Para a época, o Teatro Avenida, em Coimbra, era uma sala de espectáculos que enobrecia a cidade.
Nela assisti a inúmeros filmes e várias peças de teatro.
«Cinema Erótico» Ensaio de Douglas Keesey/Paul Duncan, Colecção Outras Obras, Editora Taschen, Köln, 2005 Colecção de arte erótica «a funda São» |
Era uma sala espaçosa, com uma ampla Plateia encimada e coberta em parte por um varandim onde se desenvolvia o Balcão, frisas e camarotes, tudo sustentado por uma fiada semicircular de pequenos pilares..
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Vivia-se numa sociedade fechada, em que as autoridades impunham um puritanismo férreo, proibindo revistas mais ousadas e até cortando passagens de filmes que considerassem atentatórias dos bons costumes.
Naquela noite, corria o filme “A queda do Império Romano”, em que Sophia Loren era protagonista.
Na sala cheia, nem o mais leve zumbido se escutava, numa cena em que a artista conversava com Lívio e aparecia com um avantajado decote que deixava adivinhar os volumosos seios, cuja nudez integral a imaginação juvenil da maioria dos espectadores procurava desvendar.
Como pelo efeito de uma bomba, a paz sonhadora dos jovens foi quebrada pela voz tonitruante do Batarda que, instalado na primeira fila do Balcão, gritou cá para baixo:
- Aqui de cima vê-se tudo!
Rui Felício
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