O noivo escreveu um poema para a noiva pouco antes do casamento:
Que feliz sou, meu amor!
Domingo estaremos casados,
O café da manhã na cama,
Um bom sumo e pães torrados
Com ovos bem mexidinhos
Antes de ir p’ ró trabalho
Tudo pronto bem cedinho
P’ra inda ires ao mercado
Depois regressas a casa
Rapidinho arrumas tudo
E corres pro teu trabalho
Para começares o teu turno
Tu sabes bem que, de noite
Gosto de jantar bem cedo
De te ver toda bonita
Com sorriso ledo e quedo
Pela noite mini-séries
Cineminhas dos baratos
E nada, nada de shoppings
Nem de restaurantes caros
E vais cozinhar p’ra mim
Comidinhas bem caseiras
Pois não sou dessas pessoas
Que só comem baboseiras…
Já pensaste minha querida
Que dias gloriosos?
Não te esqueças, meu amor
Qu’em breve seremos esposos!
Como resposta, a noiva escreveu um poema para o noivo:
Que sincero meu amor!
Que linguagem bem usada!
Esperas tanto de mim
Que me sinto intimidada
Não sei de ovos mexidos
Como tua mãe adorada,
Meu pão torrado se queima
De cozinha não sei nada!
Gosto muito de dormir
Até tarde, relaxada
Ir ao shopping fazer compras
de Visa, tarjeta dourada
Sair com minhas amigas,
Comprar roupa da melhor
Sapatos só exclusivos
E as lingeries p’ró amor
Pensa bem… ainda há tempo
A igreja não está paga
Eu devolvo o meu vestido
E tu o fato de gala
E domingo bem cedinho
Em vez de andar aos “AIS”,
Ponho aviso no jornal
Com letras bem garrafais:
Homem jovem e bonito
Procura escrava bem lerda
Porque a ex-futura esposa
Decidiu mandá-lo à merda!
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa