14 maio 2009

Ide trabalhar...


“Trabalhai, meus irmãos, que o trabalho
É riqueza, é virtude, é vigor.
Dentre a orquestra da serra e do malho
Brotam vida, cidades, amor.”


CASTILHO , António Feliciano de
Hino ao trabalho

Aceitam-se quadras alusivas
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Predatado - "Dá p'ra cantar com a música da Internacional."

São Rosas - "Não se pode falar em trabalho sem fazer uma rima:

Trabalhai, seja qual for a idade
Que é bom - dizem - isso do trabalho
E se não houver muita vontade
Mandai é trabalhar o caralho!"

Olho vivo - "Forçada, mas lá vai!

Ai se soubesse o sítio onde,
Para onde o mandar trabalhar,
Não estava para aqui murcho,
Sempre, sempre, a preguiçar!"

Vintesete -
"Sendo eu homem de Fé
Quanto ao trabalho concerne
Deixo-o só, enquanto eu
digo-lhe que por mim não espere

Haverá quem sendo lesto
Faça destas letras troça
Mas eu zeca sei que presto
um grande serviço com esta troca

Senão vejam; comparando
dum lado o suor que o corpo cansa
Do outro a febra, em fogo brando
que só comendo a fome amansa

Ai quem troca este mundo
pelo trabalho que o tempo leva
Levo as dores ,mas fica tudo
que não se fode ao cimo da terra"

Falcão -
"Ora ide para o caralho
Marroquino, mandrião
Se viesses aqui prá Beira
Num cumias nem um grão.

Pois aqui só o trabalho
faz crescer no forno a broa
num é cumo aí em baixo:
Corre pela telha a vida boa.

E depois o corpo rijo
dá-nos força, num é a morte
Que o digam estes pitos
Que eu como aqui no Norte."

PreDatado -
"Trabalha o pai, trabalha a mãe e o irmão
trabalha a filha, o enteado e a avó
mas não trabalha o tio que é cabrão
nem o mais novo dos filhos. Só quer pó.

O cunhado que tem pinta de maricas
a trabalhar também nunca ele se viu
não trabalham as tias que são ricas
o neto é puto, vá prá puta que o pariu.

O avô que está com os pés prá cova
já não tem idade pró trabalho
e a sobrinha, a quem chamam Ivanova
prefere na esquina chupar um bom caralho.

E numa família assim articulada
trabalham poucos para darem de comer
a putas, rabos e outra cambada
se fosse eu, mandava-os logo foder."

OrCa -
"um poeta que opera no serralho
desespera de não ser um poetastro
mas não sei se me dá estar com Castilho
pois de tanto trabalhar sai emplastro

se na crise acrisolada o tal poeta
dá de si um ar de graça ou de chacota
há-de ser porque ele já chegou à meta
de saber de quem o cu, de quem a bota

mas trabalho todos esperam que rime
contra a crise e os canhões da veleidade
com o pobre encolhido que se oprime
mas a quem chamam Pai da Humanidade

o trabalho - meus senhores - esse trabalho
que nos salve, nos redima, nos sustente
o trabalho - meus senhores - é o caralho
em faltando não há cu que se aguente...

mas àqueles que maltratam o trabalho
e que roubam o pão do pobre na mesa
esses sim é mandá-los prò caralho
com ardor, com tesão e com franqueza!

Irra -
Pensa com a cabeça do caralho,
Ideias que não valem três vinténs,
Ai, só por aí é que é trabalho!
E será que força na verga tens?!

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