Chegou de mansinho e envolveu-me pelas costas num abraço tão apertadinho que até me fez desmarcar o livro da página onde ia. Pensei que me queria saltar para a cueca que qualquer gajo por mais bruto que seja, nessa circunstância desfaz-se todo em mesuras.
Mas ao mostrar-me uns sacos de papel com marcas impressas entendi que se estava a fazer ao piso para ser o meu assessor de imagem. Trazia um vestido preto com um decote até ao umbigo na frente e nas costas e uma enorme faixa enlaçarocada a marcar a cintura, mais um sapatos de salto agulha que dariam vertigens à Torre Eiffel. Não contente com tamanho embrulho ainda avançou que o preto combinaria lindamente com umas madeixas douradas no cabelo.
Oh senhores que se eu já estava a borbulhar por não recordar ninguém a vestir-me desde a escola primária fiquei em ebulição com as pinceladas de loirice e perguntei se ele se chamava Ken para concluir no segundo seguinte que eu não era a Barbie, a Sindy, a Bratz ou quejandas. Ele mostrou um carão ofendido com tamanha ingratidão para a sua generosidade. Foi o momento de lhe referir que as roupas são como personagens que se vestem e fiz-lhe uma proposta. Eu trajaria como a dita Barbie mas nesses dias comportar-me-ia na cama como a boneca que ele queria que eu fosse. Aceitas?...
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Uma por dia tira a azia