29 julho 2015
Desespero esperando
À espera de outrem, desencontram-nos. Procuramos noutro lugar o que não encontramos aqui e agora.
O desassossego da espera desconcentra-nos do mais importante. Eu. Tu. A não ser que esteja à espera de ti. E tu não me procures. Procuras ele. O outro. O desassossego do desencontro não permite a direcção correcta do foco.
Desisto de ti. De nós, logo de mim também. Parto em busca de um novo fado. Que não provoque enfado.
Prossegues a tua busca. Certamente melhor do que eu, saberás o que pretendes para ti. Para nós. Um nós repleto de afastamento. Cada um na sua extremidade, ainda que possamos passar próximo. Um caminho entre nós que não será mais percorrido.
Cabe ao passado guardar esses passos infrutíferos. E assim deve ficar.