Ela sabia exactamente como tocá-lo.
Ele sabia exactamente como tocá-la.
Tinham aprendido a conhecer o corpo um do outro.
Primeiro hesitantes, como quem chega a um local novo e tem de seguir mapas, aprender caminhos.
Sussurraram um ao outro todos os passos.
As mãos seguiram as indicações, as direcções sussurradas.
Descobriram e percorreram um no outro todas as estradas, todos os atalhos.
Falaram de fantasias e realizaram-nas.
Idealizaram novas fantasias e ultrapassaram-nas.
Descobriram o ritmo dos corpos. Tocaram todos os acordes, percorreram toda a escala.
O amor tornou-se cântico, magia, sinfonia, dança.
Ele perguntava:
- Como queres que te toque?
Ela dizia.
Ela perguntava:
- Que queres que eu faça?
Ele dizia.
E a cada vez iam mais além.
Além do corpo, além do prazer.
Depois descansavam nos braços um do outro como caminhantes à chegada, guerreiros depois da batalha, criadores depois da criação.
Ou como amantes que dando-se completamente se esgotam, e morrem.
E renascem um no outro, um para o outro.
Poema de
(para aprenderem mais, visitem o blog)