12 abril 2015

Elevador do Lavra


(Foto © J.P. Sousa, 2007, Creep)

Desde que a pila passou a despertar todas as manhãs como um relógio suíço optou pelas mulheres mais velhas para se livrar da camada de rococós necessários para uma miúda fazer uma coisa tão simples como abrir as pernas e deixá-lo ir.

Mais a mais, o tempo ensinou-lhe ainda estudante que as mulheres independentes em matéria financeira não se importavam com a falta de dinheiro nos bolsos desde que não faltasse o afluxo sanguíneo à charrua e pagavam tudo e mais umas botas. E para manter o trabalho de campo bastava fingir agrado em satisfazer o mais pequeno capricho, como uma inenarrável visita a uma loja para escolher uma roupinha.

Lavrando nestes procedimentos conseguiu da sua primeira chefe privilégios no trabalho e muitas farras até com férias pagas mas nada em seu nome pelo que começou a amanhar as amigas da casa com mais de sete anos de casamento e rapidamente aumentou o seu património com muita saliva e crescente técnica de retenção do produto mais tempo na fonte.

Neste efeito bola de neve conheceu e finalmente casou com uma viúva proprietária de um império hoteleiro onde combate o tédio dando aulas de golfe a jovenzinhas de pernas esguias com um capitel de calçõezinhos flutuantes e palas na testa a fazerem sombra no peito que estrebucha no pólo porque cada um é para o que se faz e é isto que ele sabe cultivar.