Só sei São, que perdi o meu norte. Fiz do gajo a minha bússola dos artigos de jornal, das secções da FNAC, das salas de cinema, do périplo das lojas de roupa citadinas, com os pés a muitos nós e o corpo à temperatura da linha do Equador, magnetizada na confiança que me dava como se fora eu própria.
Hoje, soergo-me com os braços cruzados e deixo as mãos espalmarem-se nos meus ombros. Quando desço às minhas coxas sei que continuo cá, com braços e pernas para abraçar, seios e vagina para atestar que sou mulher e que perdida está a esperança de com ele navegar no mar alto de uma sensualidade tempestuosa, implantada no topo da sua gávea para avistar terras de gemidos e gíria, areias de repouso de epidermes salgadas do suor e salpicadas no baixo ventre da espuma viscosa das marés.
Recordo-me da sua face onde uma barba crespa despontava todos os dias e de como me depositou na testa um beijo antes de mergulhar sofregamente na boca daquele gajo de caracóis, giríssimo por sinal, naquela noite de copos no Portas Largas.
Hoje, enrosco-me cada noite a sopesar se o vou arquivar como Gustavo, o gajo que eu gostava de ter comido em qualquer ponto do universo, se o astrolábio não indicasse que somos gémeos.
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Uma por dia tira a azia