07 outubro 2019

A mansão do playboy



HenriCartoon

«So high!...» - Cara Trancada


Cara Trancada
no Instagram
Loja no Etsy

Eu quero orgasmos

Agora! O último suspiro e a última brisa, sou eu. A última ondulação banal, o último telefonema banal, sentir o que não é banal. O primeiro e último dia da tua vida sou seu. A palavra de compreensão vem de mim. A tesão dou-ta eu, nos meus braços irás sentir que vale a pena a entrega para o último momento. Dou-te tempo, o tempo voa mas eu aterro em ti e tu deixas, salva-te enquanto podes pois o momento pode não durar muito mas dar gozo, dará com certeza.

Com esforço tudo se consegue

Crica para veres toda a história
Desafia os teus limites


1 página

06 outubro 2019

O fundo Baú - 37

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»







Em 4 de Maio de 2004, publicámos mais um conto do Jorge Costa:

A Egevides da hortaliça

Ó Egevides, que belo repolho que tu tens, filha...Vivia à janela. O tempo corria lentamente para ela. Há muito que o companheiro a tinha trocado por um dia de pescaria com os amigos. E não mais tinha voltado.
Ela também não era flor que fosse de cheiro fácil. Era vendedora de hortaliça. E fazia alarde em se saber que vivia no meio das suas pencas.
Gostava muito de verduras. E nas sopas que fazia não retirava nunca as nervuras dos tronchos das couves que a horta dela dava. Mas aquela vida passada entre o mercado, o quintal e a janela... não era vida para ela. Era... mas não lhe bastava. Até porque só tinha 38 anos. Não é de forma alguma idade para estar a ver o tempo passar.
Quem lhe passava regularmente por debaixo da sacada era o Sr. Asdrúbal Carpinteiro, homem de sorriso fácil e fino trato. Solteirão. E com oficina montada. Não era homem de ter patrão.
- Olá, Egevides. Já foi tudo p'ró mercado? Acabou a liça? Olha que tu não és mulher p'ra ver o tempo passar por ti...
- Deixa-me cá, Asdrúbal, ando a ficar tão aborrecida... não é que fosse grande coisa, mas a porra do caralho do Berto anda-me a fazer cá uma falta!... Não é que seja propriamente ele, mas tu cá me entendes...
- Não me fodas, ó Egevides! Caralho, tu és uma gaja muito boa, tu só tens falta porque queres. Não me fodas... caralho!
- Sabes como é... tenho medo de cair nas bocas do povo e ficar por aí falada. Gosto de foder... mas não quero que me achem uma puta. O filho da puta nem filhos me deu, mas sabes como é o caralho do povo...
- Foda-se!... Quer dizer, eras agora obrigada a ficar com a cona só p'ra mijo só porque o caralho do Berto deu à sola?!... Fodaaaaa-se! Olha lá... a gente os dois sempre fomos de brincar muito um com o outro... mas ouve lá... até se me está a dar um nervoso, ó Egevides, mas tu... porra, caralho, eu não sou um estranho p'ra ti, mas tu importas-te que daqui a pouco eu venha a tua casa ver as cadeiras da cozinha, que estão a abanar? Há muito que andava p'ra te dizer isto, mas sabes como é... agora a conversa vai no ponto... e caralho, tenho de te dizer o que penso e sinto. E, além do mais, não devemos nada a caralho nenhum. E bem sabes que não sou de merdas.
- Ó Asdrubal, foda-se... nem sei o que te diga. És tão maluco!...
- Volto já, caralho. Deixa-me dar ali um recado que já te bato à porta p'ra ver os armários da cozinha.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Quando o Asdrúbal voltou, não se chegou a saber se os armários e as cadeiras da cozinha ficaram desempenadas ou não, mas uma coisa é certa: o olhar alegre da Egevides só deixou antever que tinha tido uma grande tarde de foda. Os bicos das mamas, para quem os viu de seguida, não eram bicos... eram pontas de aço carregadas de tesão. E souberam-no... porque alguem tocou à porta... para comprar hortaliças.

«as marés» - Susana Duarte

as marés falam dos dias de antes,
de manhãs ancoradas no corpo
e de silêncios.

falam de outras épocas, de dias
em que as ondas ainda significavam
voos de navegantes
e cantos lunares
das sereias.

ocultas das areias, cantavam
a luminosa idade,
e a paixão
de ser único e indefinível,
como o enamoramento

e o luar.

falam do que não sei,
e do que não sou. são marés bravias,
as que dizem o meu nome-

-se nome tenho, é o do algaço
deixado na praia.
estendido e vivo

como as marés que desconheço.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook


Ex-voto 40


05 outubro 2019

«Triângulo amoroso» - Fernando Gomes

A hipotenusa, acusada de bigamia com dois catetos, foi condenada a pena de prisão. O tribunal, todavia, não se revelou tão obtuso com os dois cúmplices, principalmente devido ao depoimento abonatório do senhor Euclides. Este provou haver entre eles uma rectidão inquestionável, atestando que é sempre possível observar por mais do que um ângulo uma relação deste tipo. Após decretar a sentença, o juiz exortou os prevaricadores a recomeçarem com verticalidade uma nova vida como simples segmentos de recta e a esquecerem, de vez, o tempo em que se divertiam licenciosamente com um teorema do senhor Pitágoras, a testemunha de acusação.

Fernando Gomes

Antologia de poesia portuguesa erótica e satírica (dos cancioneiros medievais à atualidade)

Natália Correia (seleção, prefácio e notas], ilustrações de Cruzeiro Seixas.
Edição de 2019 da Ponto de Fuga.
Depois de ver sucessivos livros seus apreendidos pela Censura do Estado Novo, Natália Correia aceitou o convite do editor da Afrodite, Fernando Ribeiro de Mello, para organizar esta Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica. «Finalmente num único livro», prometia a cinta que acompanhava o volume, publicado em dezembro de 1965, «a poesia maldita dos nossos poetas», «as cantigas medievais em linguagem atualizada», «dezenas de inéditos» e «a revelação do erotismo de Fernando Pessoa». A obra causou escândalo e foi apreendida pela PIDE, com vários dos intervenientes julgados e condenados em Tribunal Plenário, num processo que se arrastou durante anos. É agora republicada pela primeira vez com as ilustrações originais de Cruzeiro Seixas, incluindo também novos textos introdutórios e reproduções de documentos que contextualizam um marco histórico na edição em Portugal.A capa interior é uma réplica da edição original.
Junta-se à edição de 1999 da Antígona Frenesi, na minha colecção.


A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook.

04 outubro 2019

03 outubro 2019

«O acto de Amor» - Áurea Justo

O teu bafo quente
Acariciou-me a pele,
Atravessou a curva do pescoço lentamente
E embrenhou-se na intimidade dele.

Entrou dentro de mim
Quando beijaste a minha boca,
Nunca me tinha sentido assim,
O sentimento deixou-me louca!

Senti-o roçar de novo
Arfando na curva do meu seio,
Pele de cordeiro, alma de lobo,
Sinto-te comigo e nisso creio.

Os teus longos dedos
Seguiram os seus passos,
Encostados nestes dias ledos,
Unidos na Esperança destes laços.

Numa aventura singular
Cruzaram o monte da minha anca,
Deslizando suavemente no amar,
Idealizaste a minha pele branca.

A união fisica nos consumiu.
Sentimentos brotam em uníssono,
O centro do prazer se abriu,
E nossos corpos, extasiados, abraçaram o sono.

In O Romance De Um Anjo

Áurea Justo
no Facebook