26 janeiro 2012

«Ideias genitais» - Patife


Aprecio os génios. Tiro-lhes o chapéu. Mas na verdade prefiro uma gaja boa. Tiro-lhe a roupa toda. Eles que fiquem com as ideias geniais que o Patife fica-se pelas ideias genitais. Posto isto, resta-me dizer que o meu head-terapist é um génio. Meteu-me cerca de três semanas em terapia intensa. De tanto falar, pensar, reflectir e vasculhar os recantos da minha personalidade enquanto o gajo tentava perfurar a opacidade da dimensão inconsciente, assim que meti o pé na rua só me apeteceu começar a aviar a torto e a direito a primeira que me aparecesse à frente. O tesão causa cegueira por isso nem me apercebi que a primeira tipa que apanhei para esgaçar as bordas era estrábica. Mas tinha boca de broche o que compensa o estrabismo. Tenho todo um sistema de referências que me permite estabelecer esta equação. A falta de dentição, por exemplo, é amplamente compensada se a gaja aproveitar os espaços entre os dentes para melhorar o poder de sucção. Mas adiante. Lá ia eu com a estrábica a caminho de minha casa, quando ela me pergunta se é meu costume engatar mulheres na rua e levá-las para casa de imediato. Apressei-me a dizer à estrábica que ela era especial, que senti uma ligação mágica com ela, e que nem sequer fornicava há cerca de um mês. Se dúvidas ela tivesse, após a pinada ela ficou com a certeza de eu ser um anjo que falava a verdade. É que após a reclusão terapêutica, o Pacheco a vir-se mais parecia a época das monções. Ela sorriu e olhou para mim sentindo-se especial enquanto eu proferia: “Vês… Eu disse-te que eras especial. Não vou para a cama com qualquer uma…”. Mas eu sabia que era uma grande mentira que eu estava a induzir na estrábica, o que tornou ainda mais difícil olhá-la nos olhos.

Patife
Blog «fode, fode, patife»

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