12 abril 2013
Boy is back
A Girl tinha tomado o seu primeiro de muitos cafés da manhã quando o telemóvel dá sinal de SMS. Uma palavra simples, apenas "Quickie?". "Sonofabitch", pensou ela. A resposta não tardou de volta para ele: "Fuck off". Ela sabia que ele não ia desistir. E não queria ir a correr. Pelo menos, não queria ir a correr naquele minuto, porque o coração e a excitação que começava a sentir abaixo do umbigo indicavam que não tardaria a mudar de ideias. Ele gosta de escrever SMS em inglês. Dizia que era mais directo. "I'll lick your soft cunt like a God". Convencido. Segundo SMS dela: "Gofuckyourself". Ele não era tipo para desistir. As pernas dela começavam a fraquejar ainda mais depressa do que a vontade. "I'll make you come harder and harder", escreveu ele. "Bullshit", devolveu ela. "Just try me", sugeriu ele. Por essa altura ela queria-o ali, agora, naquele momento. "Onde, quando?", perguntou. "Olha pela janela", enviou ele. Ela olhou pela janela, e lá estava ele em baixo, com cara de gato que acabou de comer um pássaro. Ela balbuciou rapidamente uma desculpa perante o seu colega de escritório, pegou no casaco e saiu disparada. Ele abraçou-a sem dizer uma palavra. Ela disse-lhe ao ouvido: "Meu grande filho da puta". E assim as pazes foram seladas. Desceram a rua e entraram num hotel barato que já tinha a ficha deles e alguns outros vestígios de batalhas anteriores. Ele estava a abrir a porta do quarto e a desapertar a braguilha ao mesmo tempo. Ela começou a abrir o fecho da saia ainda no corredor. Ele atirou-a para cima da cama, sem cerimónia, afastou-lhe a calcinha para o lado e fez o que tinha prometido no SMS. Como um Deus. Como um "boss". Ela tomou-o na mão e sentiu-o túrgido, pulsante, urgente. "De quatro", ordenou ele, sem precisar. Quando ele entrou, ela deu um grito abafado. Duas, três, quatro estocadas com força. "Sentiste saudades minhas?", perguntou ele, arfante. "Quem pensas que és?", retorquiu-lhe ela, guturalmente. "Um gajo que te ama como um maluco e que te deseja, a cada hora, como um viciado." Uma entrada mais forte, e ela sentiu-o tão dentro que parecia que nunca mais conseguiria sair. "Agora", ordenou ele. Ela deixou-se obedecer e gritou. Os seus corpos tremeram em uníssono. Deve ter-se ouvido no outro lado do corredor. Que interessava? Eles estavam de volta. Segunda-feira. Dia do início da semana e do reinício. À noite teriam tempo de falar, como estão a fazer. Ele está a ver o texto à medida que é escrito, enquanto vai dando os seus palpites. "Sonofabitch". " Ela lavou-se rapidamente, compôs o cabelo, e com as pernas ainda a tremer voltou ao escritório. "Encontramo-nos à noite", disse ele simplesmente. No elevador ela verificou se se notava muito o rubor na cara. Um toque de perfume antes de entrar. Disfarçar, disfarçar. O colega olhou para ela e, calmamente perguntou: "Ele voltou finalmente? Ainda bem. Já não aguentava o teu péssimo humor." Ela perguntou-se mentalmente o que a teria denunciado. "Who cares? Boy is back." A vida é boa e reabre hoje.