absorta desde então,
aprendi a iluminar as veias
com os breves sorrisos imaginados,
rasgados
pela falta dos pés,
os teus,
suspensos da vontade.
despedi-me dos teus olhos
na clara manhã dos silêncios
sussurrados entre os corpos já distantes.
as manhãs nunca mais foram claras.
as tuas mãos não mais trilharam o caminho.
o corpo fez-se estátua de areia,
retida no tempo,
salgada e inerte,
como a tua viagem.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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