31 janeiro 2020

Não façam filmes - Ruim

Quando estão em jantares, por vezes, quando olham à volta para toda a gente naqueles curtos e breves momentos em que ninguém está a falar convosco, não têm a ligeira sensação que estão todos a combinar uma orgia e que vocês não estão incluídos? Jantares de aniversário, baptizados, casamentos, fico sempre com essa sensação. Começo a alimentar esta ideia e procuro sinais que validem a minha teoria (e a do vinho), mas sem dizer nada a ninguém. A observar, caladinho, à procura do mais ínfimo e microscópio sinal de que a seguir vai haver depravidão total entre amigos, amigas, namorados, namoradas, a mãe de alguém que se lembrou de aparecer, um regabofe primitivo sem qualquer tipo de pudor ou respeito pelas regras de conduta social a que esta sociedade contemporânea nos obriga. E ali fico a sorver o meu copinho a planear quem vai ser a primeira, a segunda, por cima, por trás, até ser interrompido na minha linha de pensamento por uma rapariga desconhecida que me pergunta "estás a pensar no mesmo que eu?".

F#da-se, eu sabia. Eu logo vi que esta hárpia de perna fácil que se sentou ao meu lado transpirava a sexo casual com estranhos.

- Vamos todos f#der a seguir, não vamos? Qual Lux, qual quê...
- Eu ia dizer para dividirmos uma sobremesa, mas tudo bem...

Portanto, não façam filmes. É bom ter uma imaginação fértil, mas tenham calma.

Ruim
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