Não é por acaso que as teorias dizem que a Paixão é um sentimento quase patológico por causa daquelas coisas do fascínio e da perda do raciocínio.
Confesso que sempre me intrigou esta coisa da semana sem raciocínio; em pequenina habituaram-me à contenção nestes dias que antecedem a mesa farta. Mas era estranho!
É claro que as minhas tentações pela carne já vêm de longe e muitas vezes fui apanhada de salsicha em punho quando era exigido que se comesse a deslavada pescadinha com grelos. Mas isso era no tempo em que ainda não me tinha dedicado aos sabores da cozinha exótica porque agora, meus amigos, não há quem me faça olhar para a bancada dos peixes, nem que lá esteja um daqueles de espada em riste e língua de fora! Por isso é que o levei a experimentar o mistério da Paixão com o recolhimento necessário à leitura de uns textos a propósito.
Deixando-me de rodeios… o que me soube melhor foi a bênção dos óleos. Estava mesmo a precisar de um unto a preceito porque o verdadeiro naco passa melhor se for bastante trabalhado no tempero. Mas, ainda antes, a cerimónia do lava-pés deu uma boa ajuda - é preciso começar a massagem pela base: uns ramos a adornar o cenário e ele de joelhos… até me vi a teatralizar o momento de reflexão, enquanto olhava o “pão” pelo canto do olho.
Será pouco canónico, eu sei, mas sem os preceitos apócrifos iria lá saber-se de onde vem a inspiração! E ele era um deus verdadeiro, ali em carne e osso; mais carne que osso, bem entendido, que há coisas onde osso a mais não traz proveito.
Perguntou-me se eu era fiel. Às minhas convicções, sempre, respondi! Então recebe o meu corpo, acrescentou de olhos fechados. Venha ele que já tarda, foi o que eu pensei e não me fiz rogada à devoção.
Também sei que existem pesquisas científicas que mostram que a paixão, apesar de intensa e arrebatadora, é um sentimento passageiro. Pois que seja. Não me interessa comer da mesma carne todos os dias do ano; a alimentação variada é defendida por todos os bons nutricionistas. Mas isto era o meu pensamento a voar sobre os nossos corpos em verdadeiro rosário de emoções.
- Celebra a alegria de estares vivo - disse-lhe eu já muito entusiasmada!
Confesso que sempre me intrigou esta coisa da semana sem raciocínio; em pequenina habituaram-me à contenção nestes dias que antecedem a mesa farta. Mas era estranho!
É claro que as minhas tentações pela carne já vêm de longe e muitas vezes fui apanhada de salsicha em punho quando era exigido que se comesse a deslavada pescadinha com grelos. Mas isso era no tempo em que ainda não me tinha dedicado aos sabores da cozinha exótica porque agora, meus amigos, não há quem me faça olhar para a bancada dos peixes, nem que lá esteja um daqueles de espada em riste e língua de fora! Por isso é que o levei a experimentar o mistério da Paixão com o recolhimento necessário à leitura de uns textos a propósito.
Deixando-me de rodeios… o que me soube melhor foi a bênção dos óleos. Estava mesmo a precisar de um unto a preceito porque o verdadeiro naco passa melhor se for bastante trabalhado no tempero. Mas, ainda antes, a cerimónia do lava-pés deu uma boa ajuda - é preciso começar a massagem pela base: uns ramos a adornar o cenário e ele de joelhos… até me vi a teatralizar o momento de reflexão, enquanto olhava o “pão” pelo canto do olho.
Será pouco canónico, eu sei, mas sem os preceitos apócrifos iria lá saber-se de onde vem a inspiração! E ele era um deus verdadeiro, ali em carne e osso; mais carne que osso, bem entendido, que há coisas onde osso a mais não traz proveito.
Perguntou-me se eu era fiel. Às minhas convicções, sempre, respondi! Então recebe o meu corpo, acrescentou de olhos fechados. Venha ele que já tarda, foi o que eu pensei e não me fiz rogada à devoção.
Também sei que existem pesquisas científicas que mostram que a paixão, apesar de intensa e arrebatadora, é um sentimento passageiro. Pois que seja. Não me interessa comer da mesma carne todos os dias do ano; a alimentação variada é defendida por todos os bons nutricionistas. Mas isto era o meu pensamento a voar sobre os nossos corpos em verdadeiro rosário de emoções.
- Celebra a alegria de estares vivo - disse-lhe eu já muito entusiasmada!
- E tu, já estás a chegar à terra prometida? - perguntou-me, visivelmente empenhado em que eu desse com o verdadeiro caminho.
Daí ao grito de Aleluia, gemido em coro, foi um pequeno passo…
Daí ao grito de Aleluia, gemido em coro, foi um pequeno passo…
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